Sentimento de Espera... |
O simples facto de vir ao Mundo é um acontecimento único.Cria uma máxima ou axioma no Cosmos que é a existência em si. Mesmo num Cosmos tendencialmente nihilista( Cosmos ou mente- Pois em cada um de nós cabe o Cosmos e vice-versa). Além do mais a denominação que damos a nós como espécie é de "ser humano", o que per si é curioso porque antes de sermos já "somos" ou fomos - Assim até me atrevo a dizer sem pretensiosismo que é uma expressão da minha autoria que que vai mais além do que muitas frases filosóficas existencialistas, mas caso não se entenda, passo a citar algumas favoritas:
- o "Conhece-te a ti proprio" do Sócrates
- " Penso logo existo" do Descartes
- " Tudo que existe merece desaparecer- Goethe
- Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo- Sartre "
- O homem é a unica criatura que se recusa a ser o que é" Camus
- e Há apenas um problema filosófico verdadeiramente sério: o suicídio." Idem
- "Existir não é pensar: é ser lembrado." Teixeira de pascoais
. Ora com isto em mente leva-me a contar um estória sobre existências ou sobre os nossos sentimentos, sensações e emoções...
Xoné nasceu no seio duma familia normal, e depois de vir ao mundo, como todas as crianças, levou uma palmada( da parteira), e teve a sua inicial interacção com o Cosmos, depois de berrar e/ou chorar, que foi o admiração ou espanto. Abriu os olhos e viu pela primeira vez o Mundo de pernas para o ar, o que talvez lhe tenha condicionado a forma de olhar e interpretar o mundo e que lhe provocou uma segunda reacção ou emoção; estranheza. Foi finalmente entregue à Mãe que o terá amamentado também por um seio normal, qua causa uma 3ª e até agora melhor sensação; o Conforto. Até aqui tudo normal, até que, e por razões desconhecidas, secou o leite à Mãe - O que fez com que tomasse contacto com a primeira artificialidade no Mundo, mais concretamente com uma tetina de silicone dum biberon de vidro.. Naturalmente causou umas sérias contrariedades ao petiz, que o levaram a deixar a Chucha somente ao quatro anos e quiçá essa causa teve como efeito outro sentimento ou emoção: a carência. Cresceu começous a andar, a falar, e a observar e acto continuo surgiu; a Curiosidade.
Foi para a escola, e no meio da tabuada, da gramática e da religião e moral( NB: estas últimas obrigatórias) além de ser colegio unisexo, nascem uma série de sensações em catadupa: O tédio, a injustiça, a amizade, angustia, o terror, o temor, o receio, o medo, a mentira, a ilusão, a desilusão,a descrença,a raiva, o desalento e a saudade.
Mas nem só da escola vive o Xoné e fora de portas, seja entre amigos, familia ou sozinho dá de caras com; a confiança, a alegria, a diversão, a incerteza e a hesitação.
Mas nem só da escola vive o Xoné e fora de portas, seja entre amigos, familia ou sozinho dá de caras com; a confiança, a alegria, a diversão, a incerteza e a hesitação.
Com a adolescencia chega o amor, a paixão, a cobiça, a soberba, a luxuria, a diversão.
Entretanto e chegando à idade adulta, caiem muitos paradigmas e certezas absolutas e chegam: a dor, o torpor, o desejo, a vontade, o prazer, o vazio, a inconsequência, a frustação, a dependência, a amargura, a tragédia e a doença.
E no meio de tanta sensação Xoné sente-se perdido e desiludido com um mundo que começa de pernas para o ar, e que entretanto se indireita, e com aquele primeiro berro e choro que agora se torna constante, e no meio de tanta inveja, ameaça, ataque aparece novamente a carência, por incompreensão e sensação de impotência, perante um Mundo que o ultrapassa e o consome, e uma incapacidade para lutar, apesar de se bater contra a desistência, e depara-se com tanta resistência e batalha qual dom Quixote, contra moinhos de vento porém sem o seu fiel escudeiro e por omissão falha, no entanto levanta a cabeça e o céu está limpo e o sol brilha, e tudo bem se aparenta no horizonte pois já tudo está dito e feito e parece que há uma estrelinha que brilha e contudo e apesar de falar que vai lutar por isto e de alguém dizer que o encontrou há uma nuvem negra que paira e a montanha pariu um rato, e vem mais uma avalanche e já sem forças, dedica-se a produzir durante o dia na lavoura, ao jantar mudo e quedo na manjedoura e durante a noite queima os neurónios a remoer, até arder, mas o que arde nem sempre cura e ao deitar pensa na coisa suposta eterna e terna e duradoura, e acorda com a cabeça em dor e dura, tenta passar uma vassoura, pois volta a lavoura e não consegue pois é assoberbado por dentro e massacrado por fora e haverá um dia que termina em loucura.
Sensação de desespero |