Hoje é um bom dia para dizer coisas. Esta fase, ou época é caricata. É festiva e vê-se de tudo.
O transito é caótico, há quem não ceda a passagem, acelere demais, manobrando perigosamente, quem não respeite os sinais, apite por tudo e por nada, reclamando e protestando com tudo e todos e criticando-os por não serem mais tolerantes nesta altura.
Todos embuidos do espírito mas ninguém respeitando nada, achando-se no direito de abusar na boa vontade de outrém.
Na rua as pessoas não se desviam de quem vem em direcção contrária, numa espécie de desafio, quiçá para aumentar o Ego ou auto-estima.
Nesta altura quem paga as favas disto estar tudo mal são os sem-abrigo, pois deviam estar a trabalhar, os Alcoólicos e toxidependentes pois vivem alienados, cheiram mal e causam mau aspecto, os emigrantes, porque tiram o emprego aos outros, os desempregados, pois vivem à custa do subsidio, os ricos, porque não distribuem a riqueza, os pobres, porque deveriam ter estudado mais, o governo porque são uns chupistas, a oposição porque não se opõe.
há vários tipos de pessoas nesta sociedade em que vivemos, quem viva para ganhar o seu e não tenha grandes objectivos, apenas chegar ao final do mês para pagar as contas. Outros há, que trabalham e têm tempo para viajar e ver outros modos de vida, e de vivência. Normalmente quando viajam para países do terceiro mundo levam umas lentes nos olhos, onde a vida que fazem é igual à que em casa fazem, não se apercebendo que estão num enorme palco e o que se vê é que que lhes é dado a ver.
Dando como exemplo a África, muitos dizem que a culpa de haver miséria é deles próprios. O países que foram colonizados viveriam muito melhor se estivessem ainda sobre a alçada, supervisão ou com as leis dos colonizadores, pois agora são desorganizados, pobres, esfomeados pois não têm capacidade de organização.
É importante frisar que esses países são ricos em matérias primas, em taxa de natalidade e em mão de obra. Falta-lhes qualificação e infra-estruturas. Destruídas nas mais variadíssimas guerras com as potencias colonizadoras e após isso pela luta de poder. Não esquecer que os Europeus criaram fronteiras artificiais, dividindo e separando etnias. Os casos mais gritantes e mediáticos são o Ruanda, e o Iraque. Fala-se também no facto de muita desta gente, tentar a sorte nas barcaças em direcção á Europa, tentam chegar às Canárias, a Malta, à Sicília e à Grécia.
É vox populi, dizer que os "pretos" não gostam de trabalhar. contudo é quem nos constroi as nossas infra-estruturas.
Há quem diga que nos seus países só bebem e estão em festarolas, o que não sabem é que quando uma empresa multi-nacional quer entrar num desse países para aí laborar, como por exemplo na extracção do petróleo, contactam os governos.
Ora nessas negociações a empresa, diz que precisa de 100o trabalhadores e que está preparada para pagar 500 000 U.M. (Unidades Monetárias). O governo recebe esse dinheiro e destaca um gabinete para o destacamento de dos trabalhadores. Esse gabinete, constituído por membros do governo, retira 350 000 U.M. Para despesas de representação, entra em contacto com o gabinete equivalente ao nosso centro de emprego para o recrutamento, que pede 100 000 U.M., quando são admitidos os trabalhadores só estão disponíveis 50.000 U.M, para salários. Os trabalhadores são avisados, que se não estiverem dispostos a receberem somente os 5.000 restantes serão despedidos. É portanto natural que a população viva mal, é de salientar também que muitos desses países têm uma população que é maioritariamente rural, o sector primário e secundários são os maiores empregadores. Convém dizer também que muitas aldeias vivem do que a terra lhes dá e o dinheiro não é necessário, recordo que um amigo eu que por aí viajou (passou desde a Mauritania, Mali, Togo, Senegal até à Guiné), disse-me quando pagou ao taxista e lhe deu 1000 francos da moeda local, ficou a olha-lo de lado, pois para trocar a nota iria ser complicado, as trocas nesses lugares são feitas por produtos, trocas directas, e como vivem afastados dos grandes centros urbanos o dinheiro não lhes serve, pois acabam por trocar por cereais para cultivo. Aí era necessário lugares para fixar as populações, que por falta de condições se deslocam para as cidades aumentando a quantidade de população e um decréscimo de qualidade de vida.
Há exemplos gritantes, da ajuda humanitária, que por melhor intencionada acaba por cair em saco roto. No âmbito da cooperação mutua o Reino Unido deu cerca de 1000000 Libras ao Uganda para a reconstrução de um hospital e de vários centros de sáude. Dois anos passados o dinheiro desapareceu e medicamentos que eram suposto ser dados gratuitamente eram vendidos aos utentes! O hospital que serve cerca de 1 milhão e 700 mil pessoas, só possui 5 enfermeiras e dois médicos, um dos quais itinerante. Pergunto? para onde terá ido o dinheiro? E porque é que em vez de se dar o dinheiro não se aposta na formação e na colocação de pessoal especializado? A resposta é simples, por interesses... A Ajuda humanitária acaba por ser ela própria um negócio. Onde quem beneficia são os governos, cada vez mais anafados e prepotentes.
Quando falamos no atraso da África é necessário ver para além do que está à vista. Pois não somos detentores da verdade. E tudo parece ser como na Alegoria da Caverna de Platão, vemos as sombras mas não o que há por detrás delas.
Como dizia um local com Ironia:
"Eu já não tenho idade para dar o salto e tentar a minha sorte na Europa. E felizmente vivo da pesca que me vai dando para me aguentar. O que é engraçado nesta história toda é que quando o Europeu vem para a África, vem munido da sua máquina fotográfica e tira fotos a tudo. Estiveram cá no renascimento, porque tinham tempo. E porquê? Porque tinham roupa, tinham comida, e tinham dinheiro, logo tinham tempo e vieram para cá fascinados, pois o que lhes falta é sapiência e vieram cá em busca de novos mundos, de procurar respostas no continente ancestral.
O africano não vai para a Europa munido de máquina fotográfica, ao contrário do europeu, vai em busca de roupa e alimento para os seus filhos, talvez não saiba ler nem escrever, e no entanto o europeu nada tem para lhe ensinar, só precisava de ter mais tempo. Para si. para os seus. para brincar com os seus filhos...Quando isso acontecer, África vai ser olhada como o continente antigo, como o principio de tudo e onde todos vão querer regressar para se reencontrar"
O transito é caótico, há quem não ceda a passagem, acelere demais, manobrando perigosamente, quem não respeite os sinais, apite por tudo e por nada, reclamando e protestando com tudo e todos e criticando-os por não serem mais tolerantes nesta altura.
Todos embuidos do espírito mas ninguém respeitando nada, achando-se no direito de abusar na boa vontade de outrém.
Na rua as pessoas não se desviam de quem vem em direcção contrária, numa espécie de desafio, quiçá para aumentar o Ego ou auto-estima.
Nesta altura quem paga as favas disto estar tudo mal são os sem-abrigo, pois deviam estar a trabalhar, os Alcoólicos e toxidependentes pois vivem alienados, cheiram mal e causam mau aspecto, os emigrantes, porque tiram o emprego aos outros, os desempregados, pois vivem à custa do subsidio, os ricos, porque não distribuem a riqueza, os pobres, porque deveriam ter estudado mais, o governo porque são uns chupistas, a oposição porque não se opõe.
há vários tipos de pessoas nesta sociedade em que vivemos, quem viva para ganhar o seu e não tenha grandes objectivos, apenas chegar ao final do mês para pagar as contas. Outros há, que trabalham e têm tempo para viajar e ver outros modos de vida, e de vivência. Normalmente quando viajam para países do terceiro mundo levam umas lentes nos olhos, onde a vida que fazem é igual à que em casa fazem, não se apercebendo que estão num enorme palco e o que se vê é que que lhes é dado a ver.
Dando como exemplo a África, muitos dizem que a culpa de haver miséria é deles próprios. O países que foram colonizados viveriam muito melhor se estivessem ainda sobre a alçada, supervisão ou com as leis dos colonizadores, pois agora são desorganizados, pobres, esfomeados pois não têm capacidade de organização.
É importante frisar que esses países são ricos em matérias primas, em taxa de natalidade e em mão de obra. Falta-lhes qualificação e infra-estruturas. Destruídas nas mais variadíssimas guerras com as potencias colonizadoras e após isso pela luta de poder. Não esquecer que os Europeus criaram fronteiras artificiais, dividindo e separando etnias. Os casos mais gritantes e mediáticos são o Ruanda, e o Iraque. Fala-se também no facto de muita desta gente, tentar a sorte nas barcaças em direcção á Europa, tentam chegar às Canárias, a Malta, à Sicília e à Grécia.
É vox populi, dizer que os "pretos" não gostam de trabalhar. contudo é quem nos constroi as nossas infra-estruturas.
Há quem diga que nos seus países só bebem e estão em festarolas, o que não sabem é que quando uma empresa multi-nacional quer entrar num desse países para aí laborar, como por exemplo na extracção do petróleo, contactam os governos.
Ora nessas negociações a empresa, diz que precisa de 100o trabalhadores e que está preparada para pagar 500 000 U.M. (Unidades Monetárias). O governo recebe esse dinheiro e destaca um gabinete para o destacamento de dos trabalhadores. Esse gabinete, constituído por membros do governo, retira 350 000 U.M. Para despesas de representação, entra em contacto com o gabinete equivalente ao nosso centro de emprego para o recrutamento, que pede 100 000 U.M., quando são admitidos os trabalhadores só estão disponíveis 50.000 U.M, para salários. Os trabalhadores são avisados, que se não estiverem dispostos a receberem somente os 5.000 restantes serão despedidos. É portanto natural que a população viva mal, é de salientar também que muitos desses países têm uma população que é maioritariamente rural, o sector primário e secundários são os maiores empregadores. Convém dizer também que muitas aldeias vivem do que a terra lhes dá e o dinheiro não é necessário, recordo que um amigo eu que por aí viajou (passou desde a Mauritania, Mali, Togo, Senegal até à Guiné), disse-me quando pagou ao taxista e lhe deu 1000 francos da moeda local, ficou a olha-lo de lado, pois para trocar a nota iria ser complicado, as trocas nesses lugares são feitas por produtos, trocas directas, e como vivem afastados dos grandes centros urbanos o dinheiro não lhes serve, pois acabam por trocar por cereais para cultivo. Aí era necessário lugares para fixar as populações, que por falta de condições se deslocam para as cidades aumentando a quantidade de população e um decréscimo de qualidade de vida.
Há exemplos gritantes, da ajuda humanitária, que por melhor intencionada acaba por cair em saco roto. No âmbito da cooperação mutua o Reino Unido deu cerca de 1000000 Libras ao Uganda para a reconstrução de um hospital e de vários centros de sáude. Dois anos passados o dinheiro desapareceu e medicamentos que eram suposto ser dados gratuitamente eram vendidos aos utentes! O hospital que serve cerca de 1 milhão e 700 mil pessoas, só possui 5 enfermeiras e dois médicos, um dos quais itinerante. Pergunto? para onde terá ido o dinheiro? E porque é que em vez de se dar o dinheiro não se aposta na formação e na colocação de pessoal especializado? A resposta é simples, por interesses... A Ajuda humanitária acaba por ser ela própria um negócio. Onde quem beneficia são os governos, cada vez mais anafados e prepotentes.
Quando falamos no atraso da África é necessário ver para além do que está à vista. Pois não somos detentores da verdade. E tudo parece ser como na Alegoria da Caverna de Platão, vemos as sombras mas não o que há por detrás delas.
Como dizia um local com Ironia:
"Eu já não tenho idade para dar o salto e tentar a minha sorte na Europa. E felizmente vivo da pesca que me vai dando para me aguentar. O que é engraçado nesta história toda é que quando o Europeu vem para a África, vem munido da sua máquina fotográfica e tira fotos a tudo. Estiveram cá no renascimento, porque tinham tempo. E porquê? Porque tinham roupa, tinham comida, e tinham dinheiro, logo tinham tempo e vieram para cá fascinados, pois o que lhes falta é sapiência e vieram cá em busca de novos mundos, de procurar respostas no continente ancestral.
O africano não vai para a Europa munido de máquina fotográfica, ao contrário do europeu, vai em busca de roupa e alimento para os seus filhos, talvez não saiba ler nem escrever, e no entanto o europeu nada tem para lhe ensinar, só precisava de ter mais tempo. Para si. para os seus. para brincar com os seus filhos...Quando isso acontecer, África vai ser olhada como o continente antigo, como o principio de tudo e onde todos vão querer regressar para se reencontrar"
3 comentários:
É verdade! Este ano fui assolada pela mesma ideia... Mas alguém sabe o que realmente é o espírito natalício?! Está tudo louco! Ir a um centro comercial então é de fugir!!! e ainda se queixam da crise...
Será que ninguém vê que o que precisamos todos é de amor?...
Antes de mais, obrigado pela visita ao meu cantinho.
Este ano, mais do que noutro qualquer, reparei em dois factos curiosos: cada vez temos menos tempo para nós próprios e para os outros, mas em véspera de Natal (ou por ser véspera de Natal; consequência da primeira constatação) os centros comerciais estão cheios de pessoas em busca dos últimos presentes para, muitas vezes, oferecer hipocritamente a pessoas que no resto do ano não lhes são nada.
E não me estou a colocar à parte de toda esta realidade. Também eu padeço do mal da falta de tempo e, por isso mesmo, me encontrava em vésperas de Natal à procura de algumas lembranças que decidi dar. Mas lembranças para pessoas próximas, como pequeno gesto, pois o mais importante, para mim, sempre foi e sempre será estar junto de quem gosto.
Talvez por ser uma época ligada ao consumismo, as pessoas tendem a reflectir sobre as suas dificuldades mas, contando os poucos tostões que têm nos bolsos, lá vão cedendo às tradições. Mas ninguém nos livra de ouvir o que lhes sai da boca. Não deixam de ser verdades, mas em parte por culpa própria...
:-))) Por isso é que eu deixei de acreditar que devemos dar "dinheiro" para África... um dos meus ditados favoritos é aquele chinês que diz "Em vez de lhe dares um peixe, ensina-o a pescar". Por motivos que me escapam, mas que também se prendem com o facto de muitos destes países terem visto a sua cultura atrofiada devido ao facto de terem outros países a controlá-los, leva-os a uma forma de ver as coisas e de resolver os problemas bastante limitada... e isso leva a que muitas vezes só se veja o conflito como solução...
Acho que alguém os devia ensinar a "pensar", se forma empreendedora e construtiva... aos gaijos dos países industrializados, também se devia ajudar a pensar de forma menos egoísta e obcecada com aspectos materiais...
:-)) Gosstei desste post!! Bué!! :-D
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