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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

neo-Peste


Os homens caminhavam pela estrada rumo a lado algum, visto já não haverem metropoles, evacuadas por força do virus do anjo azul, que fazia com que os humanos ao respirarem, apenas inalassem o azoto, deixando de fora o oxigénio, dando à pele um tom azulado e uma textura metálica, morrendo em tremenda agonia e secando por dentro, havendo casos em que morriam de pé, transformando-se em estátuas, o mundo estava cheio delas. Haviam verdadeiros museus nas ruas e nas praças de vilas e cidades, os vivos recorriam à sabedoria popular, tentando sobreviver com curas de indígenas quase extintos, andavam pelas ruas com plantas carnívoras que se grudavam à carne e faziam de um homo sapiens um ser fotossintético, muitos morriam por asfixia, devido ás raízes que lhes entravam pelos pulmões, abriam caminho pela carne, e ainda havia outras que subiam pela espinal medula alojando-se e alimentando-se dos cérebros, fazendo deles verdadeiros vegetais, e deste modo escapavam à pandemia. O ar contaminado, trouxe uma nova diáspora. O homem fugiu para as florestas ainda existentes, onde já não havia animais, alimentavam-se exclusivamente do que a terra providenciava, a população diminui drasticamente, e havia aglomerados enormes nas zonas de maior vegetação, que acabariam em breve. O manto vegetal extingui-se assim como os últimos humanos, que apesar de tudo tentavam, ir para as zonas costeiras alimentar-se de algas, alguns criaram guelras e o mito das sereias renasceu, uns séculos depois...

3 comentários:

zeroz disse...

burroughsiano q.b.

Porcelain disse...

:-)) Parece divertido... onde é a festa?

Cruztáceo disse...

A festa anda ai...