Existo porque sou.
Fui criado,
Um produto de relacionamento e soma de cromossomas.
Amalgama de células que no seu conjunto erguem este corpo que vejo ao espelho.
Projecção da minha observação interpretada pelo cérebro.
Mas quem me diz que existo? Os outros? Sim, quando me observam e se cruzam comigo e acabam por interagir da forma que se encontrou ser válida, a verbalização ou gesticulação no caso de não ser por via oral/auditiva.
mas quem me diz que não sou um sub.produto da minha auto-recriação e esses mesmos estimulos exteriores não são mais do que a capacidade interna da fabricação de personagens semelhantes ao meu ser com o intuito de me sentir rodeado de entes para combater a solidão?
Ou melhor, não passo de uma amiba, com ligações sinapticas e dendrites nervosas, suficientemente complexas para simplesmente me imaginar como me idealizo?
e o que é uma amiba? Talvez seja uma palavra criada agora mesmo?
e o que é a palavra? uma construção oral, transcrita para simbolos outrora pictóricos sem qualquer sentido num universo desprovido de racionalização e unicamente binário.
E porquê binário? terá de haver uma oposição a tudo?
Porquê esta necessidade de desconstrução?
Algo possui sempre o seu contrário?
Existirá então um anti-EU?
quinta-feira, 14 de maio de 2009
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3 comentários:
Boa noite caro "Cruztáceo".
El cuervo agradece a visita prestada.
Gostei de ler esta tua reflexão sobre a tua subjectiva identidade.
Reparei que no acto deixaste perguntas às quais já tens respostas, permitindo espiritualmente pairar no ar possiveis considerações externas.
Se existes? Obviamente... e és tu próprio quem responde quando afirmas "Fui criado".
E foste mesmo. Aqueles que te criaram repetiram um arquétipo cósmico e divino e é esta a verdadeira obra da humanidade - a repetição dos arquétipos.
Permite-me discordar quando por outro lado referes a ausência do sentido nos tais símbolos outrora pictóricos.
Sentido tinham e não era pouco, porém, tens razão quando pretendes declarar-nos seres demasiado racionais.
E o busilis desta questão é este mesmo. Ora, a questão a que me refiro prende-se ao facto de nos ser deveras dificil aceitar as teorias primordias e, não deixa de ser até irónico, já que a nossa actual existência se baseia nessas mesmas teorias.
Acredito que buscas a resposta à duvida denominada "deconstrução", porque ela é real e tu sente-la.
Não será tarefa fácil, eu to garanto, Garanto porque é também uma minha odisseia.
Mas enalteço a tua coragem obviamente. Porque não esperaste pela forma inevitável (morte).
Tudo possui o seu contrário sim e, aqui, uso livremente o discurso absolutista.
Existe... um ati-TU, um anti-EU e o anti-ELES. Duvido é que a maioria já tenha identificado o seu propósito.
:)
Desculpa-me a seca, acho que me entusiasmei!
ABRAÇO retribuído, muito naturalmente.
Cromossomas e amálgamas de células existem sem que tu existas... eles não são tu...
Como podes saber se existes... sem saber o que é existir?
O que é existir?
Binário, trenário... existem milhares de formas pelas quais podemos interpretar o mundo... cada um tem apenas de encontrar a sua e de procurar aprofundá-la a cada instante...
:)
dispõe corvo e boa pergunta porcelana. Comento o comentário por omissão, ou melhor por construção da descontrução semantico-paradoxal que é a criação do meu blog, ou anti-blog...vá se lá saber!
abraço/beijitus
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