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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sonho


hoje o céu parece-me mais longe. O chão estará mais perto? A visão desfocada, como se as cores do mundo se juntassem tirando a forma as coisas. Os cheiros intensos como que mais fortes e semelhantes, e todos me puxam para eles como se fosse preciso toca-los para os sentir. Os sons estão estranhos vindo de todas as direcções e confundindo-me fazendo-me escutá-los em uníssono causando uma barulheira imensa, os tons, os ruídos, os sibilos, os chiados, as vozes -Tudo misturado! Parei para pensar, e saber de mim. Não me recordei do que era nem lembrei nada familiar, assustei-me. Nada reconhecia, e ninguém entendia. Seria este o meu mundo?
Sentei-me num poste de iluminação, fiz um casulo e hibernei. Lembro-me que o ultimo pensamento foi: "Amanhã voarei", deslizei e caí num sono profundo.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Eu votei cavaco por que sei que amanhâ o dia será risonho!
E a afronta do caso BPN estará em breve terminado.
A Função publica não terá mais cortes no seu ordenado.
E a vida será plena de o futuro de sonho!

Elegi o Cavaco por que é honesto,
Embora crie mais um tabu,
O País não será mais um resto
,e apesar de na cauda da europa não será um mais o cú!

Optei por cavaco
votei em consciencia
o Escudo foi um pataco
e com ele
o Euro será de excelência

A partir de agora
verei descer a gasolina
nem vejo a hora
de a consumirmos como Heroina

O cavaco é do Povo
e é quem mais ordena
Viveremos num admirável mundo Novo
e do passado não teremos pena

Sendo o Homem do Leme
Veremos a ecomonia crescer
Até a Alemanha nos teme
Por tal homem eleger

Havia só um candidato
que nos tirará da miséria
basta para ele ser-lhe inato
tornar a assembleia numa coisa séria

Já nada há a temer
são cinco anos a governar
muita opulência na europa ira tecer
enquanto o povo com ele singrar

Com ele na presidência
nem de o governo precisamos
apenas dele e da sua anuência
quando nos ofertar Bolo-rei e com ele mastigamos

Nunca eu fui poeta
porém com este homem no leme
tudo o resto é uma treta
e o centro do mundo estará em Boliqueime

O Povo está feliz e contente
a malta está num torpor
satisfaz toda a gente
e Portugal é somente paz e amor

Muita gente tomará este verso
com muita ironia e sarcasmo
O objectivo é esse mesmo
(A medalha terá sempre o reverso)
Muitos o vão ler e ter um orgasmo
Pena é que um Pais fique num Marasmo!


Autor: Anómino (com medo de represálias)

domingo, 16 de janeiro de 2011

A Mulher de vermelho

Estarei apaixonado? Ou antes tudo sonhado?
Num domingo começado e terminado, em mais um dia passado de nascente a poente e sempre numa constante de vazio e inconsequente.
Um domingo lento, enfadonho e pardacento, pleno de nada e sonolento. Tão díspar e frio se comparado com outro de antigamente e que contigo era tão diferente . Num tempo e num lugar em que entraste de rompante e mostraste-te forte e num instante, deixando a tua marca impressa, o teu sinal gravado, a tua presença imposta, com o teu cheiro em mim impregnado em todo o meu ser e o meu ente, foste a minha agua o meu sol e tudo de repente.
E neste domingo fiquei esperando acordar deste tormento. estar ness´outro lugar e noutro momento.Pleno de calor torpor e alento.
E neste domingo, por fim, senti-me novamente apaixonado, num pleno acaso, numa passagem de ocasião, já depois do ocaso dei com esta nova ilusão. Um miragem pensei eu, ou um sonhar acordado, não esperava ver eu tal ser tão encantado; passou de mota, e de vermelho trajado, parou na rua, e ali! Aquela a Única a mulher de vermelho ali ao meu lado!
Tanta sensação me percorreu como que um deja vu observado, que enorme emoção ali se viveu que me deixou assoberbado. Naquela imagem de vermelho se projectava toda uma vida, em tons de carmim se inspirava a minha alma enquanto a face se tornava lívida.
Por momentos, tudo parou, e a noite virou dia, e neste domingo sempre eu ficaria e tudo pararia, pois do breu transbordava alegria e eu só de luz transparecia.
E desse domingo aborrecido e duma boleia de ocasião veio-se a transformar no meu domingo de eleição.
Os olhos ainda habituados ao banal, quase não entranhavam esta visão, e a alma já coberta de breu estranhava e tratava esta bela e real imagem com uma miragem ou ilusão. E como num conto de fadas, tudo enfim estaria terminado, pois não seria um princepe encantado e mais uma espera por D Sebastião. E então,Como tudo começou, mais depressa acabou.
E este domingo assim se passou, e por momentos a paixão, e aquela bela visão, daquela mulher motard passou a ser fruto da minha imaginação.
E depois desse Domingo veio a segunda sem mulher de vermelho. E ao acordar, fiquei apenas a olhar, o meu triste e sonhador semblante ao espelho.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Hoje ao acordar....


Um qualquer domingo, num qualquer mês, dum qualquer ano de hoje em diante. Depois de um sono curto, cheio de sonhos incertos e entre cortados por momentos de vigília na escuridão, onde já não se tem posição na cama, se olha de quando em vez para a janela, à espera de vislumbrar a luz da aurora. Única luz que nos preenche, única que nos enche a mente e única coisa que está presente. Agora que tudo é passado. E a luz, assim que entra pela divisão onde se amontoam as nossas poucas posses, divisão essa à qual agora chamamos lar, e com a luz da madrugada, que nessa altura entra e tudo toma forma, que sentimos que é altura de acordar. Parando então de recordar, tomando contacto com a realidade, onde vemos que tudo o que temos, não está na mente, mas sim nessas quatro paredes que agora contém toda a nossa existência e a memória de toda uma vida esquecida. É nesse momento, tal como um enorme estalo na cara, ou um balde de água fria, que sabemos que isto é, e será definitivamente, toda a nossa existência. Sabemos então e independentemente de qualquer emoção, que é tempo de levantar. Mas nesse instante porém, em que prendemos os lencois e os cobertores e que em posição fetal nos deixamos ficar, aguardando talvez que aquela não seja esta rude cama, nem estas paredes desse estranho e bizarro lar, e talvez o cheiro que nos entra pelas narinas, não seja daquele quarto estéril e sem vida, mas seja então inalado aquele cheiro tão familiar, e que afinal, quando nos viramos, damos de caras com aquela que é, toda a nossa vida e aquela que é o nosso objectivo de acordar diariamente; Que só com um sorriso ou um único respirar e suspirar, faz com que esse dia mesmo antes de começar, já seja pleno, já possa mesmo acabar. E esse mesmo dia apesar de mesmo agora começar, possa já terminar! Pois tem tudo para nos realizar, e fazer vibrar! Não...

Mas não... Ao nos virarmos na cama, encontramo-nos a sós com uma parede branca. Sem qualquer cheiro. E tudo vazio e inócuo. E aliado à vontade de sair da cama só nos vem a vontade de hibernar e nunca mais acordar. Abrimos então os olhos e olhando à volta está tudo despido de vida; objectos sem valor; formas sem cor; com conteúdos sem qualquer calor; e saímos dali sem qualquer torpor. Procuramos num qualquer gesto que façamos uma memoria duma rotina passada,e em qualquer passo uma qualquer emoção guardada, numa qualquer acção realizada,a esperança de reencontrar nem que seja um segundo, ou um instante ou uma fragrância daquela que foi a nossa paixão idealizada... Não! Mas não....Mais uma vez não...O nada. O vazio e o silêncio é tudo o que nos envolve e anima, e o breu é a única coisa que nos abraça. Sendo tudo branco, ou incolor, inodoro, lívido e a vida e toda a ideologia apóstata, sem sabor, sem sensação, sem calor e isento de emoção...


Saímos para a rua e no passeio sente-se o enorme frenesim das gentes que passam, e em qualquer outro dia isso seria a nossa energia, a nossa tremenda alegria, mas hoje, e onde outrora o sol de inverno e o azul do céu seriam prenuncio duma qualquer graça, hoje, é apenas um anuncio de mais um dia que passa.


Procuramos fazer um caminho rotineiro, que nos encha o ego e nos traga alento. Mas em cada virar de esquina vem-nos a lembrança, uma recordação, dum outro dia ou doutra manhã passada que agora não é mais que um pensamento.


Muda-se de direcção! De sentido! E mudamos de andamento e dos passos pequenos em que caminhamos, quase que corremos para um outro espaço,uma outra praça, outra esplanada e num qualquer outro café em que nos sentamos sozinhos, para tentar cair no esquecimento.


E assim se passa um dia, e mais um mês, um ano, e uma vida, até que nós próprios não sejamos também mais que uma recordação, sem qualquer lembrança e memória. E finalmente voltamos àquele quarto e àquelas paredes vazias que são, e serão, todo o nosso sentimento.