Estarei apaixonado? Ou antes tudo sonhado?
Num domingo começado e terminado, em mais um dia passado de nascente a poente e sempre numa constante de vazio e inconsequente.
Um domingo lento, enfadonho e pardacento, pleno de nada e sonolento. Tão díspar e frio se comparado com outro de antigamente e que contigo era tão diferente . Num tempo e num lugar em que entraste de rompante e mostraste-te forte e num instante, deixando a tua marca impressa, o teu sinal gravado, a tua presença imposta, com o teu cheiro em mim impregnado em todo o meu ser e o meu ente, foste a minha agua o meu sol e tudo de repente.
E neste domingo fiquei esperando acordar deste tormento. estar ness´outro lugar e noutro momento.Pleno de calor torpor e alento.
E neste domingo, por fim, senti-me novamente apaixonado, num pleno acaso, numa passagem de ocasião, já depois do ocaso dei com esta nova ilusão. Um miragem pensei eu, ou um sonhar acordado, não esperava ver eu tal ser tão encantado; passou de mota, e de vermelho trajado, parou na rua, e ali! Aquela a Única a mulher de vermelho ali ao meu lado!
Tanta sensação me percorreu como que um deja vu observado, que enorme emoção ali se viveu que me deixou assoberbado. Naquela imagem de vermelho se projectava toda uma vida, em tons de carmim se inspirava a minha alma enquanto a face se tornava lívida.
Por momentos, tudo parou, e a noite virou dia, e neste domingo sempre eu ficaria e tudo pararia, pois do breu transbordava alegria e eu só de luz transparecia.
E desse domingo aborrecido e duma boleia de ocasião veio-se a transformar no meu domingo de eleição.
Os olhos ainda habituados ao banal, quase não entranhavam esta visão, e a alma já coberta de breu estranhava e tratava esta bela e real imagem com uma miragem ou ilusão. E como num conto de fadas, tudo enfim estaria terminado, pois não seria um princepe encantado e mais uma espera por D Sebastião. E então,Como tudo começou, mais depressa acabou.
E este domingo assim se passou, e por momentos a paixão, e aquela bela visão, daquela mulher motard passou a ser fruto da minha imaginação.
E depois desse Domingo veio a segunda sem mulher de vermelho. E ao acordar, fiquei apenas a olhar, o meu triste e sonhador semblante ao espelho.
domingo, 16 de janeiro de 2011
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