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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A Incuria do Homem


O Homem já há muitos anos, se não séculos que se afastou da natureza e em ultima instancia dele próprio. Hoje em dia temos uma série de instrumentos ou máquinas à nossa disposição que nos afastam de nós próprios, e que fazem ou pensam por nós. Falo das agendas que servem para recordar um dia especifico ou um evento, os PC`s que nos auxiliam e nos substituem numa miriade de tarefas, e até, in extremis, o hábito que temos de ligar a net para ver o estado do tempo ao invés de olharmos pela janela.
Penso que na medicina também o mesmo se passa, deixámos de nos preocupar connosco, seja em termos de saúde ou mesmo no nosso estado de espírito para delegarmos isso, nos médicos e/ou receitas que fazem por nós maravilhas - O que não invalida que o problema não continue lá, é quiçá protelado, mas é momentaneamente esquecido. Fazendo portanto de nós dependentes de terceiros em quase todas as matérias, desde a saúde fisíca, à mental e mesmo relegando para segundo plano a nossa capacidade de nos analisarmos e de nos melhorarmos, a nós como ser vivos, e perantes os outros numa óptica social ou antropológica.
O Homem dependia só de si e do seu grupo no Paleoltitico, com a revolução agricola e a entrada no Neolitico, conseguimos nos libertar de imenso trabalho físico que passamos para os animais e do esforço para obter melhores colheitas através da inovação instrumentos agrícolas e ferramentas mais precisas e eficazes. Essa alteração de situação perante a Terra, e a nossa posição no ecossistema exacerbou-se ainda mais no Séc XVIII com a revolução industrial, não só a nível físico como mental, pois tornou-nos dum ser completamente adaptado ao meio, para um ser que dependia do meio urbano para sobreviver pois "esqueceu" que era um animal colocando-se no topo da cadeia alimentar. Com o aparecimento da técnologia digital e a produção em massa chegámos a um culminar de dependência dessa mesma industria e um afastamento cada vez maior ao meio ambiente.NUma atiyude pedante e prepotente deificamo-nos, achando-nos seres superiores: Donos e Senhores do Mundo! Como exemplo, posso dar a América da década de 50 do séc XX, e com a invenção da Bomba Atómica, e pela primeira vez na História, tornámo-nos além de Senhores do Mundo, capazes de nos auto-destruir e ao próprio Mundo! Mas dizia eu que com esta invenção, e uma maior deificação da humanidade, houve uma descrença nas religiões seculares e uma adesão às seitas e cultos que proliferavam nessa altura. Foi até curioso, que essa descrença em Deus, foi substituida por uma cada vez mais crença em Ovnis, fenómeno que foi tomado quase como uma histeria em massa, tendo até havido um exemplo flagrante disso, mas numa década antes salvo erro, com a leitura na rádio do conto d"A Guerra dos Mundos" do HG WELLS, que provocou uma fuga em massa da cidade de Nova Iorque, estando as pessoas convencidas que a leitura daquel popular livro era uma decrição do que estava a acontecer no presente.
Em suma e não me querendo alargar mais, queria apenas expor a minha opinião e dizer que está na hora do Homem voltar a olhar para si, e não se projectar no espaço, fazendo dele um filho das Estrelas e não um semi-deus que tem a capacidade de controlar tudo...

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