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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

panorama


há dias em que não somos nós, ou somos e nem sabemos, ou sentimos, parece que tudo se desfaz e ficamos sós. Não sei o que é meu, ou o Eu, não sei definir. Quando estamos a conduzir de caminho a casa.... ou a um destino determinado...e essa rota é cortada, ou a nossa mente...ou somos cortados a meio, saí de nós. outra essência, outra percepção, outro grau de consciência, estamos perdidos nessa curva da auto-estrada tantas vezes feita, é cortada, é desconhecida. Vezes há em que ouvimos uma canção, uma música ou uma sensação que nos altera toda a visão, estamos noutro sitio noutro lugar, mudamos no tempo, e sentimos como momentos passados e vividos antigamente, como presente e vívidos, agora intensamente, pedaços de passado, atirados para a nossa frente. Não é só a recordação, e o pensamento, mas o corpo a sentir e a presenciar, como aquele calafrio que se sente a vermos um filme que nos acerta, fundo. e sem dar por nós choramos. aquele dia em que estamos na praia e um deja vu acerta-nos em cheio quando mergulhamos e aquele cheiro e sabor da água é demasiado familiar, em que apanhamos sol e aquele calor não é de hoje, é da trazido da nossa infância, preenche.nos e abarca-nos, nem tenho consciencia do que sou ou fui, apenas existo agora, e tudo o que acontece a seguir é quase automático, puro, inato, ingénuo ou pré-programado, algo que me transcende que me coloca noutro patamar de existência que me assusta, em que não sei proceder, em que tudo ´´ e estranho e bizarro, quase como que um sonho mas estou acordado, a ver tudo á volta acontecer, e não sou espectador mas interveniente na cena, nesse filme, mas nem me controlo, ou antecipo o pensamento, nem racionalizo, tudo é um sentimento, um acontecimento a que sou externo, que vivi, vibrei, e senti, mas não passo dum actor. Alturas em que nos perguntamos por nós, pelo eu, talvez alturas em que sejamos verdadeiramente conscientes, e que vejamos a realidade, em que por segundos, estejamos de facto na verdade, segundos em que a razão nos ultrapassa, que nos trespassa para logo nos matar, e como um balde de água fria nos traga para este plano, para outro, aquele em que vivemos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não gosto dessa foto :|

Porcelain disse...

A mente prega-nos partidas... os sentidos embaralham-na e ela embaralha os sentidos... não gosto de me sentir assim... gosto sentir que ela pia fininho ao som da minha vontade...

Cruztáceo disse...

Nem eu Gosto desse ser em anonimato, que adulterou o meu perfil existencial, e 16 anos após opiniatica crítica, desfez o destino que será outro para sempre, por castigo ou perda de vontade, empenho ou na falta dos anteriores atributos será apenas fatalismo celestial