No monte e nas oliveiras encontravam-se rebanhos tresmalhados. Perguntavam-se sobre questões filosóficas e existêncialistas. Na planície e sobre o calor tórrido a vida não era fácil. Principalmente nos periodos de extrema seca. Manuel Jesus, pastor da zona e por opção, deambulava na recta que cruzava o horizonte. Tinha sempre questões a colocar aos seus animais, sobre o sentido da vida e o objectivo de se organizarem em grupo. Não sabia porque o faziam nem tão-pouco porque lhe obedeciam tão prontamente. Sentia a natureza a invadir-lhe o espaço. Apesar de muitas vezes o seu estado etilico tresandar para lá dos limites do seu mundo conhecido, era capaz de divagações extremamente complexas sobre o seu Universo, onde cada chaparro era um amigo, e um encosto, cada riacho um momento refrescante, onde se mergulhava e renovava os votos de um novo e bom dia.
A vida solitária e campestre que fazia provocava a inveja a todos os que ao longe o vislumbravam de relance ao passarem no Ip8. Mas ele, impávido e sereno, invejava apenas a tenra e verde erva que ruminavam seus animais. Trajado com um grande capote e de alforje à tira-colo sempre procurou ser mais. Chegar a um estado de evolução diferente, quiçá até primevo. Apesar de não balir esforçava-se por melhorar a comunicação com o nicho ecológico que se rodeava. Um dia despojou-se de tudo, largou o capote e restante indumentária, desfez-se do alforje, e deixou-se adormecer aquecido junto a lã fertil de seus companheiros. Na madrugada seguinte e com o raiar do sol, pastou. Passou dificuldades nas primeiras semana de digestão, com fortes cólicas e adaptação à celulose. complementava a alimentação com pequenas bagas e frustos silvestres. O discurso oral deixou de ter sentido, as frases e demais pensamentos racionais também. Limitava-se a seguir instintos primários, foi aceite pelos demais, deixando para trás a posição eréctil, e o polegar oponível. Esqueceu-se do seu eu, e da verbalização. Mantinha no grupo uma posiçao subserviente ao macho alfa do seu novo grupo. Cresceu como ser, e evoluiu como ente de um sistema antigo de organização de espécies. Era igual a tantos outros, numa sociedade sem classes, com uma hierarquia primária e uma sabedoria secular. O rebanho ganhou um membro, a humanidade perdeu um elemento. Os primeiros não se importaram, os segundos nem se aperceberam...
A vida solitária e campestre que fazia provocava a inveja a todos os que ao longe o vislumbravam de relance ao passarem no Ip8. Mas ele, impávido e sereno, invejava apenas a tenra e verde erva que ruminavam seus animais. Trajado com um grande capote e de alforje à tira-colo sempre procurou ser mais. Chegar a um estado de evolução diferente, quiçá até primevo. Apesar de não balir esforçava-se por melhorar a comunicação com o nicho ecológico que se rodeava. Um dia despojou-se de tudo, largou o capote e restante indumentária, desfez-se do alforje, e deixou-se adormecer aquecido junto a lã fertil de seus companheiros. Na madrugada seguinte e com o raiar do sol, pastou. Passou dificuldades nas primeiras semana de digestão, com fortes cólicas e adaptação à celulose. complementava a alimentação com pequenas bagas e frustos silvestres. O discurso oral deixou de ter sentido, as frases e demais pensamentos racionais também. Limitava-se a seguir instintos primários, foi aceite pelos demais, deixando para trás a posição eréctil, e o polegar oponível. Esqueceu-se do seu eu, e da verbalização. Mantinha no grupo uma posiçao subserviente ao macho alfa do seu novo grupo. Cresceu como ser, e evoluiu como ente de um sistema antigo de organização de espécies. Era igual a tantos outros, numa sociedade sem classes, com uma hierarquia primária e uma sabedoria secular. O rebanho ganhou um membro, a humanidade perdeu um elemento. Os primeiros não se importaram, os segundos nem se aperceberam...
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