sentia cores que não tinham sabor e imagens sem som, vivia no espaço sem a tridimensionalidade. caminhava nas ruas sem tocar a estrada. Vivia à margem contudo andava no centro. Ouvia sensacões sem tocar no ruido. Deslocou-se. Enlouqueceu? Ninguém sabe. Só ele via o que era perceptível. Contudo ao olhar, desfocava-se o horizonte, verticalizava os planos. Numa geometria esquizofrénica mexia-se como ninguém. Observavam-no do além e classificavam-no como género e espécie. Negava e reflectia as cores, sem porém ver mais do que lia. Pensava momentos impossíveis e davam-lhe instantes fotográficos. Revelava filmes a preto e branco ao invés de lhes sentir a coloração. Num dia iluminado escondia-se a escuridão, numa praça ruidosa guardava o silêncio. Cerrados os olhos vinham as tonturas. Aberta a consciência chegavam-lhe as loucuras. Tudo branco mas pouco claro. Tudo fácil mas de consciência inconstante. As leis da física contornáveis, as leis da óptica ridículas, as leis da vida insuportáveis.
Bang!
Bang!
Sem comentários:
Enviar um comentário