O D. Carlos tinha uma padaria. Produzia pão e massas para todo o feudo. Os recursos da região eram escassos, e uma vez que o povo não tinha meios para cultivar os terrenos D. Carlos apoderou-se deles para a cultura de cereais. D. Carlos arrendava-lhes a terra, animais e charruas em troca do dizimo. Viviam cerca de 10 famílias na região, todas sobreviviam à custa dos míseros salários. Viviam em extrema pobreza e forçados a trabalhar em horários absurdos e desgastantes. Chegou um inverno rigoroso e a produção teve de aumentar, exportava para as outras regiões, vendia inclusive para o clero e realeza. Os trabalhadores já não saiam da zona de produção. Era necessário um esforço de 24 horas por dia! Os salários deixaram de existir, contratou guardas para não os deixar sair. Tinha de enriquecer rápido! Comprar o cavalo mais vistoso! As sedas mais finas! Ofertar à sua princesa as jóias mais belas e os vestidos mais caros! Prosperava! Já se ouvia falar dele nas regiões mais recônditas do reino e até o Rei queria conhecer tal personagem. Vem a primavera e com ela uma melhoria das condições. Dispensou a guarda e deu folga aos seus servos. Fechava-se em casa, o seu palácio, rodeado de todos os luxos e mordomias. Apenas contava os seus ganhos para competir com os outros senhores feudais. Um dia houve em que quis sair de casa para ir cavalgar pelos campos e mostrar a sua ilustre montada e suas lindas roupas importadas. Ao abrir a porta não conseguiu. Encontrava-se encerrado lá dentro, durante a noite todo o povo pregou as portas e janelas, fazendo da sua casa a mais luxuosa prisão do reino. D.Carlos acabou por morrer de fome e na miséria no meio de tanta opulência. Passaram-se anos e foi esquecido. Os locais ocuparam o palácio e os terrenos. A vida voltou ao normal.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
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