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quarta-feira, 18 de junho de 2008

amanhã


Mais um dia que corria lento de janelas fechadas.O corpo inerte assentava no mundo. Relutante em mostrar-se à sociedade permanecia na penumbra. Esquivava-se das populações. Evitava o contacto. Hesitava em tranformar-se, adiava a mutação. O amanhã chegava rápidamente. Inadiável . Esperava contudo a metamorfose . Chegaria decerto num momento qualquer. A água fétida evaporava-se subitamente. Rompeu a pulpa e voou, ganhou altitude e respirou fundo. Cheirou um pantano, e direccionou-se. Alojou-se na carne viva dum herbívero. Alimentou-se e cresceu. À sua volta o cheiro a morte, abandona a carcaça e ocupa outra. Passam vários amanhãs e encontra-se só. Já nada para consumir. Assenta no mundo e espera. Acordará novamente.

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