João Cruz Oeiras de Portugal adesão a portal.membros@spautores.pt

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quarta-feira, 29 de abril de 2009

mariposa no cosmos:


Vêr e viver o mundo como ele é. Proceder como eu que desperdiço o tempo a interpreta-lo, a lutar contra ele, a resistir-lhe, a formatá-lo á minha maneira e contudo, sem efeito, nem sente, todos os meus ideias são-lhe indiferentes, irrelevantes, inócuos, continua a rodar, mesmo que mostre o negro que nunca se esvairá. Não interessa a flor, o tempo, o sol, a alma, tu, eu, a lua que me brilha, se não partilhar contigo esta minha sensação que transcende todo e qualquer sentimento nefasto, o amor que nutro, a paixão que sinto, a ternura que me é inerente. Parti, apartei-me estive ausente mas estarei aqui, sempre presente, apesar da minha condição quixotesca, serei para ti, embora por vezes pareça longínquo estou ai dentro, não largo, agarrei com força, de dentro, e "com ou sem pedras à mistura e ingenuidade", farei o castelo o mais alto possível, para que chegues ao meu céu, muito meu, singular, peculiar, até de evitar porque estranho e incerto é certo, mas é belo porque puro, embora e de quando em vez pintalgado de negro,mas é predominantemente luminoso qual arco-iris, e dou-to... é teu, sempre teu...

Anónimo


imagem com direitos de autor

Gripes? Gripo....

Com azia bazei pró Oriente, próximo ou não, não sei, saí pouco contente, de gripe asiática presente.

para fugir, que assim ninguém me apanha, arrepiei caminho, andei pra espanha, deparei-me com a INfluenza quedei-me em Valencia e sem qualquer influência!

Vi aviários, deparei-me sem ovários mas com comichão nos..."templários": voei dali pra fora levando a gripe aviária por ora.

Lavei-me e esfreguei-me desinfectando-me para fugir ao bastardo do suino, mas nem havia porco algum! deparei-me antes com a porra do H1N1!!!!

terça-feira, 28 de abril de 2009

segunda-feira, 27 de abril de 2009

terceira Parte

Em conclusão e na encruzilhada que se encontrava, Martinho tentava dar-se a conhecer a quem tinha tempo, a quem tinha em si a característica do que nos torna diferentes do restantes animais, a percepção, a capacidade de questionar, ou mesmo ter em si um factor importante, a capacidade de ser humano. Martinho era capaz de amar, de se dar, e de se entregar aos outros, porém nessa demonstração do seu eu, era confrontado com uma treamenda resistência. Os diálogos em monólogos, as acções sem reacções, na sua vivência era como se estivesse rodeado de estátuas de sal, gente autista, incapaz de entender mais do que as suas próprias ideias, e mesmo essas, muitas vezes, de dificil captação.
Andava assim com um espinho cravado na sua mente que lhe trespassava a espinal medula e atingia o coração, limitando-o e aumentando nele um desgosto, de ser igual a qualquer um,mas que por detrás do ódio que emanava de todas as direcções, escondia-se nele um desejo quase assassino de amar, e apesar de o verem, e de o ouvirem pregar tais sentimentos, ninguém o sentia ou escutava. Acabava por sentir que nunca o atingiriam ou descodificariam. E passado já tanto tempo continuavam sem entender, e tinha uma intensa necessidade de querer viver, e fazer-se integrar. Questionava-se como recomeçar? por onde ir? que caminho trilhar? interrogava-se como fazer passar a mensagem, infelizmente o mundo estava demasiado ocupado para o escutar, ligado ao virtual, conectado noutra frequência, transmitindo ou recepcionando noutro comprimento de onda,vendo o mundo através de lentes doutro espectro, focalizado em entrar no seu umbigo, tentado voltar para o útero, hibernando, e viajando neste planeta com mortos-vivos, confusos, iludidos, afastando-se para sempre, como se a velocidade centrifuga desta esfera, os atirasse para longe, para o vácuo, pairando distraidos no espaço, no vácuo, não se importando que esse mesmo vácuo, impedisse a comunicação e assim, no meio do seu sublime vazio dispersassem e destruissem a mais que fundamental informação, a mais básica sensação ou a primária emoção.
FIM

sexta-feira, 24 de abril de 2009

segunda parte

Martinho sentia-se preso. Tornava-se sem margem para dúvida s naquilo que mais o incomodava solenemente. No aparente, no gigantesco baile de máscaras planetário. Na fachada da casa pintada de fresco e renovada, de alicerces obsoletos, caducos, gastos e à beira da derrocada. Numa simples observação superficial estava ciente que era mais um prego na estrutura, um ladrilho do pavimento e embora inconscientemente ou não, tivesse lá chegado por um trilho mais sinuoso e apartado, do usual e do sendo comum, sentia-o principalmente nos métodos utilizados por terceiros para fugirem à rotina, usando de escapismos socialmente aceitáveis e até recomendáveis, não passando de subterfúgios que a sociedade (im)punha ao dispor, para os iludir e fazer desviar do que supostamente seria o real. Para servir o domínio sobre os demais, escamoteando-os da verdade, afastando-os da luz, acenando-lhes a bandeira do caos ,da ausência da lei e da ordem, e assim contentando e entretendo as massas com a televisão, o novo ópio do povo e hobbies tais como o futebol, verdadeiro paradigma do fair play para miudos e graudos, e os mais variadíssimos desportos que promovessem a vida salutar e providenciassem o bem estar. Embora a acção levasse ao entendimento e o apaziguamento momentâneo do colectivo, não servia o individual, que por sua vez se mostrava mais egoísta, agressivo e violento. Intolerante ao que lhe era estranho e adverso à diferença , fosse de algo que não correspondesse ao socialmente aceitavel, doutra cultura ou que não procedesse de igual forma a determinada situação. Criam-se portanto rotinas dentro da rotina, num ciclo vicioso como se,e num exemplo absurdo, pusesse uma roda para um ratinho doméstico poder infinitamente andar, como se corresse ad eterno, confinado porém ao espaço exíguo da sua gaiola dourada. Era no fundo uma espécie de bulimia social de resultado inconsequente. Numa forma de estar e de ser banal, redutora de sentimentos reduzidos a futilidades. Limitando a capacidade do pensamento, do livre arbitrio e raciocinio. Métodos estes que não passam duma servidão das tendências, e fazendo dos seres, escravos da moda, uma constante nesta sociedade, sinal dos tempos e da tensão imposta quase geneticamente e transmitida ao longo de gerações, construindo uma civilização futura de seres inferiores, castrados, e sem vontade própria.
Levado por estes pensamentos e cheio de sentimentos contraditórios e na encruzilhada que se seguiu, correu por montes e vales, percorreu o deserto, entregou-se à solidão, perdeu a sanidade e encontrou por fim a loucura. O caminho que traçou era um destino malfadado, uma sina famigerada, um fado na mais triste
acepção literal da palavra. Para fugir ao real perscrutava a salvação na surrealidade dum mundo perfeito mas inatingível. Desejara um mundo mítico, distante ou mesmo antigo, impossível. O seu espirito carregava o mundo qual Atlas, no seu toque possuía o dom de Midas, um final trágico como o de Prometeu, abrira dentro de si a caixa de Pandora, além de carregar o mesmo fardo de Sisifo. Nada que o mundo lhe providenciava era suficiente, nem se contentava com o próprio contentamento de ser alguém que possuia a fortuna de nascer livre e dono de si mesmo. Talvez fosse isso que o atormentava, o facto de ter tempo para pensar, de lhe ser providenciado os bens essenciais para a sobrevivência e até ser possuidor de riquezas para além das materiais, a de espirito, isso só por si transtornava-o, e fazia-o almejar mais, contudo queria ser mais do que o próprio ser, e o desconhecimento ou ausência de um objectivo transcendia-o, deixando-o frustrado, faltava-lhe apenas o que não podia ter. Estava perdido sim, e sem coordenadas, tanto no espaço, um outro ,o imaginário, e um tempo, já há muito esquecido.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Sobrevivência

Martinho vivia pacatamente na sua cidade. Era pouco exigente, vivia com o que tinha, não ambicionava nada por ai além, gostava de saber coisas e de estar informado sobre o mundo. Embora este mundo não lhe agradasse, vivia à margem, as pessoas causavam-lhe ódio, talvez não, talvez não seja a expressão certa, era mais repulsa, não se identificava com elas. Com os seus sorrisos falsos, os seus elogios uns para os outros que tresandavam a desdém e cobertos de inveja, com as suas conversas fúteis, ricas em matérias desinteressantes, aqui e ali polvilhadas com a necessidade de afirmação, em que cada um dos intervenientes tinha sempre uma ultima palavra a dizer e um facto extra que o enaltecia e servia somente para regar o ego, gente essa que tinham objectivos grandiosos, que julgavam o proximo com uma facilidade incrível apenas pelo gozo de o fazer, por viverem numa sociedade competitiva em que são ensinados a serem melhores que os outros todos, contudo nunca o chegarão a ser, daí os julgamentos, os preconceitos, a intolerância, sempre sem conhecimento de causa, porque apesar de serem doutores a educação não passava da académica, pois nos actos reflectiam a sua mesquinhez e egoismo, e mesmo a académica era defeituosa, tinham a informação mas não a sabiam utilizar, tiornando-se inaptos ou mesmo incompetentes, não olhando a meios para atingir os seus fins que não eram mais do que arrecadar dinheiro para mostrar aos amigos: o veiculo topo d egama, ou então o trelemóvel de ultima geração, quase com ligação aos neurónios, o que daria jeito, pois seria a lei das compensações, já que carecem destes últimos, e ao menos que possuam muitos gigas num instrumento que lhes servia basicamente de ostentação. A vida era um palco, e nada do que se via, nada do que se fazia, nada do que se dizia, era real, tudo uma fantasia, e cada novo dia correspondia a uma nova máscara. Assim vivia Martinho no meio das gentes, rodeados do que ele achava, uma corja, falsa e sem escrúpulos. E no fundo invejava-os gostava quie a sua vida pudesse ser simples, mesmo que artificial, porém não tinha estofo, e padecia de baixa auto-estima, isolava-se e fugia para a montanha. Vivia de forma utópica, e sonhadora, muitas vezes seguia trilhos que não o levavam a lado nenhum, mas enquanto os trilhava tinha momentos de sobriedade, escondia-se por detrás dos arbustos, enfrentava o mundo assim. Prejudicava-se a si e a quem o acompanhava, não sabia porque havia de trilhar tão sombrios caminhos, que o sossegavam, faziam-no sair por momentos da tremendamente estupida realidade que tão ardentemente queria evitar, acabava por perder-se, andava em círculos, era momentaneamente feliz dentro da sua solidão, não se identeficando com nada nem ninguém, deixou de acreditar em si e não via alternativas aos seus morbidos atalhos, começava a tomá-los como a sua realidade, e o que mais odiava nos outros começou a apoderar-se de si, a existência tornava-se banal, o que era o seu escapismo abosrveu-o de tal forma que tranformou-se naquilo que mais repudiava, teve um fim trágico acabando por ficar preso ao trilho, definhando na sua dor e numa mágoa que nunca mais o deixaria

terça-feira, 21 de abril de 2009

Primeiro gato no espaço!

A agência noticiosa Tass anunciou, hoje o lançamento da cápsula Soyus VI com uma carga valiosa, A gata Gaia, fruto de uma experiência genética bem sucedida de cruzamento entre um tigre da malasia (Panthera tigris) e um Gato doméstico Português da zona do Porto(Felis silvestris catus nortenhus), entrou em órbita ás 16:39 TMG encontrando-se de saúde, e as primeiras declarações registadas no voxcat-blinka foram elucidativas do bem-estar da tripulante" É uma pequena patada para um gato, mas um enorme arranhadela para a Felinidade" Estas declarações foram seguidas duma gigantesca ovação no centro espacial do kasaquistão, onde estão a ser monitorizadas todas as futuras experiências da missão, nomeadamente, o primeiro passeio dum felino no vácuo, seguido da aterragem na estação espacial internacional, onde vai render o cosmonauta indiano, Simi Singh. Esta missão leva ainda a bordo 100 quilos de ração felina e uma coleira reflexion para utilização nas saídas para o espaço sem cordão umbilical e permite à Gaia movimentar-se livremente e qualquer direcção sem qualquer tipo de constrangimento. Gaia em testes de gravidade zero no centro de pesquisa espacial de Vladivostok

Momento do transporte da Gaia para a Cápsula espacial. De Salientar a pose soberba e a portentosa aparência da Cosmonauta.

legislação da nação

O povo anda desunido, desinteressado e com falta de ambição.
Retira-se o livre arbitrio e a liberdade de expressão.
Anda cismado com a crise, o governo e a corrupção.
Aumente-se o horario laboral, e a carga fiscal.
As gentes protestam pela rua e por todo lado em manifestação.
Crie-se o recolher obrigatório e ponham-se a ver televisao.
Desinteressam-se pela politica e religião.
Prenda-se quem não tenha gosto pela nação.
Fogem do pais e aumenta a emigração.
Nas frontreiras taxas e sem carta de conduçao
Queixam-se dos salários e desemprego.
Trabalhem mais e ponham os tarecos no prego.
Dizem que não há liberdade nem são livres de opinião
POnham-se a ferros até no sdarem razão!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

sem titulo


num tempo sem luzes, num espaço sem razão, alguém saiu do trabalho, e foi para casa, esperava na estação, adormeceu e despertou finalmente. Umm comboio passou nos trilhos já fossilizados e embateu contra ele como um espectro. Foi parar às árvores, a uma floresta, acordou sem memória, sem rasto, sem história. Levantou-se e procurou interpretar aqueles sons, caminhou no meio dos arbustos que o picavam, ouvia o chilrear, cores que desconhecia, sons que nunca ouvira, odores que descobria a cada passo, em cada instante recuperava os sentidos. Sentia-se um estranho numa terra desconhecida, vagueou dias a fio sem encontrar vivalma, chegou ao mar. Entrou na água fria, pôs-se a boiar olhando o azul do céu, as correntes levaram-no, via a costa a afastar-se e de repente encontrava-se rodeado dum horizonte esmeralda. Sem saber que direcção tomar afundou-se e chegou ao fundo,tocou na areia, lá ficou a pairar, sem respiração, sem ruídos, sem sentidos, gostou, e deixou-se estar.

sábado, 18 de abril de 2009

um sortido e um achado de saudades

para ti borboleta

Borboleta

adormece, e cai. o poço sem fim sem luz ao fundo, sem paredes, sem cinto, sem rede. cem braços esperavam no final, agarravam-no, separavam-no em pedaços, trituravam-me, dividia-me e multiplicavam-me, saio do esgoto, vejo as trevas nascerem, o dia a pôr-se finalmente, desaguo na foz, quedo-me pela ribeira, a salvação espera-me mais à frente, uma borboleta poisa-me no ombro, dá-me a mão e leva-me, trata-m, cuida-me, retira o lodo, sobe, as estrelas à luz, conduz-me pelos trilhos, faz o meu caminho, desbasta o mato, muda-me as lentes, vejo difuso, custa-me a olhar, talvez nunca tenha visto, observo-me e olho para trás, ainda muita raiz que se prende ao corpo, à medida que me transporta tudo se vai desprendendo, sai a mágoa, foge o rancor, extingue-se o medo, esvai-se o ódio, o trajecto está a meio, mas não passa do princípio, assim guiado, levanto a cabeça para a frente, larga-me e deslizo, deslizo agora só, e contudo acompanhado, pelos ares. O azul, brilha, e reflecte-se em mim, ainda não é o suficiente, o albedo aumenta,peço mais um pouco, e espero. O tempo infinito o espaço ilimitado. Revivo. estou-lhe grato.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

um senão



Metia a segunda e saiu da estrada. Via a entrada, parou. O mundo passava por detrás, não olhou. seguiu a pé, forçou a porta, subiu a escada. no telhado pairou. as estrelas cintilavam e mexiam-se da esquerda para a direita, todas,seriam quase todas? Todas reparavam. Ignorava, e alheio a tudo, continuava. Na ignorância prosseguia.O céu e o semblante carregado, subia agora. O carro entrava nas entranhas da terra, atolado. Num instante Separou-se do chão, os ruidos cada vez mais distantes, as pessoas como pontos pretos agarrados ao solo, o silêncio, deixou de ver. passara as estrelas, e no meio do tudo contemplava o nada. Questionava o universo, que não comentava. Explosões gigantescas à cabeceira, criações dantescas por debaixo da almofada, O inicio e o fim à mesa numa discussão acesa, o tilintar da campainha acompanhava a evolução, o tic-tac do relógio em compasso com a destruição. Vira-se. o carro foge, em contra-mão e escuta o grande final num choque frontal com uma tremenda perfeição.

terça-feira, 14 de abril de 2009

dizem eles

isto anda torto
de maneiras que é assim
o tempo está mau
e dizem que isto anda tremido
as gentes descontentes
as terras revolvidas
as massas dispersas
o povo desunido
o pão integral
a gasolina sem chumbo
e é isso
além do mais a crise não ajuda

pós pascoal depois dum sururu


voar para ver o mundo
esticar a mão e sentir o universo
pintar-me de cores
de cor
salteado
sentir todos os sabores
esticar-me
com um feitiço alienado
abraçar todos os odores
perder-me de amores
pelo globo e arredores
entregar-me à perdição
deitar-me junto à paixão
espreguiçar-me
ou só ser feliz
talvez apenas louco
ser mais que um arco
e depois ver mais que a iris
fechar os olhos
e nunca encerrar a mente
abrir-me e eternamente
ternamente.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Drama no largo do calvário: O "resina" arde! Motivo: O oleo dos rissois é o mesmo desde 1917

A Páscoa....


A Páscoa (do hebraico Pessach, significando passagem) in wikipedia.

A Páscoa:
Uma passagem, para outra margem com portagem e tudo!O dizimo... e dizem-no... é mais uma dizimação, quem de orelhas moucas é herético, ou epiléptico, num bruxedo ou polvilhado de pagão, um exorcismo por encomenda, vamos a casa e é com desconto se tem cupão.

A Páscoa:
Uma quarentena, um jejum, uma ressurreição e um Ramadão.


A Páscoa:
Consagração da morte, da condenação, da vida para além da Terra, da morte extra-terrena, será extraterrestre o nosso Deus?
e o vosso?
e o Dele?! Quem será?
Será talvez nosso conterrâneo, talvez um emigrante antigo, ou mesmo contemporâneo e representou a Diáspora humana. Terá elevado alto as nossas cores, a nossa bandeira?até acho que o vi na meia-maratona...

Adiante....

A Páscoa:
O beijo na cruz, os enfermos de ocasião, ou noutro natal dos hospitais em reposição.Mais à frente e à porta, o padre, e Truz truz! "passa para cá o meu" o famigerado dizimo, terá acompanhado a Euribor? sofreu deflação? Terá o Céu entrado em insolvência, estará em recessão? Na volta está isento e dá-nos a redenção...duma vida pecaminosa, cheia de 7 pecados capitais ou mais, segue dentro de momentos um arrependimento à mistura com água-benta e ao perdão, junta-se a água transformada em vinho, ou escolhendo o menu 2, por mais um euro,as rosas em pão( em opção...)

A Páscoa:
A celebração, seja no opulento Vaticano, ou numa reles tasca, é omnipresente! E tanto está junto duma família nobre como com as gentes da barraca, sempre à rasca, sem ficar tanto tempo pois são mais que muitos, e para não haver enganos embora já tenham passado dois mil anos, ainda está para saber como os desenrasca.

E à nossa volta, tudo num frenesim em rejúbilo, as lojas apinhadas de espanhois onde compram desde um papel de parede ao screensaver com motivos variados: As Portas do Paraíso, os anjos, as virgens...
E um mais uma volta no carrossel...

terça-feira, 7 de abril de 2009

caminhos

Os nossos rumos estão em constante adaptação. Há sempre uma evolução no nosso rumo, embora a base linear da caminhada tenha sempre o mesmo fio de prumo.
O que nos divide na caminhada não deverá ser mais forte do que nos une. Nesse trajecto, há situações momentâneas e estados de espirito que nos fazem desviar e estar em constante mutação,com base nas nossas necessidades básicas imediatas. É um processo evolutivo que tem como base essa caminhada em comum.
A empatia por um novo trajecto pode ser imediata como pode ser causa duma insistência diária ao longo dos tempos. Perdura um passado comum e um presente de caminhos perfilhados. A saturação ou a exaustão de trilhar em unissono não nasce de um dia para o outro é um processo também evolutivo. Cada um de nós tem o seu perfil individual e trilha um caminho unico, que é por vezes trilhado também por outros. Quem atalha caminho chega a um ponto antes dos outros, essa necessidade talvez surja por já conhecer o caminho, e aí, o meio é diferente para atingir um fim. O problema talvez esteja quando nesse atalho, encontre novas paisagens que não partilhe com os outros, umas vezes por ser irrelevante, outras por uma questão de egoísmo ou apenas de auto-preservação dos seus princípios. Quando se cruzam novamente os caminhos, já há estórias diferentes, os interesses comuns diluem-se e são colocadas à frente outras prioridades. E o que é sacramental para um não tem de ser necessariamente para o outro. Embora o tempo trilhado junto seja imenso, surge por vezes a necessidade de mudar o rumo, não por atalhos, nem por caminhos inversos, mas por trajectos mais rápidos e directos. O que se sobrepõe à frente dum caminho comum tem de ser de extrema gravidade ou importância para seguir em frente sem olhar aos obstáculos. As vezes nem se olha para trás, o passo é mais acelerado que o dos outros, as divergências aparecem e as distancias aumentam. Dessas caminhadas já não existe um rumo comum, por comodidade, por não se achar que se tem que seguir as pisadas, ou por não se sentir que temos de ir lado a lado. Aí surgem novos horizontes, e interesses particulares interferem com os gerais. já não há caminho de volta, uns chegam a becos, outros a cruzamentos, e têm de optar. Independentemente da vontade,ou da lealdade aparecem outras sensações e emoções, e há quem eleve a fasquia, muitas vezes esses preciosismos são objectos fúteis ou mesquinhos, e aí um caminho que percorririamos com gosto, fazê-mo-lo por cortesia, ou como agradecimento, mas fugir ao nosso rumo sem ter olhado para trás, nem olhar o nosso horizonte é negar o que nos torna auto-suficientes. Negar os nossos instintos é tornarmo-nos artificiais. Ser independente, ou ter vontade própria e indicar o caminho, não tem de necessáriamente ser visto como imposição, apenas como uma nova visão. E não estar atento às mudanças de rumo nem às alterações e mudanças de direcção por motivos individuais é factor de divergência no caminho,e por vezes há indicações que uns têm de seguir e tabuletas que outros não reparam. Não aceitar as diferenças é sinal de intolerância. Não nos revermos no caminho não é verificar que ele está errado é aceitar o facto que há outros, e aí, nada como parar, olhar o mapa voltar um pouco para trás, até terreno ver reconhecido e recomeçar.

O caminho termina.A Aventura começa.

Dont box me in - stewart copeland & stan ridgeway do filme RUMBLE FISH

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Um conto negro


Pela noite, arrastava os seus males como correntes que a agarravam à sua ruindade, o peso era tanto que marcava o chão profundamente, faiscando à medida que prosseguia caminho. Dedicava-se a arrecadar dor, como quem amealha as suas poupanças, a cada dia que passava, era maior o seu espólio. Possuía a avidez necessária para não deixar escapar nenhuma emoção maléfica. Reunia em si todo o egoísmo, a soma de toda a gula, de toda a indecência, o conjunto de toda a inveja universal. Absorvia a luz e energia que brotavam de qualquer ser vivo, retirando-lhes os sucos vitais, e secando-os, não ficando mais que um ente mumificado, sem vida, petrificado, jazendo estático no chão,sem qualquer essência.
Ao olhar uma criança que sorria, transferia para si toda a sua vitalidade, a criança tornava-se num vegetal, sem brilho nos olhos, incapaz de comunicar com o exterior, autista. Os restantes seres humanos catatónicos em decomposição.Os animais caiam como pedras de granizo, e partiam-se em mil pedaços como se fossem constituídos de vidro. As Plantas ao serem tocadas desfaziam-se em pó. No seu lar, tudo jazia, um cheiro acre a morte. O chão de cinzas, as paredes negras, o tecto de madeira fossilizada, sem cor, sem vida, ao seu redor a putrefacção. Procurava o riso, a alegria, a paixão e o amor na vizinhança, e apenas por pensamento, transmutava esses sentimentos em pesar, lamentos, ódio e dor. A cidade onde vivia, era das mais produtivas, e com a sua chegada, passou a ser habitada por fantasmas, espectros que se arrastavam e urravam em agonia, a industria estagnou, o comércio definhou, escritórios em falência, edifícios em total abandono, a economia em recessão. Já nada lhe restava para absorver, os seus tentáculos esticavam-se agora para os arredores suburbanos, tendo o mesmo fim que o restante, Não satisfeita com isto, estendeu o seu poder a toda a nação, transformando tudo em pó e cinzas, os edifícios desfaziam-se e tudo desabava, nenhuma estrutura de pé, uma paisagem desoladora de destruição e escombros, como num holocausto nuclear, nem um ser vivo, e o próprio ar era irrespirável, isento de oxigénio, um cheiro a enxofre exalava de todo o lado, o sol tapado por uma neblina contínua onde já não se distinguia o dia da noite. Qualquer tentativa que a natureza fazia para despontar era desfeita logo ao início.
Este Monstro enfim descansava, depois duma vida a alimentar-se de emoções e sentimentos. Conseguiu terminar com a vida, com o movimento, com a energia. Hibernava no seu longo Inverno nuclear, sorrindo e contando as almas armazenadas.
Vivia em Paço de arcos.
Chamava-se Silvina e é a nossa Senhoria.
(continua...)

sábado, 4 de abril de 2009

sexta-feira, 3 de abril de 2009

"Novas Oportunidades"


Meu nome é Tó, mas todos me tratam por Cajó, nasci em Cabinda, quando ainda era Portugal, e cresci na Metrópole, perto da base aérea do Montijo, tendo em pequenito desenvolvido o interesse pela observação de pássaros e outras aeronaves.
Fui expulso de casa pelo meu pai aos 13 anos, achou que era a idade certa para começar a trabalhar, e ao contrário dos meus vizinhos, não conhecia ninguém na autarquia e nem tão-pouco tinha conhecimentos como o meu Tio que conseguiu por o seu filho como Arquitecto na Câmara municipal, por ter um afilhado, que por sua vez, tinha sido deputado, e cuja mulher exercia funções executivas numa faculdade privada. Tive portanto de me fazer à vida, construindo a minha casa, com barrotes de madeira e placas de zinco, junto às salinas do Samouco.Os meu primeiros camaradas de quarto foram dois pombos, o Quico e o Treco. Tentei ensina-los a voar, o que não foi difícil, e ao mês e meio de idade já esvoaçavam pela sala. Acabaram por sair para a rua, e passados 30 anos ainda me saúdam, quando no meio do bando, lhes dou milho na Praça da Figueira.
Falo-lhes em pleno Séc XXI, a minha zona cresceu muito e desenvolveu-se, e apesar da crise e do desemprego, consegui meter-me na pesca artesanal, em part-time, tendo para o efeito uma pequena embarcação de 5 metros e um motor de 18 cavalos. Uma das minhas primeiras proezas e os meus 15 minutos de fama,foi ter feito, naquele pequeno bote, a viagem Montijo-Cais do Sodré, numa hora e meia, com o vento e a maré de feição! Há quem diga que vai ser o transporte do futuro, pois com a nova ponte, o transito vai aumentar, além de saber que por causa disto do aquecimento central e da subida das águas, o barco vai-me ser muito útil.
O negócio da pesca vai de vento em popa, chega a haver dias que se apanha mais de 10 quilos de tainhas, e quase uma dúzia de fataças, porém o futuro é incerto. Depois de ter visto o reclame , meti-me nas novas oportunidades. Não que vá seguir as pisadas da Vanessa Fernandes, porque não tenho queda, para o desporto, por isso optei por ser canalizador-estudante, numa escola nocturna. Com esta via profissionalizante, posso entrar para o mundo da construção civil, e constou-me que vou conhecer muitos patos-bravos, sendo portanto um estimulo para continuar os estudos, pois permite-me continuar, o meu sonho de criança com a sua observação. Não percebo contudo como é que estas aves vão viver, paredes meias ,com nas novas urbanizações e lotes de terreno que estão há muito vendidos à volta do novo aeroporto, mas pelos menos se não os vir sempre me distraio com os aviões. Parece que aqui perto também vai haver um novo comboio que anda com muita velocidade, dizem até que chega a Madrid em menos de 3 horas, não percebo como, se ainda noutro dia numa excursão da escola fomos ao Algarve e o comboio do Barreiro às 6h43 da manhã, só chegou por volta das 11 a Faro. Fala-se muito nas energias alternativas, talvez esta locomotiva não ande a energia eléctrica, e utilize outro género. Quem sabe se a solar. Ouvi dizer, numa das aulas de físico-química, que o Sol demora só 8 minutos a chegar à Terra e tenho a certeza que ele está muito mais longe que a Espanha.
Outra coisa de que se fala muito aqui na vizinhança é daquele bonito centro comercial ,o Freeport. Parece que foi aprovado sem respeitar o ambiente. Sinceramente nem percebo o porquê, se tem espalhados tantos contentores do lixo. Só se for da quantidade de gente que ali vai, mas todos têm muito bom aspecto e há até lojas muito chiques(daquelas que se vê no estrangeiro), e que causam muito bom ambiente ao lugar. Eu nunca lá comprei nada, pois é tudo muito caro, mas se vejo tanta gente a fazer compras, é porque aquilo deve ter muita qualidade.
Amigos meus da pesca, falam dos preços da gasolina da Galp, da BP e doutras ; Que está cara e a mais de um Euro o litro. Não percebo o alarido, ora se falam naqueles telejornais da economia, que o Barril Brent desceu outra vez e está a 53 Euros e tendo aquilo mais de 100 litros, não sei porque não vendem cá dessa.
Fala-se também que os empresários estão a passar mal, mas isso percebe-se bem porquê !Pois constou-me que um senhor que é sócio-gerente do café, só declara 450 euros por mês, e se isso é o salário mínimo, passa dificuldades! Deve ser por isso que há senhores que têm mais de uma empresa, e constituem mais, para assim conseguirem facturar mais dinheiro até ficando excluídos de pagar contribuições à segurança social pelas outras! Isto de facto é uma injustiça! social !Depois admiram-se que essa gente tenha de despedir os trabalhadores. Como é que alguém, que dedica uma vida a trabalhar para constituir empresas, consegue sustentar a sua família? Nestas condições é natural que o país não ande prá frente. Muitos destes empresários conscientes de que há países que vivem com mais dificuldades, colocam os seus rendimentos em bancos estrangeiros e nos chamados off-shores, para assim ajudarem aqueles povos que passam privações, são exemplo disso: as Ilhas Caimão, Trinidad Y Tobago, etc
Nestes tempos conturbados é de se tirar o chapéu e saudar os nossos estadistas.Houve agora uma obra de construção civil para um edifício publico que necessitava de recrutar pessoal e não se inscreveu nenhum português! Dando lugar a cerca de 100 moldavos! Sabendo eles que na Moldávia se vive bem pior, apoiam-se assim os imigrantes. Além de ser uma prova que este pais combate a xenofobia e as assimetrias, demonstra também como evoluiu, nestes últimos anos, a qualificação da mão de obra nacional, que com as novas oportunidades, já têm habilitações para sonhar com cargos de cariz mais intelectual, havendo uma nova geração de desempregados portugueses que se contentam com o rendimento mínimo, esperando pacientemente um lugar num cargo de chefia, de técnico superior ou o seu lugar como autarca, administrador ou presidente duma qualquer companhia publica ou privada, e que embora saiba que não vai ganhar mais que o salário mínimo nacional( embora possa almoçar de graça no refeitório), cumpriu o seu dever cívico, salientando assim o seu espírito empreendedor e prova uma vez mais, possuir uma ética e moralidade exemplares e ser duma sensibilidade e humildade impecável e sem mácula!


parabéns Portugal!
Texto retirado da autobiografia de António Manuel Carlos Beira, 57 anos, Técnico da construção civil e Residente no Samouco, a 4/01/2009.



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