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segunda-feira, 20 de abril de 2009

sem titulo


num tempo sem luzes, num espaço sem razão, alguém saiu do trabalho, e foi para casa, esperava na estação, adormeceu e despertou finalmente. Umm comboio passou nos trilhos já fossilizados e embateu contra ele como um espectro. Foi parar às árvores, a uma floresta, acordou sem memória, sem rasto, sem história. Levantou-se e procurou interpretar aqueles sons, caminhou no meio dos arbustos que o picavam, ouvia o chilrear, cores que desconhecia, sons que nunca ouvira, odores que descobria a cada passo, em cada instante recuperava os sentidos. Sentia-se um estranho numa terra desconhecida, vagueou dias a fio sem encontrar vivalma, chegou ao mar. Entrou na água fria, pôs-se a boiar olhando o azul do céu, as correntes levaram-no, via a costa a afastar-se e de repente encontrava-se rodeado dum horizonte esmeralda. Sem saber que direcção tomar afundou-se e chegou ao fundo,tocou na areia, lá ficou a pairar, sem respiração, sem ruídos, sem sentidos, gostou, e deixou-se estar.

1 comentário:

Porcelain disse...

Ás vezes é preciso adormecer para poder despertar... :-)))