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quarta-feira, 26 de maio de 2010

A moda a mediania e a mediocridade

Volto a um tema recorrente aqui no meu cantinho....A moral, os bons costumes, a etiqueta, ou então numa de devaneio intelectual/social: um "manual da Paula Bobone", no fundo queria escrever um manual do que está In e o que está Out mas penso que não esteja a altura dessa herculea missão e da responsabilidade moral que isso acarreta! Pois além de serem dois anglicismos que estão muito na moda, falo dum tema que me ultrapassa e transcende de modo que provavelmente terá várias lacunas e falhas graves.
É IN ser xenófobo- O racismo está em alta.
É IN ser-se comuna - O comunismo voltou a ser fashion e o capitalismo está OUT e é demodé (faltava aqui um galicismo que fica sempre bem), embora dê mostras de decadência, está na mó de cima,prova disso é a especulação bolsista e imobiliária a atingirem niveis nunca antes vistos, mesmo com a crise se ter batido no fundo.
É IN ser gay -Embora haja muito homofóbico, ser gay é quase um estatuto.
É IN o machismo - está ultrapassado mas a violência doméstica é noticia diária.
Assim como a nova moda do Bullying, outro IN, que sinceramente não sei o que isso é, mas sinto que seja qualquer coisa como as brincadeiras violentas que se fazem desde a minha escola primária mas que agora tem um anglicismo e assim aparenta ser algo de muito mais grave...
É IN ser feminista - Embora esteja fora de moda, por haver cada vez mais paridade entre os sexos é muito fashion haver feministas, mais ainda se é uma mulher casada e tenha um amante que seja outra mulher, assim acumula funções, além de ter uma relação extra-conjugal é lésbica. É IN ter animais domésticos, mas tê-los em formato time.sharing - Arranja.se um cãozinho para os pequenos em Setembro e abandona-se no ano seguinte em finais de Julho, quando a familia vai para Cancun.
É IN ir ao ginasio mas sem preocupaçoes de saude fisica - abusa- se do esforço fisico, não com preocupações de "corpo são em mente sã", mas apenas para queimar o superavit de chicken mcnuggets, Um bem-estar que é sazonal! Vai-se ao ginásio em Maio, antes das férias, e no resto do ano come-se que nem um alarve.
É IN ter o filho num psicologo\psiquiatra mesmo que não padeça de nenhuma maleita do foro psiquico-neurologico, sempre é tema de conversa no local de trabalho com os colegas, e o puto, mesmo que seja o mais saudável ficará maluquinho de certeza, e aí quando chegar à idade adulta, já se enquadre na sociedade e insere-se perfeitamente no mercado de trabalho pois não há ninguém que seja são da moleirinha.
É IN a familia auto-médicar-se, mesmo que não haja nenhuma doença e sempre se pode trocar comprimdos com os colegas e amigos, em vez de se trocar cromos da bola.
É IN ir a uma peça do La Féria mesmo que seja a brejeirice mais foleira, é um acto social de louvar e aos amigos diz-se se que foi a um peça de teatro.
É IN ir sitios exoticos nas férias, apesar da familia ser racista, e odiar misturar-se com aquela gente, passam 10 dias em regime de meia-pensao sempre com uma uma enorme desinteria, por querer experimentar a comida daquela gente, e é um must tirar 7 rolos e meio de fotos embora haja um desinteresse enorme pelos costumes locais! Interessa é que se comente depois numa festa ou com colegas e amigos que se foi à Papua Nova Guiné...
é IN pôr os pais num lar assim como os animais que sao descartaveis. E so dão jeito nos aniversarios dos miudos pois oferecem presentes mais caros, porque calha bem pois a familia ainda está a pagar a crédito as fèrias à Papua.
Enfim...só não é In o bom senso, nem as preocupações humanistas e do colectivo, vivemos numa época individualista e dum egoismo exacerbado.
Aboliu-se tudo e ultrapassámos a idade do proibido proibir que vem do Maio de 68 e que chegou aqui ao nosso cantinho só em 74 (e mesmo assim ainda chega aos pedaços faltando ainda muita coisa).
Já na altura de Camões mudavam-se os tempos e as vontades. Na actualidade e nestes tempos pos-modernistas que atravessamos, além das vontades muda-se tudo o resto, embora fique tudo na mesma. Não porque falte imaginação a esta geração mas porque desde dos anos 80 e 90 que está tudo criado e neste novo século, por mais que se crie apenas se recria, porque vivemos num periodo de vazio ideológico, cultural, artístico, etc. Apesar de tudo abrem-se novos conceitos e preconceitos. E assim se vive de aparências....

A Imensa Minoria



Diz o anúncio: "Se eu não gostar de mim quem gostará?" Podemos extrapolar isso para o nosso País... Se formos a contar com os nossos caríssimos governantes para ter esse papel, então estamos tramados, pois deixa muito a desejar a credibilidade, dedicação e estima que têm pelo País, e pelos seus concidadãos. Tratam do País? Ou de si e dos respectivos quintais? Dá ideia que vivemos à margem da governação, e essa elite- uma imensa minoria- qual sociedade secreta, é exclusiva dum grupo restrito de cidadãos, que volto a frisar marginaliza a maioria e que se aparta de quem vive dos rendimentos do seu trabalho e que não se movimenta nas altas esferas da aristocracia- proto-burguesa que vive à nossa custa, numa espécie de parasitismo simbiótico desde os tempos do Rei D. Fernando(p.Eg)
  • Chama-se evoluçao e progresso a projectos como o Alqueva, que supostamente era um dos últimos passos da "reforma agrária" ou mesmo uma nova revolução agrícola para o Alentejo! Iria irrigar todas as searas, olivais e vinhas. As pastagens para criação suina, ovina e bovina e produção queijeira e leiteira, além dos sobreiros e respectiva produção de cortiça. Certo é que a barragem está feita e a represa ao nível máximo da sua capacidade, mas passados oito anos, os canais de irrigação estão por fazer e a unica coisa que se produz é energia electrica e água para abastecer os campos de golf que crescem como cogumelos assim como os Spas/Resorts/Condominios privados e seus derivados...Entretanto a agricultura definha...E exporta cada vez menos, limitada que está pelas quotas impostas pela União Europeia


  • Temos em Troia, em plena reserva do estuário do Sado e das zonas mais virgens, mais puras e menos poluídas deste nosso canto à beira-mar, um"PIN"- anglicismo pomposo para "projecto de interesse nacional" que interessa a todos menos ao povo. Para fazerem mais um resortzito, para aquela classe e imensa minoria, que é a que mais abunda em Portugal que são os novos-ricos, uma espécie em "vias de extensão" para um turismo de luxo e de soberba qualidade, vão-se drenar os arrozais, ricos em espécies animais e vegetais, parte integrante da paisagem protegida da reserva do Estuário do Sado. É que o arroz ali produzido é arrasado para erradicar os mosquitos que incomodam o turista, e assim para limpar os mosquitos, destroi-se um ecossistema mais global, onde abundam as garças e os lagostins, além de provavelmente afastarem as cegonhas que são como que um Ex-libris e um orgulho para a população que ali habita e convive com essas aves há séculos. Mas há mais! A travessia de barco( Ferryboats Setubal - Troia) foi melhorada. Novos barcos, mais rápidos e mais confortaveis. Porém, não há bela sem senão: o preço aumenta para mais do dobro e o cais muda de lugar, para um local menos acessível às praias de modo a ser mais "cómodo" para o turista de primeira e num efeito "dois em um" afastar o turista pé descalço, tornando essa zona balnear quase excluiva e semi- privada.



  • A reabilitaçao urbana é sinónimo de uma salvo-conduto e uma entrada livre para as imobiliárias e construtores civis prosperarem. Contribuindo para a destruiçao de património de edificios classificados em vez de reabilitados. Deitam-se abaixo edificios do séc XVIII e XIX sendo mais rapido e mais barato, sendo só necessária a presença de operadores de maquinas, estou em crer que preferem pagar as coimas relativas à destruição de património do que empregar carpinteiros, Canalizadores, estocadores. pedreiros serventes etc. É obvio que é um tipo de obra mais demorada e que dava emprego a mais gente e numa altura em que é preciso produzir e dar emprego, faz todo o sentido. Prefere-se destruir um pedaço de história e também de uma dezena ou duas de familias que lucrariam com isso, em prol dum Pato bravo( vulgo construtor civil) e seu séquito que engordam! - Assim a especulaçao funciona e nunca acabará.
    Os exemplos são mais que muitos: Avenida da Liberdade, Fontes Pereira de Melo, Av da República e agora Rua da Junqueira, menos dois edifícios em Lisboa e mais um condominio de Luxo. Servirá esse empreedimento para trazer mais gente jovem para a Cidade de Lisboa que se desertifica e envelhece? Não... Servirá de segunda ou terceira habitação para aqueles dos resorts( a tal Imensa minoria) que compram como um investimento e Lisboa continua vazia. E depois queixa-se esta gente que lá fora é que é bom, as cidades vibram e estão plenas de locais de lazer durante as 24 Horas do dia, e há segurança, etc etc..Sem querer fazer comparações, e sendo objectivo. Destroiem, constroiem, desertificam e criticam a gestão da área metropolitana, dizendo que é Caótica...Mais uma vez a culpa.

    Termino fazendo a apologia daquele sentimento bem português de denegrir a nossa propria imagem, do negativismo e de fazer comparações com outros países, com aquela atitude primária do que vem de fora é que é bom e vendo sempre o lado mau do que por cá se faz , desculpabilizarmo-nos de tudo, não nos mentalizando que a culpa, a existir, é em primeiro lugar nossa, e se uma nova mentalidade tem que ser criada e uma mudança e evolução aplicada terá de partir de nós.
  • Apelo não a uma revolução mas sim a uma evolução interior que se propague e como um incêndio se alastre a toda a sociedade civil

terça-feira, 25 de maio de 2010

Festim




Uma luz brilhante invadiu os céus, num instante o silêncio, sentiu a luminosidade branca invadir-lhe as pálpebras, e quase cega-lo apesar dos olhos bem fechados, os tímpanos contraiam-se, apenas um silvo. Abriu os olhos e viu avançar de rompante, um onda de destruição na sua direcção, foi empurrado para trás ficando colado ao metal do carro de guerra, sem tempo para se aperceber das dores, chegou uma segunda onda de calor infernal, quesubitamente lhe cremou os cabelos,as sobrancelhas e quasquer pelos não cobertos pela armadura, queimando-lhe também a pele até à carne, fazendo-a estalar e cair. Desfaleceu.


Recuperou a consciência estava vivo e baralhado! E a guerra ia longa! Com a sua crueldade insensível destruía tudo à sua passagem. No campo de batalha, jaziam corpos mumificados, esqueletos quebrados em mil pedaços, pedaços de carne humana espalhada como num talho abandonado, e o chão polvilhado de cápsulas de balas e ogivas, esburacado pelas bombas de fragmentação que estilhaçavam a paisagem circundante, as árvores mortas eram o único ser reconhecível que se mantinham de pé, a cor predominante era o cinzento no chão e um amarelo duma névoa de gases químicos, com um cheiro acre irritante às vias respiratórias misturado com o cheiro doce dos corpos impregnados de morte. O céu sem cor, o bréu, uma tonalidade quase fluorescente, não se sabendo se era dia ou noite, e toda a atmosfera estéril, seca e fria.



Na trincheira, o Soldado tinha perdido os seus companheiros. O Capitão mantinha-se há dois dias a olhar pelos binóculo o horizonte do inimigo, a zona tinha sido bombardeada com uma arma experimental, e o seu corpo mantinha-se na mesma posição, olhando eternamente para o inimigo, sem olhos, sem carne, todo ele carvão, decompondo-se. O soldado olhava-o e invejava a sua sorte. Despertou deste seus pensamentos com o barulhos longínquo de explosões preenchiam o seu espaço, olhava em volta e nada. Apenas sons de vozes mecânicas voavam por cima, pedindo a rendição e capitulação. Alucinava. Agachado dentro do seu tanque camuflado e meio enterrado, disparava um último morteiro sem apontar qualquer objectivo e como que a dizer que ainda ali estava. Tapou os ouvidos e seguiu o caminho do projéctil que se despenhava sobre a trincheira adversária. Talvez já vazia e abandonada ou plena de cadáveres. Não sabia o resultado de tal acção nem tão-pouco merecia a sua preocupação.O rádio avariado, transmitia interferências, o radar quebrado em dois já nada indicava. Não iria abandonar o seu posto, teria de procurar munições, avançou uma trincheira e procurou no meio dos escombros algum cadáver recente para se alimentar e munições para carregar a sua M4-mk. Não havia carne nos corpos e tudo estava incinerado e calcinado. Achou um par de granadas e um cantil. Era a sua madrugada de sorte naquela trincheira.


A poeira começava a assentar. Seguiu em frente, caminhou quilómetros, alcançou uma floresta, ou o que restava dela, uma quantidade de palitos frágeis e queimados que se erguiam do solo. Subia por uma colina, que antigamente vibrava de vida, com o chilrear dos pássaros e os barulhos de raposas e lebres e outras espécies que habitaram entre a vegetação. Restava a terra petrificada e vítrea e a amalgama de troncos quebradiços. Sabia que do outro lado, no vale, houvera uma vila, quiçá poupada por um milagre...chegou ao cume e viu uma massa de cimento e cinza, as casas sumiram-se, o alcatrão das ruas misturava-se com o metal retorcido dos carros e de silhuetas de corpos a eles grudados. Procurava um sinal de vida naquela paisagem horizontal negra, perdia-se, não distinguia as ruas, das casas, nem os passeios dos jardins, tudo era uma amontoado de escombros cravados no chão e arrastados pela força bruta da tecnologia destrutiva do Homem.


Encontrou uma casa com as paredes do 1º andar de pé, e miraculosamente com a porta fechada, a curiosidade de ter encontrado algo familiar e as saudades de se identificar com algo que lhe parecesse com um lar fê-lo entrar. Lá dentro tudo destruído e sem tecto, porém debaixo de alguns escombros sobressaia uma porta, talvez uma cave. A custo abriu-a, entrou e viu pela primeira vez cores. Um abrigo! Uma escada de mármore, um corrimão de metal levavam-no a uma cave, desceu agarrado ao corrimão sentido a suavidade do ferro polido e brilhante, liga a sua lanterna e lança uma gargalhada.Descobriu uma adega intocada, virgem, como que uma imagem dum tempo que nunca mais existiria e não fora o pó e seria o local mais idílico da Terra; Uma mesa comprida ao centro, com dois bancos compridos de cada lado acompanhando a mesa. As paredes com fileiras e fileiras de garrafas armazenadas e na parede do fundo, presos com pregos, presuntos e chouriços, e salpicões em fumeiro. Sacando da sua catana leva um presunto, e duas garrafas, para a mesa e comeu desalmadamente. Incapaz de impedir as lágrimas, continuava a devorar tudo, porém saboreava lentamente os enchidos, como que a sentir a sua textura e degustando os seus cambiantes de sabor, apreciando inclusivé o salgado extremo e o ranço de alguns. Esboçou um sorriso por encontrar algo familiar, disse umas palavras de agradecimento para aqueles que antes possuíam aquele lar. Acabou por adormecer, ébrio e esgotado, estendido com os braços e a cabeça sobre a mesa.


Não sabe quanto tempo tinha dormido. Levantou-se pegando numa garrafa, com a sua lanterna explorou melhor aquela cave: uma lareira, utensilios vários de jardim, ferramentas e ao lado dum armário, uma pequena porta, estava fechada à chave. Disparou à fechadura e arrombou-a. Lá dentro uma sala de garagem. Havia um carro , mais ferramentas, pneus por todo o lado, e sentia cheiro a óleo, havia um portão que a muito custo abriu, encontrava-se no meio da vila outra vez. caminhava sem destino, olhava à volta e observava a morte em todas as direcções, deitou a arma fora, o uniforme e as botas.


Voltou à casa, fechou a porta, e sentou-se. Pôs a mesa, dispôs os enchidos por categorias e as garrafas por diferentes castas e ordenou-as por anos. Levantou-se, recuou e olha para a obra à sua frente. Deu graças e começou a cear. Seria o talvez o último homem, sentiu-se vencedor da batalha, logo tinha motivos para celebrar, e de súbito, reclamou para si tudo aquilo e chamou àquele lugar a sua casa, reconstruíria um lar e quiçá a vila! Autointitulou-se de presidente da câmara e deu vivas! Tudo isto merecia um festim! Bebendo até a exaustão.




Um bomba caia do céu entretanto, entrando pela sua bela sala, tudo explodiu em mil pedaços, o corpo despedaçado, morreu sentado, com um prato de chouriços à frente e a um copo de tinto agarrado.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Outro desabafo (sem sentido mas com direcção....)


Está na ordem do dia a liberdade de expressão assim como a moral e os bons costumes. Uma vez que estamos deficitários económicamente estamos superavitários em criar dramas, ardis, tramas e em cuscar a vida do outro.

Falam-se de tempos em que os filhos respeitavam os pais, em que a autoridade não era posta em causa, e havia respeito mútuo. Nesses tempos os pais viam os filhos, a autoridade era misturada com autoritarismo e o respeito era um conceito muito próximo do receio, do medo e da perseguição, não se pode falar aqui duma perseguição ao bom estilo da Gestapo/SS, mas sim ao inimitável modus operandi português, os perseguidos, volto a frisar, eram sempre os mesmos. Analisando friamente a questão, a autoridade e o respeito era só para alguns, nomeadamente uma aristocracia decadente que se tentava impôr desde as revoluções liberais, por decretos reais e constituições, que se por um lado davam direitos ao mais comum dos mortais,( vulgo: povo) por outro aumentavam o poder e as regalias doutros que ascendiam à nobreza, ou pelos menos faziam por isso. Num país que vivia no faz de conta e tentava "levantar hoje de novo o esplendor de Portugal", coisa que tinha tanto de ineficaz como se mostraria impossível, devido a uma mentalidade provinciana, que poucos conseguiram ultrapassar, excepção feita às gentes do Orpheu e Geração de 70, que quiseram abalar com os tais brandos costumes e a tal moral anacrónica que se tanto fala.
Os tempos mudam, assim como os conceitos, e penso que há várias formas de analisar a questão, dos outros tempos, a infromação era veiculada por uma franja da população que detinha o poder e que escrevia a história, sendo essa portanto deturpada à partida, pois de isenta tinha pouco.
A democracia chegou, e a liberdade deu origem a excessos, como em qualquer país em que o povo é amordaçado durante 48 anos e dão azo a grandes revoluções, não culturais nem ideológicas mas sim sociais. A democracia impos-se assim como os grandes grupos económicos. Havia a imprensa livre, e cada um capaz de se expressar livremente, mas a imprensa livre dependia de um qualquer grupo e assim se faz uma qualquer conspiração, deitam-se abaixo governos, ou mesmo denegrir a imagem de um qualquer inimigo ou se livrava rápidamente de qualquer pedra no sapato.

Há demasiada informação canalizada para os nossos sentidos, e a capacidade de absorção da mesma torna-se selectiva, e tomam-se partidos, não sabendo o cidadão comum se a noticia que houve sobre uma qualquer assunto é credível por falta de noção de a fonte ser fidedigna.
Uma vez que não se absorve tudo, nem existe, uma capacidade da parte do cidadão da triagem por falta de formação, ou muitas vez por falta de bom senso. Muitas vezes por esse mesmo cidadão não fazer um esforço para estar informado e esclarecido sendo capaz de interpretar à luz do que lhe é transmitido e de ele próprio fazer a sua leitura, vivendo-se assim na ignorância.

A ditadura acabou, mas vivemos escravos da tv e da internet que são os novos ópios do povo, embora a recente visita do Papa demonstre que a religião ainda dá cartas, e que apesar dos recentes escandalos e de frases onde se profetiza que o preservativo em África serve para espalhar e contagiar doenças como a SIDA/HIV...palavras para quê?

Voltamos ao tempo em que a heraldica deixa de fazer sentido no entanto um "dr" à frente do nome equivale quase a um brasão de familia. Não será preciso falar dos cargos publicos que deixaram se ser definitivos e de passarem de pais para filhos, no séc XIX, para hoje em dia sabermos que o sistema continua a ser assim, embora não se chamem cargos definitivos, mas sim concursos publicos destinados a qualquer cidadão, desde que preencha uma série de critérios, que nomeadamente são tão redutores que elegem precisamente um qualquer familiar, parente, amigo, amante etc etc...

Vivemos no tempo da tolerância em desprimor do tão apregoado respeito. Mas quer isso dizer que se tolera o próximo mas não se aceitam as suas convicções???
Vivemos tão rápido que a vida do próximo é como a novela, e em que a imagem é mais importante que a presença de espirito e em que o amor ao próximo é uma virtual, uma vez que vivemos na era das redes sociais, e a socialização e o contacto já não é no café, é no ciber-café, o contacto não é real, passa a virtual e quanto a mim passa tudo a surreal...

( texto não revisto, nem actualizado e expressa apenas a minha opinião)


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Quem é Tolerante...Tolera apenas? (será semântica???)

Pensamentos duma segunda-feira qualquer...
O empregado do mini-preço abriu uma terceira caixa:
"podem avançar para esta pela ordem de chegada!"
Um rapaz que levava 2 coca-colas uns donuts e 2 pacotes de batatas fritas e apesar de estar em terceiro na ordem e antes de mim, adiantou-se....
As duas senhoras antes dele protestaram mas caiu em saco roto.
Falaram da educaçao e da decencia.
Contestei e falei na solidariedade e como era um conceito que estava na moda.
A segunda senhora retorquiu com um seco e banal: para estes nao há nada disso!
discordei dizendo que o conceito que falei nao conhecia raça nem credo. A resposta nao podia ter sido mais acre: São todos iguais!
Disse eu entretanto que iguais era quem via as diferenças pelas cores e nao pelas atitudes...a senhora e o rapaz sairam fiquei com os meus pensamentos, chegando a ser condescendente com o rapaz e a ter pena e desdém pela senhora.
Mais à frente no tempo e no espaço: Pede-se licença para ir à casa de banho. Resposta maquinal: sò para clientes!
Sem alternativa e aflito faz-se no descampado junto à estaçao de alcantara... "olhem para aquilo! que animal!" dizem ao longe.
As portas do comboio abrem, e antes de alguém conseguir sair, uma senhora força a entrada, acto contínuo e pela 3ª lei de Newton, é empurrada em sentido contrário ao dela com um" com licença" sarcastico.A Senhora vai sentada e no restante trajecto resmunga e declama dramáticamente. Ao telemóvel fala de trivialidades mostrando à restante carruagem que hoje tinha vindo de comboio e que era horrivel viajar com o povo: "Bruto, analfabeto e insolente". Gente sem classe decerto!( faltam carruagens de 1ª, chamo à atenção a CP por essa falha imperdoável). Enquanto isso come um Épá, sai na sua estaçao e deita a embalagem para o chao. É chamada à atençao para esse facto.Talvez por alguém que passou à frente na fila supermercado e provavelmente quem a impediu de sair quando entrara no comboio. Gente fina é outra coisa!
"Vivemos no melhor dos Mundos" parafraseando Voltaire