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terça-feira, 18 de maio de 2010

Outro desabafo (sem sentido mas com direcção....)


Está na ordem do dia a liberdade de expressão assim como a moral e os bons costumes. Uma vez que estamos deficitários económicamente estamos superavitários em criar dramas, ardis, tramas e em cuscar a vida do outro.

Falam-se de tempos em que os filhos respeitavam os pais, em que a autoridade não era posta em causa, e havia respeito mútuo. Nesses tempos os pais viam os filhos, a autoridade era misturada com autoritarismo e o respeito era um conceito muito próximo do receio, do medo e da perseguição, não se pode falar aqui duma perseguição ao bom estilo da Gestapo/SS, mas sim ao inimitável modus operandi português, os perseguidos, volto a frisar, eram sempre os mesmos. Analisando friamente a questão, a autoridade e o respeito era só para alguns, nomeadamente uma aristocracia decadente que se tentava impôr desde as revoluções liberais, por decretos reais e constituições, que se por um lado davam direitos ao mais comum dos mortais,( vulgo: povo) por outro aumentavam o poder e as regalias doutros que ascendiam à nobreza, ou pelos menos faziam por isso. Num país que vivia no faz de conta e tentava "levantar hoje de novo o esplendor de Portugal", coisa que tinha tanto de ineficaz como se mostraria impossível, devido a uma mentalidade provinciana, que poucos conseguiram ultrapassar, excepção feita às gentes do Orpheu e Geração de 70, que quiseram abalar com os tais brandos costumes e a tal moral anacrónica que se tanto fala.
Os tempos mudam, assim como os conceitos, e penso que há várias formas de analisar a questão, dos outros tempos, a infromação era veiculada por uma franja da população que detinha o poder e que escrevia a história, sendo essa portanto deturpada à partida, pois de isenta tinha pouco.
A democracia chegou, e a liberdade deu origem a excessos, como em qualquer país em que o povo é amordaçado durante 48 anos e dão azo a grandes revoluções, não culturais nem ideológicas mas sim sociais. A democracia impos-se assim como os grandes grupos económicos. Havia a imprensa livre, e cada um capaz de se expressar livremente, mas a imprensa livre dependia de um qualquer grupo e assim se faz uma qualquer conspiração, deitam-se abaixo governos, ou mesmo denegrir a imagem de um qualquer inimigo ou se livrava rápidamente de qualquer pedra no sapato.

Há demasiada informação canalizada para os nossos sentidos, e a capacidade de absorção da mesma torna-se selectiva, e tomam-se partidos, não sabendo o cidadão comum se a noticia que houve sobre uma qualquer assunto é credível por falta de noção de a fonte ser fidedigna.
Uma vez que não se absorve tudo, nem existe, uma capacidade da parte do cidadão da triagem por falta de formação, ou muitas vez por falta de bom senso. Muitas vezes por esse mesmo cidadão não fazer um esforço para estar informado e esclarecido sendo capaz de interpretar à luz do que lhe é transmitido e de ele próprio fazer a sua leitura, vivendo-se assim na ignorância.

A ditadura acabou, mas vivemos escravos da tv e da internet que são os novos ópios do povo, embora a recente visita do Papa demonstre que a religião ainda dá cartas, e que apesar dos recentes escandalos e de frases onde se profetiza que o preservativo em África serve para espalhar e contagiar doenças como a SIDA/HIV...palavras para quê?

Voltamos ao tempo em que a heraldica deixa de fazer sentido no entanto um "dr" à frente do nome equivale quase a um brasão de familia. Não será preciso falar dos cargos publicos que deixaram se ser definitivos e de passarem de pais para filhos, no séc XIX, para hoje em dia sabermos que o sistema continua a ser assim, embora não se chamem cargos definitivos, mas sim concursos publicos destinados a qualquer cidadão, desde que preencha uma série de critérios, que nomeadamente são tão redutores que elegem precisamente um qualquer familiar, parente, amigo, amante etc etc...

Vivemos no tempo da tolerância em desprimor do tão apregoado respeito. Mas quer isso dizer que se tolera o próximo mas não se aceitam as suas convicções???
Vivemos tão rápido que a vida do próximo é como a novela, e em que a imagem é mais importante que a presença de espirito e em que o amor ao próximo é uma virtual, uma vez que vivemos na era das redes sociais, e a socialização e o contacto já não é no café, é no ciber-café, o contacto não é real, passa a virtual e quanto a mim passa tudo a surreal...

( texto não revisto, nem actualizado e expressa apenas a minha opinião)


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