Volto a um tema recorrente aqui no meu cantinho....A moral, os bons costumes, a etiqueta, ou então numa de devaneio intelectual/social: um "manual da Paula Bobone", no fundo queria escrever um manual do que está In e o que está Out mas penso que não esteja a altura dessa herculea missão e da responsabilidade moral que isso acarreta! Pois além de serem dois anglicismos que estão muito na moda, falo dum tema que me ultrapassa e transcende de modo que provavelmente terá várias lacunas e falhas graves.
É IN ser xenófobo- O racismo está em alta.
É IN ser-se comuna - O comunismo voltou a ser fashion e o capitalismo está OUT e é demodé (faltava aqui um galicismo que fica sempre bem), embora dê mostras de decadência, está na mó de cima,prova disso é a especulação bolsista e imobiliária a atingirem niveis nunca antes vistos, mesmo com a crise se ter batido no fundo.
É IN ser gay -Embora haja muito homofóbico, ser gay é quase um estatuto.
É IN o machismo - está ultrapassado mas a violência doméstica é noticia diária.
Assim como a nova moda do Bullying, outro IN, que sinceramente não sei o que isso é, mas sinto que seja qualquer coisa como as brincadeiras violentas que se fazem desde a minha escola primária mas que agora tem um anglicismo e assim aparenta ser algo de muito mais grave...
É IN ser feminista - Embora esteja fora de moda, por haver cada vez mais paridade entre os sexos é muito fashion haver feministas, mais ainda se é uma mulher casada e tenha um amante que seja outra mulher, assim acumula funções, além de ter uma relação extra-conjugal é lésbica. É IN ter animais domésticos, mas tê-los em formato time.sharing - Arranja.se um cãozinho para os pequenos em Setembro e abandona-se no ano seguinte em finais de Julho, quando a familia vai para Cancun.
É IN ir ao ginasio mas sem preocupaçoes de saude fisica - abusa- se do esforço fisico, não com preocupações de "corpo são em mente sã", mas apenas para queimar o superavit de chicken mcnuggets, Um bem-estar que é sazonal! Vai-se ao ginásio em Maio, antes das férias, e no resto do ano come-se que nem um alarve.
É IN ter o filho num psicologo\psiquiatra mesmo que não padeça de nenhuma maleita do foro psiquico-neurologico, sempre é tema de conversa no local de trabalho com os colegas, e o puto, mesmo que seja o mais saudável ficará maluquinho de certeza, e aí quando chegar à idade adulta, já se enquadre na sociedade e insere-se perfeitamente no mercado de trabalho pois não há ninguém que seja são da moleirinha.
É IN a familia auto-médicar-se, mesmo que não haja nenhuma doença e sempre se pode trocar comprimdos com os colegas e amigos, em vez de se trocar cromos da bola.
É IN ir a uma peça do La Féria mesmo que seja a brejeirice mais foleira, é um acto social de louvar e aos amigos diz-se se que foi a um peça de teatro.
É IN ir sitios exoticos nas férias, apesar da familia ser racista, e odiar misturar-se com aquela gente, passam 10 dias em regime de meia-pensao sempre com uma uma enorme desinteria, por querer experimentar a comida daquela gente, e é um must tirar 7 rolos e meio de fotos embora haja um desinteresse enorme pelos costumes locais! Interessa é que se comente depois numa festa ou com colegas e amigos que se foi à Papua Nova Guiné...
é IN pôr os pais num lar assim como os animais que sao descartaveis. E so dão jeito nos aniversarios dos miudos pois oferecem presentes mais caros, porque calha bem pois a familia ainda está a pagar a crédito as fèrias à Papua.
Enfim...só não é In o bom senso, nem as preocupações humanistas e do colectivo, vivemos numa época individualista e dum egoismo exacerbado.
Aboliu-se tudo e ultrapassámos a idade do proibido proibir que vem do Maio de 68 e que chegou aqui ao nosso cantinho só em 74 (e mesmo assim ainda chega aos pedaços faltando ainda muita coisa).
Já na altura de Camões mudavam-se os tempos e as vontades. Na actualidade e nestes tempos pos-modernistas que atravessamos, além das vontades muda-se tudo o resto, embora fique tudo na mesma. Não porque falte imaginação a esta geração mas porque desde dos anos 80 e 90 que está tudo criado e neste novo século, por mais que se crie apenas se recria, porque vivemos num periodo de vazio ideológico, cultural, artístico, etc. Apesar de tudo abrem-se novos conceitos e preconceitos. E assim se vive de aparências....
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