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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Na Era do Onirilítico


Fechei os olhos e gritei.

Pensava ainda. Mas não raciocinava. Binário. Tal e qual mosca que esvoaçava contra o vidro a tentar sair para a luz. Tacteio à volta. Fechado e sem ar. A escuridao absorvia-me e fiquei no mesmo tom. Cada vez mais apertado, senti-me a definhar e a definir:

Um peixe fora de agua. Um pássaro privado de asas. Um fóssil num zoo em exibição.

Parei, abri os olhos e continuava na repartição. Um utente olhava-me à espera dum carimbo.
Levantei-me. Bebi café. Estava na hora, da mudança.

Tornei-me nómada e ocupei uma gruta. Bocejei. Que maçada!

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