à espera da primavera, vim ver o mar.
ainda não chegou, e mesmo assim já me faz desesperar.
Aguardo com obcessão,
procuro no horizonte também pelo verão
andam sempre juntos, ele e a primavera
porém nunca se encontram só no dia de transição.
vou no comboio do tempo, num desenfreado vagão
só o pararei num equinócio ou no solsticio de verão.
a primavera aproxima-se no tempo
mas ainda longe no espaço
faz-me e sonhar com ela e por ela suspirar
e entretanto que eu faço?
talvez procurar os sinais
como a andorinha no ar,
as flores na terra
e os e os pardais?
Prestes a nascer e a chilrear
enquanto não chega tento continuar,
e não páro nem posso parar
o inverno passa e chega de hibernar
As cores, as novas formas e odores recentes
trazem lembranças dum passado e de coisas ausentes,
as nuvens negras em cima são dissipadas por recordações
memórias de conversas à beira-mar,
e com a primavera passear
ouvi-la vê-la e receber tudo o que tem para dar,
e a ela ofertar todas as minhas sensações e emoções,
e continuar estupidamente a partilhar,
ou apenas ingenuamente a contemplar
o contentamento eminente
o rejubilo ausente
a alegria presente
tudo! e mesmo tudo está aqui para ficar
pois se vem a primavera
e em mim reparar
vou dar uma volta à terra
rodear toda a esfera
e ir até ao Sol sorrir e continuar a esperar
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