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terça-feira, 15 de março de 2011

A minha primavera


à espera da primavera, vim ver o mar.

ainda não chegou, e mesmo assim já me faz desesperar.

Aguardo com obcessão,

procuro no horizonte também pelo verão

andam sempre juntos, ele e a primavera

porém nunca se encontram só no dia de transição.

vou no comboio do tempo, num desenfreado vagão

só o pararei num equinócio ou no solsticio de verão.

a primavera aproxima-se no tempo

mas ainda longe no espaço

faz-me e sonhar com ela e por ela suspirar

e entretanto que eu faço?

talvez procurar os sinais

como a andorinha no ar,

as flores na terra

e os e os pardais?

Prestes a nascer e a chilrear

enquanto não chega tento continuar,

e não páro nem posso parar

o inverno passa e chega de hibernar

As cores, as novas formas e odores recentes

trazem lembranças dum passado e de coisas ausentes,

as nuvens negras em cima são dissipadas por recordações

memórias de conversas à beira-mar,

e com a primavera passear

ouvi-la vê-la e receber tudo o que tem para dar,

e a ela ofertar todas as minhas sensações e emoções,

e continuar estupidamente a partilhar,

ou apenas ingenuamente a contemplar

o contentamento eminente

o rejubilo ausente

a alegria presente

tudo! e mesmo tudo está aqui para ficar

pois se vem a primavera

e em mim reparar

vou dar uma volta à terra

rodear toda a esfera

e ir até ao Sol sorrir e continuar a esperar

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