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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Interacção social

Numa altura em que a crise paira como uma nuvem negra sobre as nossas cabeças, e esta tempestade está longe de terminar, criam-se clivagens entre as pessoas, seja por insegurança financeira, economica, social e mesmo a nível pessoal. Isso que coloca pressão sobre nós e exacerba a nossa percepção do mundo e dos outros, havendo lugar a alterações na forma de estar e e de ver os outros e mesmo de interagir.
Os medos e as fobias que existem aumentam exponencialmente. a intolerãncia aumenta e a aceitação do outro é relegada para segundo plano.
Nunca me ensinaram a odiar ninguém. E numa sociedade que é essencialmente católica tive uma educação em que os principios eram basicamente de dar a outra face e praticar o bem, naturalmente é bem mais que isto mas mesmo correndo o risco de a resumir drásticamente e ser redutor. Adiante; Ensinaram-me também a proteger-me e a ter amor próprio pois pode cair-se no engano de em todos crer e ser-se manipulado por ingenuidade.
Apesar destes ensinamentos e das deformações que o tempo providenciou tento ser assertivo. Não que o seja, mas almejo a tal estatuto, pois cada ser humano e em cada dia que passa aprende algo e com isso aperfeiçoa-se.
O Homem é gregário, logo gosta de interagir e de se expressar, daí que comunique e transmita o seu Eu a terceiros.Também existe em cada um de nós um filosofo, um profeta, e um psicologo de algibeira...
Como qualquer alma que por cá anda, eu gosto de conversar e de conhecer novas pessoas e transmitir-lhes os meus ideais e conceitos pois isso faz parte do conhecimento mútuo. Contudo quando o faço, não quero impôr a minha visão  mas sou livre de o fazer desde que nao interfira com a sua  "bolha"( ou espaço vital), nem ultrapasse os limites do bom senso nem tão-pouco devasse ou o prive da sua liberdade e da sua consciência. Pois somos livres e ainda mais nesta data( da Revolução)es tenho o direito a dar a minha opinião. Pois além de gregários todos somos opiniáticos.
Eu não tenho de ganhar uma discussão, mas gosto de partilhar a minha opinião, como dizia, e gosto que esta seja entendida pois nela estão decerto os meus principios e ideias e portanto aquilo que me torna e forma como ser humano.
Intergridade, justiça e honestidade não são palavras vãs, ora se aplico os seus conceitos, isso já é outra coisa! Mas pelo menos tento, e evito parecer algo que não sou pois entrarei em contradição e faria de mim alguém falso.
Todos nós temos capas, que servem para nos proteger, Assim como máscaras quiçá para esconder os nossos defeitos ou então para não revelar certos aspectos que desejamos guardar só para nós, seja por pudor ou qualquer outra razão.
O que me faz espécie é haver quem nos catalogue, ou classifique, num determinado tipo ou estilo, sem perguntar de antemão o que nos leva a ser assim ou a fazer tal acto. São juizos de valor  desnecessários numa sociedade que pretende à priori colocar-nos no mesmo cesto que os outros e que nao tem tempo para nos analisar, tem preguiça de esperar, ou carece de paciência para nos julgar com conhecimento de causa. Criando atritos e mal-entendidos e gerando conflitos desnecessários e sem razão de ser por apenas haver essa necessidade extrema ou esse cliché de vulgarizar e banalizar o outro por qualquer acção ou atitude que vá em de acordo com uns padrões pré-estabelecidos! Ao se aperceber dum gesto ou atitude similar a uma já pré-concebida rotula-se logo maquinalmente sem dar oportunidade ao outro de mostrar o seu eu verdadeiro e inclusivé até pode condicionar o verdadeiro conhecimento e entendimento, pois é uma acção que pode ser um pau de dois bicos ao fazer com que o alvo da ideia pre-concebida reaja de forma anti-natura e perca a espontaneadade e se torne então fruto duma criação anacrónica. Ou seja, ao querer que algo seja de determinada côr vai provocar que se seja de facto dessa cor e se criem logo anticorpos no diálogo, na diálise ou no comportamento que se vai certamente adulterar.
Em Suma cabe-me afirmar que as interacções sociais estão tão confinadas a uns padrões deveras estanques e robotizados que se perde toda a naturalidade e o comportamento inato, havendo então acções  despropositadas, por ignorância ou por falta de paciência que provocam reacções também elas disconexas, gerando assim conflitos mesquinhos em situações banais que seriam resolvidas de forma fácil se houvesse uma maneira hábil e uma cedência de tempo e espaço ao outro para que se deixe mostrar sem quaisquer pressões e a coisa saia com naturalidade. A intolerancia e os ódios são criados, assim como as guerras, por diferendos ridículos, por serem mais fáceis de lidar do que dar tempo ao outro lado para se sentar e se acatar, olhando as semelhanças e respeitando as diferenças!
Faz-me espécie o racismo e o machismo, pois não há que aceitar a diferença, basta que se veja tal coisa com indiferença!

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