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terça-feira, 17 de março de 2009

Decepção audiovisual

A subida foi íngreme, custosa mas calmante. Um descanso merecido sentado numa rocha de granito aquecida pelo sol da tarde.a brisa fosse gelada e cortante. O pensamento esvaziado, a respiração lenta e sem esforço, o corpo relaxado, e a recepção emocional leve e ingénua. Observava o feito, e o horizonte em circunferência. Chamou à atenção, ao longe, algo inusitado naquele lugar inóspito sem vivalma e amorfo de vida; Uma mancha escura, esbatida contra o verde do musgo longínquo, mudava de lugar muito lentamente, ou movimentava-se em bloco e quase imperceptivelmente, uma ilusão de óptica talvez, devido à distancia. Seria um conjunto de animais que pastavam lá em baixo na planície verdejante? Algo assombrava à distância aquele vale sem nenhuma árvore, rocha, ou qualquer ponto de referência que servisse de escala. Daquilo, e à lonjura da distância só era distinguível não a forma, mas apenas a cor que devido ao dia soalheiro pareciam, de cor cinza, ou pardacento. A curiosidade, leva à aproximação, descendo a vertente. O vento era contra evitando assim o reconhecimento auditivo ou olfactivo. Mas ao chegar perto o horror toma lugar, uma mescla de ratos em plena autofagia, e varejas que circulavam e orbitavam neles, uma orgia de cadáveres e uma massa disforme em putrefacção, um cheiro nauseabundo tomava forma e tolhia a visão, uma imagem dantesca cobria agora a paisagem qual tempestade de areia que tudo transformava, dando lugar às sensações mais agonizantes. Tudo terminou num breu cataclismático e um vazio, dando lugar ao caos e às trevas.

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