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segunda-feira, 27 de abril de 2009

terceira Parte

Em conclusão e na encruzilhada que se encontrava, Martinho tentava dar-se a conhecer a quem tinha tempo, a quem tinha em si a característica do que nos torna diferentes do restantes animais, a percepção, a capacidade de questionar, ou mesmo ter em si um factor importante, a capacidade de ser humano. Martinho era capaz de amar, de se dar, e de se entregar aos outros, porém nessa demonstração do seu eu, era confrontado com uma treamenda resistência. Os diálogos em monólogos, as acções sem reacções, na sua vivência era como se estivesse rodeado de estátuas de sal, gente autista, incapaz de entender mais do que as suas próprias ideias, e mesmo essas, muitas vezes, de dificil captação.
Andava assim com um espinho cravado na sua mente que lhe trespassava a espinal medula e atingia o coração, limitando-o e aumentando nele um desgosto, de ser igual a qualquer um,mas que por detrás do ódio que emanava de todas as direcções, escondia-se nele um desejo quase assassino de amar, e apesar de o verem, e de o ouvirem pregar tais sentimentos, ninguém o sentia ou escutava. Acabava por sentir que nunca o atingiriam ou descodificariam. E passado já tanto tempo continuavam sem entender, e tinha uma intensa necessidade de querer viver, e fazer-se integrar. Questionava-se como recomeçar? por onde ir? que caminho trilhar? interrogava-se como fazer passar a mensagem, infelizmente o mundo estava demasiado ocupado para o escutar, ligado ao virtual, conectado noutra frequência, transmitindo ou recepcionando noutro comprimento de onda,vendo o mundo através de lentes doutro espectro, focalizado em entrar no seu umbigo, tentado voltar para o útero, hibernando, e viajando neste planeta com mortos-vivos, confusos, iludidos, afastando-se para sempre, como se a velocidade centrifuga desta esfera, os atirasse para longe, para o vácuo, pairando distraidos no espaço, no vácuo, não se importando que esse mesmo vácuo, impedisse a comunicação e assim, no meio do seu sublime vazio dispersassem e destruissem a mais que fundamental informação, a mais básica sensação ou a primária emoção.
FIM

3 comentários:

Porcelain disse...

Basta que Martinho seja nem que seja um bocadinho diferente dos demais, tenha as suas ideias mais livres que as dos demais que se prendem à norma e por ela se regem; basta que Martinho esteja um pouco mais próximo de si mesmo e do seu coração, para que os demais já não se dêem ao trabalho de o perceber, o rotulem de algo desagradável e o metam de parte.

E se Martinho se dá bastante aos demais, então será pânico geral, pois os demais julgarão logo que quer algo em troca, ou simplesmente que não é normal, e fugirão dele a sete pés.

Martinho será compreendido no dia em que acreditar que existem pessoas capazes de o compreender e valorizar... talvez essas pessoas tenham até estado sempre mais ou menos por perto e ele não se apercebera, pois estava demasiado concentrado nas outras que não interessam...

A melhor forma que Martinho tem de se fazer integrar é mostrar-se tal como é... e um fenómeno maravilhoso sucederá quando um ser humano tem essa coragem: quem não interessa desaparece como que por magia e quem realmente interessa fica finalmente visível.

O caminho? Só há um... uma borboleta pousou o outro dia no meu blog e segredou-me: o do coração... e mais nenhum.

:-))

FIM?? Ohhh... agora que eu estava começar a ser fã das aventuras do Martinho!! Não sei quanto ao resto da freguesia do teu blog... mas eu cá peço BIS!! :-D

Bjoka!

Cruztáceo disse...

não haverá continuação, talvez quem sabe haja uma sequela de ficção cientifica, mas por ora, tomará o caminho da borboleta!

Anónimo disse...

:D A borboleta fica radiante!