Vivemos numa crise. Num mundo que já não reconhecemos, que depois de tanto viajarmos nele, perdemo-nos, pelo menos assim o sinto. Dão-se nomes às coisas, desligámo-nos da terra e já nem olhamos as Estrelas, e nem sequer tempo há para nos observarmos ao espelho. Mas catalogamos tudo e até criamos novas Eras e novos tempos. Vivemos também na era dos Ismos; Positivismo, determinismo,socialismo realismo, iluminismo, entre outros, mas de iluminação, só mesmo ao fundo do túnel. Agora é mais o pessimismo e egoísmo que parecem vingar...
Entretanto entrámos numa nova crise, mais outra. Vivemos no meio da crise. Uma crise económica e financeira, ou como lhe queiram chamar pois até ver, há liberdade de expressão, e temos nas mãos, na opinião de muitos, uma crise maior; de valores, de princípios, de ideais, e de falsos moralismos.
No texto que publiquei anteriormente, Antero, Eça, entre tantos outros, já no séc XIX, e na apelidada "Geração de 70" apontavam os males deste país e as soluções para os mesmos.
Preocupados que estavam os nossos estadistas com o desenvolvimento económico e material, esqueceram-se do social e emocional, apesar de tantas revoluções e tantos "ismos", entre elas, as liberais, sexuais, culturais e outras que tais. Naquele tempo e depois das invasões francesas, houve revoluções para todos os gostos, a liberal, a setembrista, a de costa Cabral, a de Fontes Pereira de Melo, e a da Maria da Fonte. E os tais ismos a vulso e por catálogo.
Perdidos no meio de tanta ideologia, a nobreza continuava intocável, e a burguesia dava os primeiros passos para tomar de assalto os cargos políticos, mas para tratar de se governarem a si mesmos, pois o povinho que sempre foi o sustento de todos, que se entendesse, e que se governasse com o que tinha e com as migalhas que sobravam.
Com o "Grito do Ipiranga" no Brasil, e abertura dos seus portos aos mercados internacionais, ja não havia já ouro que nos valesse, e a nossa autonomia e independencia estava em risco, com Ingleses a sacarem o que restava, deste canto à beira-mar, com uma industria que estagnava e já a dívida externa aumentava.
Passaram os anos,e pouco mudou.
Veio a republica e finalmente a autocracia (ou ditadura) de Salazar, que muitos saudosistas continuam a venerar, qual bezerro de Oiro.Onde já não é o povo quem mais ordena, nem nunca chegou a ordenar, e nesta altura do campeonato, com o lapis azul e o ditador soft que dispunhamos, mas que chegava para nós, já este nobre povo se acomodava à sua triste sorte, a uma sina miserável, a uma vida mesquinha e também ao Fado,a nossa montra da cultura no exterior, que demonstra a nossa maneira de ser, uns coitadinhos, uns desgraçados, que ficaram para trás no tempo, anacronicamente na altura em que eram grandes e dominavam os 7 mares e os 4 cantos do mundo.
Porém esta nossa gente muito protesta( eu incluído), mas nunca faz ou nem fez nada, e continua a deixar que os outros os governem e nos entrementes se governem.Entretanto entrámos numa nova crise, mais outra. Vivemos no meio da crise. Uma crise económica e financeira, ou como lhe queiram chamar pois até ver, há liberdade de expressão, e temos nas mãos, na opinião de muitos, uma crise maior; de valores, de princípios, de ideais, e de falsos moralismos.
No texto que publiquei anteriormente, Antero, Eça, entre tantos outros, já no séc XIX, e na apelidada "Geração de 70" apontavam os males deste país e as soluções para os mesmos.
Preocupados que estavam os nossos estadistas com o desenvolvimento económico e material, esqueceram-se do social e emocional, apesar de tantas revoluções e tantos "ismos", entre elas, as liberais, sexuais, culturais e outras que tais. Naquele tempo e depois das invasões francesas, houve revoluções para todos os gostos, a liberal, a setembrista, a de costa Cabral, a de Fontes Pereira de Melo, e a da Maria da Fonte. E os tais ismos a vulso e por catálogo.
Perdidos no meio de tanta ideologia, a nobreza continuava intocável, e a burguesia dava os primeiros passos para tomar de assalto os cargos políticos, mas para tratar de se governarem a si mesmos, pois o povinho que sempre foi o sustento de todos, que se entendesse, e que se governasse com o que tinha e com as migalhas que sobravam.
Com o "Grito do Ipiranga" no Brasil, e abertura dos seus portos aos mercados internacionais, ja não havia já ouro que nos valesse, e a nossa autonomia e independencia estava em risco, com Ingleses a sacarem o que restava, deste canto à beira-mar, com uma industria que estagnava e já a dívida externa aumentava.
Passaram os anos,e pouco mudou.
Veio a republica e finalmente a autocracia (ou ditadura) de Salazar, que muitos saudosistas continuam a venerar, qual bezerro de Oiro.Onde já não é o povo quem mais ordena, nem nunca chegou a ordenar, e nesta altura do campeonato, com o lapis azul e o ditador soft que dispunhamos, mas que chegava para nós, já este nobre povo se acomodava à sua triste sorte, a uma sina miserável, a uma vida mesquinha e também ao Fado,a nossa montra da cultura no exterior, que demonstra a nossa maneira de ser, uns coitadinhos, uns desgraçados, que ficaram para trás no tempo, anacronicamente na altura em que eram grandes e dominavam os 7 mares e os 4 cantos do mundo.
interludio
Hoje no comboio em vez do habitual número de carruagens, chegou com menos três .Um Utente todo inchado e inflamado de raiva, pelo estado do país e pelo estado traumático que lhe provocou esta enorme inconveniência: de não ir no seu lugar da sua carruagem, do seu comboio das 9: 25 que rotineiramente apanha, reclamou com o revisor, que isto era uma vergonha, e que não podiam fazer isto, etc etc, por azar sentou-se ao meu lado e tal qual senhor feliz e senhor contente dizia à gente como vai este pais. Incomodado fiquei eu também com tal superavit de informação que debitava, pedi licença para me mudar, pois apesar de estar quietinho a ler o Destak e de auscultadores, estava farto daquela palestra cliché que declamava. Perguntou-me se estava a incomodar ao que eu respondi que sim, e ao qual retorquiu que não deveria ter votado "neles"(Neles quem?), e eu discordei, não votei neles, e o senhor respondeu que também não tinha neles votado e eu então finalmente disse-lhe para não votar também nos outros. Ficámos por aqui. Mudei de lugar e aumentei o som, ficando certamente o senhor a falar para uma plateia de utentes da Cp que certamente o aplaudiam. Quem não tinha culpa disto, era certamente o Revisor que decerto que não acordava de madrugada para atrelar as carruagens da composição antes de começar a picar os bilhetes.
Fim do interludio
Ora, isto demonstra que o Zé( o povinho) protesta fora dos locais próprios para o efeito, canaliza mal o seu descontentamento, (basta verificar, que quando estamos em bicha num semáforo 2 segundos antes de passar para verde já estão a apitar desde o segundo lugar da fila até ao ultimo!...) e aponta sempre o dedo aos mais pequeninos. O Estado a que chegámos, e se estamos desempregados, é sempre culpa do preto, do cigano, do brasileiro, do moldavo, etc, se formos funcionários privados a culpa é do governo e dos funcionários públicos, se formos funcionários públicos a culpa é de todos os outros acima indicados e assim em diante. E ao fim ao cabo, a culpa é também dos subsídio-dependentes, categoria em que se inserem os desempregados, ciganos, toxicodependentes e qualquer classe que se reprove ou que naquela altura se aponte como marginal e proscrita.
Acontece é que estes comentadores politicos, ou esta nova burguesia, ou estes pé-descalços com laivos de novo-riquismo, ou gente brasonada, que como está reformada ou nada de melhor tem que fazer, são também os principais culpados do estado da nação e a principal implicada na crise.
Os pequenos e médios empresários(pme´s), que compõem o grosso do tecido empresarial português, e grande parte dos empregadores nacionais, são extremamente dependentes do Estado. Em algo que precisem de ajuda pecuniária, e antes de pedirem aos bancos, vão pedir ao estado. Têm medo de arriscar, e quando é preciso contratar novos empregados ou desenvolver novos projectos, ou inovar recorrem ao Estado! Custa-lhes arriscar. Custa-lhes tirar dinheiro do seu bolso para aplicar em gente ou em meios! É sempre preferível terem a mão do Estado por baixo! " e se o projecto falhar? " "- Deixa estar que é o estado que suporta os custos!" A Empresa vai falir! deixa estar que o Estado ajuda e injecta dinheiro!
E Assim o empreendorismo e a inovação não passam do papel na maioria dos casos, e quem se lixa? É o mexilhão!
Não quero com isto transparecer que defendo o Estado, pois é uma máquina pesada, Kafkiana, e tem culpas no cartório, pois é composta por pequeno-burgueses que ascendem à nobreza que começaram por ser subsidio-dependentes também! Pois os exemplos chegam detrás. Após a Expansão( os afamados descobrimentos), não se adaptou aos novos tempos, nem ás novas exigências do mercado, a revolução industrial passou ao lado, e por cima do Zé, e a população maioritariamente rural, com a chegada das Estradas e dos Carris às suas terras, apanhou o comboio para as Capitais, deixaram de ser competitivos e com os produtos que chegavam do resto da Europa, ou das Colónias, a um preço muito mais baixo! As gentes acumulavam-se às portas da cidade em busca de novos empregos, e a burguesia, os pme´s subiam , e enriqueciam meteoricamente e eram muitas vezes parte integrante do estado.
Posto isto, tenho a dizer que quem como eu é duma nova geração, nascida próxima do 25 de abril, que já experimentou todas as formas de governo possíveis ao longo destes anos que vivemos em democracia, se deve juntar numa nova Geração de 70, e que já é minimamente informada e esclarecida, não deveria se acomodar como as anteriores gerações, nem se esconder por detrás dos valores que aqueles advogam e ainda promovem, pois mudam-se os tempos e mudam-se as vontades, e esta geração, não pode nem deve, sempre que chove ou há um cataclismo, culpar o Governo, deverá em primeiro lugar culpar-se a si por deixar andar, e fazer por exercer os seus direitos(poucos) que ainda tem!
Em vez de baixar os braços, ergam o punho, não querendo aqui apelar à luta armada, nem aos motins generalizados, mas sim a uma revolução e evolução da consciência, pois se está provado que não é pelo voto que consegue algo talvez seja pela falta dele que vá algum lado! Não se muda nada andando em cuecas no Metro! É giro sim senhor e depois??? Vamos é fazer com que algo se altere! Não votem então! Não metam gasolina, não paguem os parquimetros, atravessem todos de borla as portagens, passem cheques carecas, não usem o multibanco, não comprem as couves e plantem-nas nos jardins publicos. Inventem, inovem e baralhem!
Se não os podem vencer, confunde-os!
Que ninguém vote! 100 % de abstenção!
Os partidos estão caducos e incoerentes ideologicamente. Inadaptados aos tempos que correm! Está na altura de mudar!
Está na altura de rever os nossos principios, de reciclar a moral e os bons costumes!
Está na altura de inovar os ideais!
Está na altura de promover e incentivar uma nova ideologia e uma nova forma de encarar o mundo!
Não nos deixemos estagnar, nem deixar repetir a história, nem que pensem por nós, nem que a geração anterior diga que vivemos ou perdemos os valores, pois nada se perde e tudo se transforma!
Ao contrário dos nossos pensadores do séc XIX não apresento soluções, apenas sei que temos que mudar!
Seguir em frente de uma maneira ou doutra!
Infelizmente não tenho uma forma nem um método, mas aceitam-se sugestões!
Basta!
Já Chega!
foto: Condução de Rebanhos, Silva Porto
Sem comentários:
Enviar um comentário