Diz o anúncio: "Se eu não gostar de mim quem gostará?" Podemos extrapolar isso para o nosso País... Se formos a contar com os nossos caríssimos governantes para ter esse papel, então estamos tramados, pois deixa muito a desejar a credibilidade, dedicação e estima que têm pelo País, e pelos seus concidadãos. Tratam do País? Ou de si e dos respectivos quintais? Dá ideia que vivemos à margem da governação, e essa elite- uma imensa minoria- qual sociedade secreta, é exclusiva dum grupo restrito de cidadãos, que volto a frisar marginaliza a maioria e que se aparta de quem vive dos rendimentos do seu trabalho e que não se movimenta nas altas esferas da aristocracia- proto-burguesa que vive à nossa custa, numa espécie de parasitismo simbiótico desde os tempos do Rei D. Fernando(p.Eg)
- Chama-se evoluçao e progresso a projectos como o Alqueva, que supostamente era um dos últimos passos da "reforma agrária" ou mesmo uma nova revolução agrícola para o Alentejo! Iria irrigar todas as searas, olivais e vinhas. As pastagens para criação suina, ovina e bovina e produção queijeira e leiteira, além dos sobreiros e respectiva produção de cortiça. Certo é que a barragem está feita e a represa ao nível máximo da sua capacidade, mas passados oito anos, os canais de irrigação estão por fazer e a unica coisa que se produz é energia electrica e água para abastecer os campos de golf que crescem como cogumelos assim como os Spas/Resorts/Condominios privados e seus derivados...Entretanto a agricultura definha...E exporta cada vez menos, limitada que está pelas quotas impostas pela União Europeia
- Temos em Troia, em plena reserva do estuário do Sado e das zonas mais virgens, mais puras e menos poluídas deste nosso canto à beira-mar, um"PIN"- anglicismo pomposo para "projecto de interesse nacional" que interessa a todos menos ao povo. Para fazerem mais um resortzito, para aquela classe e imensa minoria, que é a que mais abunda em Portugal que são os novos-ricos, uma espécie em "vias de extensão" para um turismo de luxo e de soberba qualidade, vão-se drenar os arrozais, ricos em espécies animais e vegetais, parte integrante da paisagem protegida da reserva do Estuário do Sado. É que o arroz ali produzido é arrasado para erradicar os mosquitos que incomodam o turista, e assim para limpar os mosquitos, destroi-se um ecossistema mais global, onde abundam as garças e os lagostins, além de provavelmente afastarem as cegonhas que são como que um Ex-libris e um orgulho para a população que ali habita e convive com essas aves há séculos. Mas há mais! A travessia de barco( Ferryboats Setubal - Troia) foi melhorada. Novos barcos, mais rápidos e mais confortaveis. Porém, não há bela sem senão: o preço aumenta para mais do dobro e o cais muda de lugar, para um local menos acessível às praias de modo a ser mais "cómodo" para o turista de primeira e num efeito "dois em um" afastar o turista pé descalço, tornando essa zona balnear quase excluiva e semi- privada.
- A reabilitaçao urbana é sinónimo de uma salvo-conduto e uma entrada livre para as imobiliárias e construtores civis prosperarem. Contribuindo para a destruiçao de património de edificios classificados em vez de reabilitados. Deitam-se abaixo edificios do séc XVIII e XIX sendo mais rapido e mais barato, sendo só necessária a presença de operadores de maquinas, estou em crer que preferem pagar as coimas relativas à destruição de património do que empregar carpinteiros, Canalizadores, estocadores. pedreiros serventes etc. É obvio que é um tipo de obra mais demorada e que dava emprego a mais gente e numa altura em que é preciso produzir e dar emprego, faz todo o sentido. Prefere-se destruir um pedaço de história e também de uma dezena ou duas de familias que lucrariam com isso, em prol dum Pato bravo( vulgo construtor civil) e seu séquito que engordam! - Assim a especulaçao funciona e nunca acabará.
Os exemplos são mais que muitos: Avenida da Liberdade, Fontes Pereira de Melo, Av da República e agora Rua da Junqueira, menos dois edifícios em Lisboa e mais um condominio de Luxo. Servirá esse empreedimento para trazer mais gente jovem para a Cidade de Lisboa que se desertifica e envelhece? Não... Servirá de segunda ou terceira habitação para aqueles dos resorts( a tal Imensa minoria) que compram como um investimento e Lisboa continua vazia. E depois queixa-se esta gente que lá fora é que é bom, as cidades vibram e estão plenas de locais de lazer durante as 24 Horas do dia, e há segurança, etc etc..Sem querer fazer comparações, e sendo objectivo. Destroiem, constroiem, desertificam e criticam a gestão da área metropolitana, dizendo que é Caótica...Mais uma vez a culpa. Termino fazendo a apologia daquele sentimento bem português de denegrir a nossa propria imagem, do negativismo e de fazer comparações com outros países, com aquela atitude primária do que vem de fora é que é bom e vendo sempre o lado mau do que por cá se faz , desculpabilizarmo-nos de tudo, não nos mentalizando que a culpa, a existir, é em primeiro lugar nossa, e se uma nova mentalidade tem que ser criada e uma mudança e evolução aplicada terá de partir de nós.
- Apelo não a uma revolução mas sim a uma evolução interior que se propague e como um incêndio se alastre a toda a sociedade civil
2 comentários:
Avante camarada...
Muito triste tudo isso! Era de se esperar que na Europa a história do patrimônio histórico fosse melhor preservada.
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