João Cruz Oeiras de Portugal adesão a portal.membros@spautores.pt

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08 abril 2025

Estacionado




Na Avenida das Tempestades estacionei

 Só breu e escuridão cerrada

Eu nada sinto nem vejo nada 

Vim a dirigir e aqui parei 

fecha-se a mente em bocados

Abre a noite como cilada

nervos estilhaçados e pedaços 

Aqui bate-se em retirada

Só o medo temor se queda

Nenhuma memória guardada

Nenhuma emoção ou saudade

Nada!

Procuro gente,riso e folia em barda

Encontro-me sozinho na estrada 

Que via esta assim traçada?

Meu Deus perco-me aqui em vão 

Como me sinto assim sem perdão 

sem alento, o desalento como entrada

Larguei as coisas à vida agarrada 

Soltaram-se de alma depenada

A besta abre as asas e então 

Abraça-me num asco grudada

Retira-me o ser, o meu, a vida

Desisto, ah! bicha malvada!

Empurra-me em retirada 

No fundo findo em campa rasa

Pega-me fogo em via acabada 

A realidade distorce-se 

O que fui era mentira sonhada!

A ceifeira saca a foice

tudo em mim já era e foi-se

Morro enfim na calçada...


Ps: a talho de foice versejada..


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