Na Avenida das Tempestades estacionei
Só breu e escuridão cerrada
Eu nada sinto nem vejo nada
Vim a dirigir e aqui parei
fecha-se a mente em bocados
Abre a noite como cilada
nervos estilhaçados e pedaços
Aqui bate-se em retirada
Só o medo temor se queda
Nenhuma memória guardada
Nenhuma emoção ou saudade
Nada!
Procuro gente,riso e folia em barda
Encontro-me sozinho na estrada
Que via esta assim traçada?
Meu Deus perco-me aqui em vão
Como me sinto assim sem perdão
sem alento, o desalento como entrada
Larguei as coisas à vida agarrada
Soltaram-se de alma depenada
A besta abre as asas e então
Abraça-me num asco grudada
Retira-me o ser, o meu, a vida
Desisto, ah! bicha malvada!
Empurra-me em retirada
No fundo findo em campa rasa
Pega-me fogo em via acabada
A realidade distorce-se
O que fui era mentira sonhada!
A ceifeira saca a foice
tudo em mim já era e foi-se
Morro enfim na calçada...
Ps: a talho de foice versejada..
Sem comentários:
Enviar um comentário