João Cruz Oeiras de Portugal adesão a portal.membros@spautores.pt

Nome

Email *

Mensagem *

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

interlúdio



um porco agrilhoado pairava no matadouro. Fugiu, escondeu-se, desceu o rio. Mascarou-se passou a Javali, disfarçado entre a multidão sentou-se num café, pediu uma cerveja, desconfiaram. Escapuliu-se entre as vielas, transformou-se e ergueu-se. tentou voar em vão. Pegou na bicicleta fez todo-o-terreno de lisboa a Dakar, estava safo, entre a bruma, perdeu-se. Não em alcácer quibir, mas em alcácer do sal.Longe da civilização e perto do Sado. arriscou e foi a nado, passa a fronteira do real. Paga a portagem, negam-lhe a passagem. Está ilegal. Pensa e reflecte o sol. Queima-se, cheira a coirato, é servido com batatinhas. O estabelecimento fecha, a empregada limpa a cozinha. Ninguém sabe que se passa. Joga-se às cartas na praça. Pede-se mais um copo. Acaba-se o tinto.

o homem pré-histórico

o homem pré-histórico era ecológico, o homem pré-histórico provavelmente não gostava de touradas. o homem pré-histórico nunca viu um toiro. o homem pré-histórico não via tv. O homem pré-histórico talvez fosse a favor da energia nuclear. O homem pré-histórico talvez ouvisse o "jogo da mala" e o "antónio sala". O homem pré-histórico era existencialista. O homem pré-histórico não lia romances cor-de-rosa. O homem pré-histórico gostava de arte pictórica. O homem pré-historico seria a favor da liberalização das drogas. O homem pré-histórico era pró-aborto. O homem pré-histórico era comunista. O homem pré-histórico seria a favor da politica agricola comum. O homem pré-histórico seria contra o tratado da constituição. O homem pré-histórico gostaria de cinema mudo. O homem pré-historico não gostaria de take-away. O homem pré-histórico seria pacifista. O homem pré-histórico seria territorial. O homem pré-histórico não apreciava campismo, o homem pré-histórico era filosofo, o homem pré-histórico era humanista, e o homem pré-histórico era anti-globalização.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Adimensionais


Abandonavam a esfera em direcção às grandes extensões. Ficava para trás. Chegaram ao seu fim. O rectangulo estendia-se a todo o comprimento. Saltam e aterram no quadriculado. Caminham paralelos às linhas, um plano fecha-se sobre si. Perdem a altura, formam-se linhas.Perdem a verticalidade,desaparecem quando o plano se dobra em aresta. Pertencem agora a uma linha, infinitos, comprime-se na sua extensão e torna-se um ponto. Perderam o espaço e existem no Tempo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Cedo

É cedo e é frio,
cedo para decidir
tarda a chegar a vontade de partir.

É cedo para ver o horizonte,
daqui de baixo não se vê,
nem mesmo o Poente.

É cedo, para desencontros.
Tarde para o animo
enfrentando todos os monstros.

É cedo para desistir,
custa a largar,
e não tardo a perseguir.

É cedo para acordar,
custa a despertar
Falta pouco para acreditar.
E não tardou pra falhar...

É cedo.

Sentido único

vive enquanto livre acorda e recorda a vida, puxa-a e estica! Embucha e espreguiça, estende o mundo encolhe a mente,estreita a consciência alarga a visão.
Imagina, sente as imagens. Levanta-te anda e cai.Veste o teste, a peste, negra e escura.Um poço lamacento, escorrega num baloiço, gira noite e dia, floresce na floresta verde do mar profundo, e afunda o submundo. Na caverna hiberna e resiste.Renasce triste, reformula, esquece, refresca a casca da semente.No principio do caos, ordena o cosmos, joga aos dados,calha o acaso da sorte, o ocaso e a morte, o sol a nascer, o brilho a crescer, e sorri de prazer.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Sentido

Estamos cá é um facto, para evoluírmos, para pensarmos, atingirmos maior conhecimento. O problema que se põe é esse mesmo. E depois? Qual o sentido da vida? Questão inumeras vezes debatida. Mas tudo não passa de um absurdo. Como o mito de sisifo, em que o homem é condenado a empurrar a pedra montanha acima e deixa-la rolar cá pra baixo e voltar a repetir até ao infinito. Será isto que queremos? Será isto que se deseja? A solução está no suicídio quando nos apercebemos desse absurdo dessa condição humana? Ou viver sabendo isso? Não será tudo uma grande contradição?
Existimos sim, teremos é de ter um propósito. E esse objecto não será a simples existência? Chegará? sim, para alguns. Mas ambicionamos sempre mais. É essa a questão. Não materialmente, mas espiritualmente. Talvez por isso se acredite na vida para além da morte. A desmaterialização do corpo e a perpetuação da alma. Mas isso é o amanhã e é demasiado espesso e obscuro.Enquanto isso há o Hoje. O presente. E nesse teremos sempre as nossas duvidas e frustrações quanto ao motivo que aqui nos traz.

Talvez por isso crie os meus absurdos, viva as inquetações, absorva a vida, entre em fase 4. é um método. Ilegítimo? Quem disse?!! Não trago respostas, nem soluções, apenas as incertezas.


Um livro que serve de inspiração, para quem padece dos mesmos males:

O mito de Sísifo, A. Camus

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Essências


qual o objectivo da humanidade?
Quais os motivos que o fazem continuar?
Na aurora da mesma quando descemos das árvores era a sobrevivência e perpetuação da espécie. Nada mais havia para fazer e pouco nos diferenciavamos dos animais, apenas pelo cérebro e primeiras crenças, pois a imaginação e pensamento voavam e tudo nos era desconhecido.As religiões seriam básicas. haveria o deus sol, a lua, o mar, a árvore, o veado, o predador, o vento, etc.
Nos egipcios tornaram-se as divindades mais sofisticadas, nos gregos e romanos, a tecnologia aumentava a olhos vistos e havia já tempo para o ócio, para uns, à custa doutros,e os principios da ciência ainda eram rudimentares. E as divindade eram humanizadas, ou pelo menos antropomórficas.
Os homens que habitavam o planeta ainda meia-dúzia e o cruzamento de informação pouco vasto.
A técnica vai evoluindo... e na idade média surge a unificação das religiões no mundo ocidental. Havia um único Deus, belo, bondoso e perfeito(nÃO fossemos nos feitos à sua imagem). Se as desigualdade e assimetrias já se verificavam na época clássica, nesta altura agudizaram-se, haviam os nobres, o clero e o povo. Este último um fantoche na mão dos outros, a nivel laboral, cultural, social e económico.Nada se questionava, tudo o que era diferente seria eliminado, um facilitismo necessario, se não era explicado por Deus não tinha explicação logo mais valia nem se pensar nisso, o homem criou a heresia, seja lá o que isso for.
O tempo avançou e no prioncipio da idade moderna as 1ª interrogações...afinal a terra anda mesmo à volta do sol. O mundo não tinha 6 mil anos, pensou-se a concepção de um universo sem deus e uma evolucão bem terrestre das especies que vivem neste ecossistema global.
Chegou-se aos dias de hoje, a medicina avançou, um epiléctico já não era um ser possuido, um cometa já não seria um sinal divino de destruição, as doenças como causas naturais e não castigos dos céus.
Hoje em dia como no paleolitico trabalha-se para viver, para ter a casa e o carro, para procriar e estagna-se. Há demasiada informação tem-se acesso a tudo( Mundo Ocidental). A invenção da bomba atómica e com a ida às estrelas dos primeiros veículos,o homem igualava-se a deus. A descrença tomou conta deles, a certa altura nos estados unidos, já se viam ovnis por todo o lado, as seitas proliferaram. O mundo tornou-se pequeno e a informação instantanea. Já tudo está tudo feito e inventado, reformulado e repensado, cultivado e enlatado. Que sobrou? Nada que fazer, de "american way of life" propagou-se; o "dolce fare niente", os centros comerciais, a tv, a net, a comida levada a casa, o excedente monetário e o alcance de qualquer um a tudo o que é possivel e imaginário! Que procurar mais? Quando tudo já é dado de mão beijada? Criam-se tensões e assimetrias, uns adaptam-se outros não. Uns vêem o Mundo como ele é, outros vêem-no como na tv: lindo utópico e cor-de-rosa. que há mais? Nada. Há depressões, há demências, há sociopatias, psicopatias. Gente que se torna sem abrigo, gente que se torna alcoolica, toxicodependente, uns alienados, outros obcecados com o trabalho e em acumular mais riqueza, e as hipóteses expandem-se, entrecruzam-se e baralham-se. O Homem que já está no topo da cadeia alimentar, chega ao topo da curva exponêcial da evolução socio-cultural que já quase rasa o gráfico. Uns estão no Spa, no court de ténis, no jogo de bridge, no golfe, no casino, nas orgias, ocupados no algarve a esconder meninas irrequietas, outros acercam-se destes, pedem, exigem, gritam, enxovalham, fazem juizos de valor, prontos para os crucificar. Todos diferentes, todos iguais apregoa-se nas ruas! Todos esperando algo! O maná dos céus, o dia de amanhã! O ordenado na conta, o euromilhões? A decadência do ser e o acidente na auto-estrada que todos param para ver o sangue no alcatrão. a morbidez da morte ao vivo e a cores! As torres gemeas vistas a cairem vezes sem conta em camera lenta! O tsunami a consumir e a varrer milhões! Os F-16 precisos no ataque e na chacina de outros tanto no iraque! Enforcamento em directo! A morte no ecran, a vida futil de gente desconhecida e pequena que passa mal em Darfur! O big Brother, a humilhação. O tiroteio ao vivo na TVI, a destruição no Afeganistão, e os pontapés no vádio do cão! Então o homem vira-se para outros lados, já não tem alternativas neste mundo, uns para as florestas de Africa, outros para as culturas ideologicas da Asia, outros ainda embarcam em viagens, o turismo torna-se massificado, as culturas uma mescla, e há uma ausência de valores donde esta sociedade saiu, depois da revolução francesa, esbate-se e esvai-se no meio de tanta informação. A moda, a musica, a arte a filosofia estagna no final do séc XX, reinterpreta-se tudo. E que fazer? Para onde fugir? Que procurar. Sente-se perdido, o Branco ataca o Preto, O católico o muçulmano, O rico vinga-se no pobre e vice-versa. Chega-se aos extremo de quem tem tudo querer experimentar mais!Coisas novas, diferentes, perversas ou mórbidas! já não faz diferença...A pedófilia, a necrofilia, as drogas legais e ilegais, a fuga a este estilo de vida,o abraçar outras religiões, que têm como base comum praticar o bem, mas quem o faz? as nossas já não serviam, não davam alento. Então que fazer? Qual o nosso Objectivo? Viver? apenas? trabalhar para morrer? Como condenar o outro se nós próprios estamos condenados? como viver sabendo que não há mais nada? Os assassinios, os rebarbardos, os outsiders, alcoolicos, doidos, freaks, proliferam! Estarão eles mal? Quem tem consciência no mundo em que vive e se refugia em si, é culpado de quê? E aquele que durante 50 anos vive para o trabalho e morre tal qual como nasceu? Qual será o modo mais correcto? Poderemos nós criticar? Poderemos nós apontar o dedo? Nesta sociedade com classes, que classe temos nós? E numa sem classes? Que há pra classificar? Para igualar? O outro é pior que nós? A nossa vida é melhor que a deles? Quem tem razão num mundo sem ela? Não serão todos caminhos que vão dar ao mesmo fim? O mundo está perdido e nós também...Quem pode dizer que vive bem? Como se faz isso? Não se pensa? Não se sente? não se emociona? racionaliza-se tudo? O quê? Caminhamos então para a auto-destruição? Não obrigado...eu estou perdido também? Talvez. Mas quem é que me vai indicar a " salvação"?!!! Deus? Qual deles? E será que os nossos motivos e objectivos são diferentes das outras espécies?

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Saudade

Que dia preenchido e rico musicalmente que tive. Um concerto do Jorge Palma na Estação de Metro do cais do Sodré, para "relembrar os velhos tempos". Um espaço enorme, mas pequeno para conter a quantidade de gente que já o esperava, e os curiosos que iam passando e por ali ficavam. Uma duzia e meia de músicas, explorando o último album e os "hits" de outrora. É raro ir a um concerto gratuito e num espaço público, onde a audiência esteja toda em sintonia, com um sorriso de satisfação e trauteando as canções em uníssono. É nessas alturas que a pouca fé que temos na humanidade ressurge e nos dá esperança. Pena é que seja apenas nestas alturas que as gentes se unam.
Após o concerto encontrei uma amiga e fomos beber uma cerveja a um tasco ali perto. Lá, estavam outros amigos recentes,com um amigo que me esperava. Comiam algo no intervalo de um ensaio, e em breve nos abandonaram, sendo rápidamente substituidos por um acaso, por outro grupo de amigos, estes que se dedicam à musica. Foi nostálgico ouvir dum telemóvel certas músicas há muito esquecidas e em conversa recordar bandas como Peste & Sida, Censurados, Ocaso Épico, Mler If Dada, Pop Dell´arte, Madredeus, Herois do Mar, Sétima Legião etc...Foi também curioso relembrar a quantidade de espaços que havia para concertos em Lisboa, o Rock Rendez Vous, O Johnny Guitar, As palmeiras na rua da palma, entre outros. Comparando com o panorama musical destes nossos novos tempos fica-se com a impressão que falta algo, a música estagnou, não evolui muito mais, e parámos no tempo, salvaguardadas as devidas excepções. Dali seguimos para a Crew Hassan, onde iria ser o espectáculo duma daquelas novas bandas de valor acrescentado que serão os Projecto Atma ( www.myspace.com/projectoatma ), uma revelação neste planeta audiovisual moribundo. aqui fica a minha homenagem a todos eles e um semblante carregado de melancolia...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Estrada

É sinuosa e escura, a chuva caí, a ravina perto. As curvas apertadas, a visibilidade reduzida, a velocidade vertiginosa, os solavancos, as lombas, os buracos enormes que fazem estremecer o veiculo. mas segue.Sempre em frente, por vezes rápido demais, outras vezes pára. Mas segue. Sempre! E a estrada não tem fim...Estamos nela e é fascinante a viagem!

Do Silêncio a Santa Apolónia

Orgulho desprezo chantagem,
vontade amor e desdém
palavras será que sentidas?
emoções que caiem sempre tão bem...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Atirem uma segunda pedra


LXXXVII - Atirem uma segunda pedra


Faz hoje uns meses que quase perdi a vida num estupido acidente de viação.
Por incúria e excesso de confiança. Dizem que nos passa toda a vida à nossa frente nesses segundos. Nada mais longe da verdade. Agarrei-me de unhas e dentes a ela apenas. Mas a única coisa a que me prendi foi a um cinto e ao alcatrão que me consomia.
Um desalento tremendo para a minha famila, incapaz de crer num tamanho disparate. Uma preocupação para todos. Uma dor de vermos aí quem nos tem amor, quem nos quer bem. E nos observa com reservas. Talvez sem fé. Saber que falhámos, com todos. Familia, amigos , namorada e com nós próprios. Uma desilusão no fundo.
Nos dias seguintes sim, passei em revista a minha existência. Conclusões?
Nenhumas. Continuo igual a mim proprio. A fugir da realidade. A evitar os conselhos amigos e alheios. A combater a razão.
Que aprendi? Nada. Os meus hábitos são os mesmos. As vivências iguais. A realidade não aceite. Preferivél escapar. Escalar a uma montanha que sei que escorregar. Atravessar um rio demasiado caudaloso. Esticar-me para alcançar as estrelas que sempre me fugirão. Tão mais fácil. Viver a nossa criação. Deturpada e distorcida. Inviável e impraticável.
Quem disse que escolho o caminho fácil? Apenas o meu. Caminho sui generis este. Helicoidal. Nada profundo. Plano. Branco. Neutro. Absurdo, e sem saída.
É-me difícil o outro. O Normal. Mas o normal não é o vulgar. É o certo. É o das Gentes. Movo-me com dificuldade. Cheio de fantasmas. Um temor de assumir. Um medo constante de falhar. DE fracassar nele. Daí que vá falhando no meu. É bem provável que prestarei contas mais tarde.E de certeza queo razoável e o sensato vai-me alcançar. Tarde demais.

Intervalo

Espera-se a chegada de quem não prometeu vir
Aguarda-se o tempo que nunca chegará
Procura-se quem não chegou a existir
Trocam-se confidências com a nossa imaginação
Conversa-se com o amigo desaparecido
Chora-se pelo que nunca foi feito
Sorrimos das lembranças passadas
Vivemos com os sentimentos de outrém
E definhamos interrogando-nos pelo Além

July 10, 2007 - Tuesday

XCVII - Intervalo

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Brincadeiras celestiais

Escondia-se por debaixo do mar, sem respirar, gozava e fugia das ondas, saltava por cima da Terra. Dava a volta ao Sol com um sorriso rasgado, tapava a lua e os olhos. Corria para cima, e cantava com o Universo! Gargalhava! Tocava em Jupiter, Neptuno e Plutão. Empurrava-os para longe,via-os rodar e girava com eles! Tornava à cintura de asteróides e atirava-os uns contra os outros. Corria para Marte e esperava vê-los quebrar. Explosões e cores de meteoros a chocar..."Lindo" dizia para ele. Ouvia-se uma voz do centro da galáxia a chamar, e desanimado tinha de regressar. Era sempre tão bom jogar aos berlindes...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Criação

um traço numa folha de papel e um nó num cordel, juntam-se e transformam-se num papagaio, voam e poisam num galho. Fundem-se, formam uma árvore, que cresce, floresce e desaparece. No seu lugar a raiz diverge para o rio e cria-se num barco, desce a corrente. Fica eléctrica, segue pelo fio, entra pelas casas, sai pelo radio, ouve-se em qualquer lugar. Propaga-se pelo ar, encontra-se com o mar, abracam-se, e sobe aos céus. Dá lugar a uma nuvem que se desfaz e desliza pelos ares da montanha alta, congela. Faz-se um boneco de neve, esquia no glaciar. Derrete-se. emociona-se. E renasce, imagina, cria e desenha um traço com um cordel num braço.

ARco-iris


final de semana e princípio duma aproximação. Um dia audio-visual, outro sensorial. Uma tristeza seguida duma entrega. Uma viagem dentro doutra, qual delas a prioritária ou primordial... Não serão todas? Um futuro certo de incertezas, com uma passado cheio de amarguras. As primeiras esquecem-se, as segundas ultrapassam-se... Da escuridão aos poucos brilharão as cores, tal como faz o Prisma ao Branco da Luz do sol, decompondo-a em inumeras facetas coloridas

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Um dia...para sempre

Quinta 13 um dia um acaso uma coincidência e um azar de sorte e estarmos aqui até à morte, e esperar que o dia não acabe antes do outro não começar, para a partida ser simultanea com a chegada. A vinda tem de ir com a ida e chegarmos ambos a um climax no zénite e descer até o nadir com uma vertigem num vertice dum vortice sem volta na aresta que se arrasta num triangulo rectangulo e em qualquer forma que a nossa soma toma e continuo a ser sonambulo para não acordar antes do sonho nem despertar depois duma visão linda bela e magnifica que serás tu e eu fundidos a mais de 1000 graus unidos numa liga não metálica mas orgânica que te sinta e que se senta descansado á sombra dum sol em fusão, que faz uma confusão à volta da terra e roda e roda, e uma tontura que flui, cresce e uma ebriedade aparece em mim em ti em qualquer um ser e até parecer outro folego para recomeçar pelo principio sem parar e não estagnar mas sempre florir, crescer, sorrir, gemer e sentir sem nunca largar e sempre a reter, a manter, amante demente sem loucura adjacente e apenas uma lucidez pura de te saber o sabor, e provar o cheiro o tom a textura e ver-te a rir, e então presos em nós adormecer, sem desatar e acatar, um desejo, um torpor, um fremito, e mais um beijo...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Um conto infantil com final feliz

Era uma vez uma princesa adormecida que acordou! Dum sono longo e prolongado. dormia fazia séculos! Não! Milénios! Porquê? Para ser mais dramático e poético. Adormeceu porque havia uma bruxa má que lhe deu uma poção... E um rei soube disso, mas não a beijou, antes deu-lhe um antídoto. Porém não viveram felizes para sempre! isso é outra estória...aqui, nesta, o rei tinha problemas com o fisco e teve de fugir. Adiante.Acordando assim a princesa sozinha numa floresta linda linda linda! Cheia de Sequoias, Abetos, Plátanos e outras árvores de grande porte. Encontrou 3 porquinhos que ali viviam em 3 lindas casinhas, uma feita de palha, outra de madeira e ainda outra de betão armado, pois este último era construtor civil. Havia um lobo que costumava rondar as casas, era da autarquia e sabia de irregularidades na construção, contudo permanecia em silêncio pois não lhe convinha dar com a lingua nos dentes, pois além de se aleijar seria mau para a sua vida amorosa, uma vez que estava enamorado pela netinha da presidente da camara. Havia ainda nessa floresta uma menino chamado Pedro, que adorava gritar: " Lobo!" e já ninguém lhe ligava. Costumava parar junto ao adro da igreja a pedir trocos. A Princesa não tinha qualquer sustento, mas era uma moçoila trabalhadora, decidiu trabalhar como servente nas construções do Porquinho. Era mal paga e estava ilegal, mas a vida prega-nos destas partidas. Como colegas tinha os 7 anões, trabalhavam ali pois vinham da situação de despedimento colectivo por causa duma entidade principesca que não é chamada para aqui. Ela e os sete anôes tinham uma relação laboral excelente, mas aquilo não lhe era suficiente, sabia que era capaz de mais...Inscreveu-se na faculdade das aptidões e oficios da fada Madrinha, uma universidade de renome na zona. Presidida pelo marido desta ultima, o Padrinho. Calzone de seu nome. Para entrar teria de fazer uma série de favores ao dito cujo, não desses que estão a pensar, mas parecidos. Entrou na organização e trabalhava como agiota-estudante. tirou o curso em apenas 3 meses e subiu rápidamente tornado-se o braço direito do Patrão. Fazia cobranças e outros trabalhinhos internos. Nunca recorria à violência mas sim ao seu bastão. Os anos passavam e a Princesa continuava sozinha, não se queria relacionar com o Padrinho pois para ela uma relação não era só sexo. Ela subia na vida até ao dia em que o Padrinho morreu, ficando ela herdeira directa da organização. Requesitou os serviços dos 7 anões como sua segurança privada e para favores sexuais e contratou o Lobo como seu gerente. Encontrou Pedro numas das suas deslocações à baixa e logo se apaixonou, a forma como ele gritava lobo, desmanchava-a e causava-lhe um torpor cego e surdo no corpo, não o sabia descrever, mas era com ele que quereria ter filhos. Não directamente dele, pois desagradava-lhe fisicamente, mas sim dos 3 porquinhos,um de cada vez pois claro, dado que já tinha tentado da outra forma e era-lhe fisicamente impossivel. Os anos passam e a organização cresce, passa as fronteiras do reino e de Padrinho, passa a Senhora do Mundo. Os 7 anões estavam reduzidos a 3 e os porquinhos a nenhum, daí ter-lhes mudado o nome. E era bem caricato ver 3 anões serem tratados como bacorinhos. estavam no final da cadeia laboral, e de nada se podiam queixar. Pedro deixou de gritar Lobo, passando a gaguejar bastas vezes, não teve meias medidas e mandou-o abater. No entanto, esperto e ágil, fugiu para o pais da maravilhas e viveu feliz para sempre com o coelhinho! A princesa montou uma emboscada mas apenas apanhava perdizes, dedicou-se à pesca e esperou pacientemente pela Moby Dick. Não a encontrou, adormeceu nos braços de Morfeu e viveu feliz para sempre...( não percam o próximo episódio, porque nós também não!)

Dever cumprido

Tocavam as 7 da manhã e o despertador. Esperava-o para o levantar e ninguém acordar. O trajecto para o barbear e o banho cronometrado, o escovar dos dentes planeado. O pequeno almoço sem tempo e o horario dum comboio perdido. A chegada sem objectivo com o ponto picado tardiamente.Senta-se em frente do computador, olha o monitor escuro e assim se sente.A gravata aperta, a vida também. No seu cubículo as fotos das férias nas maldivas a crédito atrasado e o débito adiantado.O sorriso que ficou capturado na foto. Os colegas com as anedotas maçadoras.o avolumar de papel na secretaria.A aguardada hora para o almoço! A correria!O escritório em silêncio.
A sopa ao balcão a bica dum gole e o bagaço noutro. O retorno. Olhar de volta para o monitor, as teclas fogem-lhe, o teclado rodopia juntamente com a cadeira. Uma tontura. Levanta-se num ápice. Saí do lugar, larga tudo. Desce para a rua e queima o ponto. Apanha um táx, larga a rotina. "Para onde?" Longe é a resposta. não paga e corre, entra no banco e levanta o restante. rasga a roupa e veste uns calçoes de banho. Entra na água e nada. Nada em frente, nada em redor, nada que fazer, nada a cumprir. E segue a corrente, deixa-se ir! Largou. Sumiu. O despertador não tocou...

terça-feira, 11 de setembro de 2007

O Novo Mundo

Acordava da hibernação artificial passadas décadas talvez. Zonzo, confuso, fraco e desorientado. Ninguém à sua volta. Garganta seca e sabor quimico na boca. Retirou as agulhas que o alimentavam e controlavam intravenosamente, descolou os sensores do peito e das temporas. Saiu da maca, levantou-se a custo, nenhum ruído, nenhum cheiro, ninguém. saiu da sala branca. O corredor estendia-se por quase meio quilometro. Custava-lhe a caminhar, encontrou uma cadeira de rodas e sentou-se. Funcionava! Alavanca para frente e avançava, para trás parava e recuava, e para os lados andava aos circulos, achou divertido. Um objectivo imediato: encontrar água. Dirigiu-se para o wc. as torneiras sem o liquido precioso. Olhou em volta, ao fundo uma balde preto com um liquido, cheirou-o observou-lhe a cor e textura. Seria água? arriscou. pegou nele provou, acto continuo e emborcou sofregamente tudo até à ultima gota. Nada lhe soube, apenas aquele sabor acre continuava no goto. Saciado procurou a saída...Ups...Pela janela olhou para baixo..estava alto...Elevadores? não funcionavam. Humm... escadas...Larga a cadeira e a custo desce agarrado ao corrimão. Chega ao átrio, o silêncio continua, o vazio permanece. Sai para a rua. Tudo lhe era desconhecido, onde estaria? Senta-se ao fundo da escadaria olhando os prédios e as ruas desertas. Ouve sirenes, aproxima-se um pequeno veiculo aereo parecido com uma torradeira com asas.Paraliza-o instantaneamente. Pergunta-lhe quem é, que faz ali, donde veio e porque está fora da zona humana. Bloqueia não sabe que dizer. Chega mais um veículo a uma velocidade alucinante que paira sobre ele. Sente-se puxado como que por um gigantesco iman para o seu interior. Uma pancada seca sem ninguém lhe tocar. Adormece. Um choque electrico e acorda numa sala espelhada. vê-se repetidamente. Pergunta onde está. Está ilegal ali, não tem identificação, não está registado, está numa zona proibida. Interrogam-no, mas sem vozes, recebe informação e questões directamente na cabeça.
"Há apenas dois homens e 30 mulheres por zona humana espalhados por 50 centros no mundo. Os homens têm a função de dar a semente, as mulheres de a fertilizar. Os produtos resultantes são encubados até aos 2 anos. E até aos 15 são alimentados e tratados num centro de regeneração da espécie. Depois disso tornam-se reprodutores até à sua extinção. 2 deles são seleccionados e enviados para as estrelas com o intuito de colonizar a galaxia. Quando uma zona humana atinge mais dos 100 individuos são exterminados. São substituidos pelos recém nascidos que ali habitam até se tornarem suficientemente autonomos para serem colocados numa zona humana de colonização sideral. Os inaptos são retirados para experiencias de resistencia e durabilidade humana. São postos em areas de teste de mortalidade. Exercicios com fogo, adaptação a condições de calor e frio extremo, camaras de vácuo, condições de gravidade zero e aceleração e desacelaração critica. Os que resistem, transportam-se para laboratórios e analisam-se os resultados. Esses dados são remetidos para as areas de regeneraçao da especie. E o processo é repetido e ciclico. Todos os humanos são substituidos passada uma geração. Exterminados num prazo de 5 anos até terminarem a sua função. Nenhum ser pode passar dos 25. Altura em que são considerados inuteis ao ecossistema."
Ele pergunta: " e eu que faço aqui?"
" Um erro, um esquecimento, um calculo indeterminado, uma incognita"
Questiona: " e que pretendem de mim?"
" Absolutamente nada, ser inviável, o mundo não precisa de mais ninguém. O mundo está diferente..."

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Perspectivas

Não era capaz de estar sem voar. Era um objectivo, um divertimento e uma obrigação. daqui para ali, e dali para acolá. Pairava olhando o céu, acelerava. Parava e poisava olhando o chão à distância. A gravidade não fazia parte da física, ignorava-a. Por isso continuava sempre a dar à asa! Um dia passou por um seu semelhante que sorria e dengoso numa planta esperava.
- Que esperas? perguntou.
- Uma variação no meu campo de visão.
- Mas se não te moves como a vês.
- Não sei mas tenho esperança.
- E achas que é aqui que a encontras?
- O quê? a esperança?
- Talvez, se é isso que procuras.
- Não, não foi isso que respondi, nem é isso que procuro.
- Mas porque estás aqui então?
- Porque de todos os lados se vê o mesmo.
- E não é maçador?
- Quem sabe...mas e tu? não te maças a voar?
- Pelo menos vejo sitios diferentes!
- E não acabam por parecer todos iguais?
- Alguns sim, outros não.
- E porque não ficas por lá?
- Onde? nos que são diferentes?
- Sim...
- porque gosto de voar para outro sítios!
- mas quais? Os que são iguais?
- Não ! Não ! os que são iguais ou diferentes não interessa!
- então porque te interessa que eu esteja aqui no mesmo sítio
- Porque é diferente do que eu faço.
- Mas ambos não olhamos as diferenças?
- Bom, em certa parte sim...
- Então fazemos assim, tu voas e eu fico aqui.
Um voou, outro não. A vida não mudou mas nada igual ficou.

Moral da história: Todos são iguais. ( Dentro da diferença)

Apêndices....

o Quim e o Manel tinham uma carrinha com um bar montado e corriam o País para ganhar dinheiro e conhecer pessoas,cruzavam-no de lés-a-lés com o intuito não de vender mas de se embriagar com o produto da venda. O Quim encarregava-se da produção enquanto Manel se dedicava à venda. Duas distintas personagens o Quim mais reservado, percebia-se que ja tinha feito das suas, contudo e apesar de experiente era receoso com medo de não alcançar os objectivos produtivos. Manel era diferente, mais exuberante, excelente vendedor , contudo reconhecia que por vezes perdesse clientes. No fundo eram duas pessoas iguais, embora tivessem um modo de ser muito parecido, o modo de estar era divergente por vezes.
O negócio parecia de vento em popa. Havia mais procura que oferta e não havia mãos a medir. Manel por vezes tinha dias que conversava mais com os clientes do que escoava os produtos, pondo Quim numa posição incómoda, desconhecendo qual o ratio da produção que havia de implementar. Outra vezes, Manel, vendia tudo a uma velocidade alucinante, ficando Quim a braços com escassez produtiva. Pareciam por vezes dois perfeitos desconhecidos e muitas vezes, no fecho das contas ao final do dia, as discussões prolongavam-se noite dentro. Quim gostava da produção, empenhava-se nisso, dava-lhe gozo o facto de estar sozinho e de ter tempo para si. Manel preferia as longas noites cálidas de conversa, junto à multidão, as recordações da vida boémia, exerecitava-lhe a mente inventar novas estórias, conseguindo a atenção dos clientes, apenas para vender mais.
Por vezes o espaço entre o local de venda e a produção tornavam-se longinquos. Provocando longos periodos de afastamento entre os dois. Era notório quando o produto produzido não correspondia à necessidade da venda. Trabalhavam como duas entidades diferentes. Uma não tendo noção do que a outra necessitava ou pretendia. Era nessas alturas que retiravam a carrinha do seu lugar e iam apenas vender gelados junto à praia. única altura de concordia pois eram os dois a produzir e a vender.
Quim começava a ficar cansado de produzir sempre a mesma coisa. E Manel parecia aborrecido na venda. Decidiram trocar de função. Nos primeiros dias tudo correra bem, mas passado algumas semanas pareceu-lhes que algo estava errado. Como se não pertencessem ali. Decidiram tirar umas férias. Cada um paar seu lado. Passados dias surgia-lhes a sensação de vazio novamente, se por um lado a produção e venda, os aborrecia, a separação era insuportável pelos longos anos habituados aquela rotina. Porém, os dois na carrinha pareciam não funcionar a 100%. Quim precisava dos seus periodos de reclusão e Manel das suas conversas intermináveis e imaginativas com o desconhecido. Teriam de conceber uma solução. Verificaram então que com o lucro acumulado até agora poderiam perfeitamente comprar outra carrinha. E aí cada um teria a dupla função não havendo especialização e até fariam entre eles uma concorrência saudável, e até havendo entreajuda nos periodos de maior aperto.
Parecendo que não, os lucros aumentaram. Tinha dado frutos esta nova divisão de tarefas. No final do dia os relatórios de contas eram terminados no meio de sorrisos e brindes a uma nova visão comercial! Em breve tinham uma 3ª e uma 4ª carrinha, e os clientes fidelizados. E a partir daqui o objectivo era uma cadeia, era o Mundo!

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Maddie vs Tsunami

O povo é influenciável pelos média, de memoria curta e mesquinho.
As gentes tristes pelo desaparecimento de uma rapariga no "Allgarve" em maio. è grave? naturalmente que sim, mas tudo é relativo.
O povo viu a tragédia que se abateu no Indico, um Tsunami depois do dia de natal em 2004. Mais de 250000 pessoas mortas, e cerca de 3000000 sem casa. Mas foi longe, do outro lado do mundo, imagens fantasticas! Centenas de "pretos" a sofrerem! Um drama digno de hollywood! Mas onde é que foi mesmo? Nao eram loirinhos pois não? Seriam médicos, engenheiros ou arquitectos? hum? não se sabe? e que interessa? Eles são tantos!...
E o Katrina? não eram as pombinhas...mas sim americanos de segunda, na sua grande maioria afro-americanos! Who cares?

Alternativa

A encosta dificil, um passo em falso e uma queda verdadeira. Observava o cimo com fé, com ganas de lá chegar. Fumava o seu último cachimbo antes da partida. Montou o cavalo. sorriu embriagado e gritou para os céus. A trote ia subindo, a respiração da sua montada ofegante e pesada. Quanto mais alto, mais lento se tornava a passada. Ria para si enquanto afagava o cavalo que subia aleatóriamente, desconhecia o trajecto e pouco se importava! Uma calmaria invadia-lhe os poros, assim como o frio cortante da montanha. Quanto faltava? Não importava, havia de chegar. Deixa-se cair para a frente, agarra-se à sela e ao dorso do cavalo. O frio aumentava, e o ar mais leve. O cavalo a tudo resistia, Subiu até não conseguir mais, à sua frente , uma pastagem verde. Por ali parou, devorando a erva fresca, quase no limiar da congelação! Por cima dele, o cavaleiro adormeceu. Sem a roupa adequada em breve sucumbiria e entraria em hipotermia. O cavalo avançou mais uns metros, olhou o horizonte, reconheceu o rancho e o relinchar de seus companheiros, cavalgou rápido até à cerca. Relinchava também em unissono! O tratador saiu da cabana, retirou o homem da montada. Levou-o para dentro. colocando-o gentilmente junto à lareira. retirou-lhe a roupa impregnada de gelo, abafou-o com as suas mantas. Tinha chegado finalmente a casa, seria um eremita agora. Longe da sociedade! Dos conceitos e dos preconceitos, das linguagens, das gentes e dos olhares. Iria substituir o tratador e viver uma hibernação social. Seria feliz, abraçaram-se e brindaram à sua nova existência.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O sentido da vida

A encosta era ingreme, e a queda a pique. Olhava o topo com desconfiança, mas com uma vontade de ser o primeiro. Bebia a sua ultima caneca de café no planalto observando as condições atmosféricas. desmontou a tenda arrumou a mochila. Antes de arrancar, fez uma pequena prece. Benzeu-se e levantou-se respirando fundo. O passo decidido, a respiração acentuada, o trajecto mais que estudado. Quanto mais alto, mais rápido se tornava o ritmo. Já não podia mais de tanto contentamento, de tanat excitação! Os nervos à flor da pele, já faltava pouco! deixa a mochila para trás, tem de escalar agora, os metros passam rápido, o tempo também. O frio apoderava-se das articulações, a respiração afectada pelo oxigenio escasso: A tudo resistia, iria conseguir, ultrapassar os seus medos e as suas metas. Subiu até não conseguir mais, queria descansar mas não podia, subiu mais uma rocha, olhou em volta e encontrava-se cá em cima! Tinha alcançado! Era o primeiro, o único, todos os objectivos, todos os fins alcançados! Uma vida plena apesar de jovem, uma alegria tremenda. Saltava de contente e gritava ao mundo! Escorregou...e caiu cá baixo.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Aviões - Dissertações

Um rio com 12 aviões a passar 2 pontes a ver nos 10 Ecrans as 600 mil pessoas. Um sol escaldante com um bebé red bull.Um ciclista caido e uma mercearia aberta com uma sirene a pairar abaixo dos caças no ar. Em cima do lixo a abarrotar, e perto a cerveja a jorrar, ao lado uma francesinha a acabar,e de frente uma italiana a sair com uma sandes de manteiga esgotada. Os miudos a trepar um sino a tocar e um telhado a aguentar. Outros uma rede a vergar e mais gente a passar a ver outros delirar. Uns gritos numa excitação, nas estruturas a vibrar. A olhar o ar, as bocas abertas e com os olhos semi-cerrados, numas mentes abertas, outras encerradas... Um périplo pela ribeira, um calor abrasador, uma procura por comida e uma busca por sombra. No meio de tanta gente, o meu amor.

Desejo

Que a tua vida corra sobre carris, sem atrito, suave e sempre na expectativa do destino não ser um fim, mas um meio.
Que as coincidências ciclicas não passem disso, também o sol aparece todos os dias, e é sempre diferente.
Que a força imensa que emerge de ti não se dilua em água corrente, mas que seja aproveitada para criar energia.
Que o amor não se extinga e que o possas sentir sempre
Que o carinho não esmoreça e que saiba retribuir
Que a Energia infinita que te compõe te faça brilhar como o centro de uma galáxia
Que o teu ânimo continue
Que a esperança não se atenue
Que a fé não te abandone
Continua a ouvir as gaivotas
Sorri com o cantar do Galo
Bebe o café com um pão fofo
Ouve musica com os aliados
Deixa as más vibrações descerem ao cais
Molha os pés na água fria do aterro
Deita-te para sentires o calor
Imagina as nuvens carregadas da Petrogal
E ri, de mim e comigo...
Mais não digo, só sinto contigo.