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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O dia

Pardais voaram espantados e avisando-me em surdina que o dia tinha começado.a um palmo do chão, salto cá para fora e o azul abarca-me a visão. O cão que ladra à caravana conversa com as árvores do território, conta-lhes as novidades do sol que nasce lá atrás. As folhas caem na minha direcção, evito-as correndo para cima e para os lados, os ramos que crescem até ao caos, vão-se ordenando na natureza que se estende e alarga, tentando agarrar o mundo inteiro. Descanso no ninho à sombra, sou conduzido pela toca da raposa que sábia, prepara-se para o Inverno. Sigo em direcção à luz reluzente dos brilhos de mar, envolvem-me e arrefecem-me. A superficie flutua e leva-me à foz. A água esconde-se na gruta, aquecida pela fogueira dum ancião contador de histórias antigas. O bardo transporta-me pela aldeia, avisando ao mundo que cheguei, um arauto da existência, que distribui e espalha a mensagem. Conta como a vida chegou, começou e conquista tudo e todos! Conta o frenesim das moléculas que se formam, a agitação dos átomos que se juntam, a alegria das células que se multiplicam, a felicidade dos genes que se transmitem, o contentamento da amiba que aparece, e a explosão de energia vibrante da criação! O dia começou! E com ele vem os sons, as imagens, as cores, as emoções, e a harmonia do Ser!

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