João Cruz Oeiras de Portugal adesão a portal.membros@spautores.pt

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sexta-feira, 30 de maio de 2008

Tu


O meu amor está sempre a subir, é sair da atmosfera e não cair!
A paixão quase a rebentar, é encher-me de ti e nunca estoirar!
Tocar-te é enebriante! É segurar-te e viajar a uma velocidade alucinante
Ter-te é preencher-me, é possuir tudo e ser omnisciente
Sentir-te é agigantar-me, é estar omnipresente
Ouvir e ver-te faz-me sentir único, deificado, um ser alado e levar-te!
És única por não ter igual, especial porque inigualável , extraordinária por ser fora do vulgar, fantástica por que é impossível ser mais feliz!

a Ti

Dramática notícia esta que me deste hoje. Se há altura para relativizar tudo é esta! Se é altura para repensar tudoserá esta! Estarei aqui e aí com todo o meu ser, e batalharemos juntos! O momento é mau, mas serão tempos bons!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Pessoal e já intransmíssivel


Tempos deslocados, espaços cronometrados. Afinal as surpresas não chegaram, mas as expectativas não foram goradas. Apenas uma nova tomada de posição. O rigor das decisões futuras, a objectividade vs. impulsividade. O medo em oposição à vontade. Tudo virá um dia. Quando? Em breve, mas sem forçar. Sem provocar nada. Sem nada induzir ou artificializar. O futuro está nas mãos, e é moldável!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

e alegram as crianças em Coimbra!

Djordjileh! Pela publicidade quero cachet!

Os Ponkies ao mais alto nível!


Mares convulsos, ressacas estranhas, abraços viscosos, cheios de pavor...

terça-feira, 27 de maio de 2008

Pausa


Extra extra! Brevemente, novidades.

O que há de bom nestas coisa dos blogs é a beleza de haver um espaço de expressão.


A incerteza da solidão é embaraçosa, embora os espaço funcione como um despejar de ideias é bom haver

a surpresa da interacção.


A riqueza da partilha da informação, traz-nos um novo folêgo, um renascimento, uma ascensão.




No fundo, a alegria da diferente comunicação.

Em breve surgem novas almas, novo sangue e outra conexão...





Grafias da foto


Há tanta palavra numa só imagem.


Pedaços de escrita retratados em fotos.
Momentos guardados na memória digital e mental.






Instantes recordados num clic.



Mil imagens guardadas numa só palavra...



Teatro em drama


Fui ver uma peça de teatro. "O Balcão" de Genet. Não interessa para o caso. No palco os actores, na plateia também. Quais deles dramatizavam mais? Quem criava os cenários, os conceitos? Quem construía, quem dissecava e/ou dissertava? Não sei. Fiquei com a impressão que ninguém ou tudo e todos. N avolta era apenas um ensaio em jeito de farsa, ou um baile de máscaras. Talvez fosse uma farsa ensaiada. A peça era uma, mas todas as que estavam presentes davam um puzzle complexo. Uma teia social emaranhada.
Interessou-me contudo a obra.
Fica aqui a bibliografia
Jean Genet

Filho ilegítimo e abandonado pelos pais, Jean Genet nasceu em Paris a 19 de Dezembro de 1910. Com apenas 10 anos foi acusado de roubo e levado para uma instituição destinada a jovens delinquentes. Apesar de inocente, Genet decidiu, devido à falsa acusação, tornar-se ladrão. Assim, passou grande parte da infância e da juventude em instituições para delinquentes, tendo vindo a desenvolver uma crença própria: endurecer-se contra a dor e repudiar um mundo que não o aceitava. Na década de 1930, Genet viveu em vários países europeus como ladrão, até que, em 1943, depois de ter cumprido uma pena de prisão por roubo, começou a escrever. As suas peças transmitem as suas experiências na prisão, abordando temas como a prostituição, o roubo e a homossexualidade. Enquanto dramaturgo, Genet tornou-se uma voz importante do teatro do absurdo. A sua obra inclui também vários romances e argumentos de filmes.Jean Genet morreu no dia 15 de Abril de 1986.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Depois duma ida à Feira...



"Como sabemos, nada angustia mais os editores do que publicar livros numa época em que a "lei de Lem" reina por todo o lado( ninguém lê o que quer que seja; aquele que apesar de tudo lê não percebe nada; e se percebe depressa trata de esquecer). A razão disto é que ninguém tem tempo para ler, porque o mercado está inundado de livros, e porque a publicidade se tornou um instrumentos muito perfeito. A publicidade - essa nova utopia - é actualmente objecto de um verdadeiro culto. Se podemos olhar sem discernimento todas as emissões aterradoras, ou simplesmente aborrecidas que a TV nos propõe( e as sondagens de opinião bem o provam), é porque as sequências publicitárias que passam no intervalo nos dão uma descontracção suficientemente apreciável depois do espectáculo mortificante de todos aqueles políticos disparatados, daqueles cadáveres ensanguentados caídos pelo chão por motivos diferentes, em vários pontos do globo, ou daquelas telenovelas, que nem conseguimos seguir bem, de tal forma são intermináveis( não esquecemos só o que lemos, mas também o que vimos). A Arcádia não subsistiu, portanto, senão no mundo da publicidade. Aí vemos lindas mulheres, uma de cada vez, homens expansivos com ar distinto, crianças felizes e pessoas de idade como os olhos cintilantes de inteligência, geralmente usando óculos. Um prato apresentado numa nova embalagem, uma limonada com aroma natural, um "spray" contra transpiração dos pés, lenços de papel impregnados com essência de violetas(...) A expressão de felicidade intensa que se lê nos olhos ou nos traços dessa encantadora mulher, ocupada a examinar um rolo de papel higiênico ou a abrir um armário como se fosse a caverna de Ali Baba, comunica-se imediatamente a todos os espectadores. Neste fenómeno de empatia esconde-se, talvez, um sentimento de ciúme e até mesmo uma ponta de irritação, porque todos sabemos que não podemos sentir o mesmo entusiasmo ao beber aquela limonada ou ao utilizar aquele papel higiênico; as portas da Arcádia estão-nos fechadas, mas isso não impede que o seu doce fascínio nos toque. Aliás, para mim a coisa era clara desde o inicio; ao desenvolver até à perfeição a "luta pela vida" dos artigos de consumo, a publicidade tinha totalmente de nos subjugar; e se conseguiu fazê-lo, não foi porque a qualidade dos produtos tenha aumentado, mas sim porque a do mundo não fez senão piorar. Depois da morte de Deus,o que é que aconteceu aos sublimes ideais., ao sentido da honra, aos sentimentos desinteressados, nas nossas cidades superpovoadas, inundadas pelas chuvas ácidas? Nada nos resta senão o êxtase das senhoras e dos homens da publicidade gabando os bolos, os pratos e os lubrificantes, como se proclamassem o reino dos céus. No entanto, uma vez que a publicidade afirma com uma eficácia perturbadora a perfeição de tudo quanto se propõe, quando se trata de escolher um livro - não interessa qual - o potencial leitor sente-se seduzido por vinte mil Miss Mundo simultaneamente, e como não pode decidir-se por nenhuma, fica paralisado numa espécie de expectativa amorosa, entorpecido como um imbecil. A advertência vale para tudo o resto. A TV por cabo, capaz de transmitir simultaneamente 40 programas, convence o espectador, impressionado pelo número de canais, de que aquele que ele não sintonizou deve ser melhor do que aquele que está a ver: e assim começa a saltar de canal em canal como uma pulga numa frigideira; isto prova que uma técnica perfeita é altamente frustrante.
Ninguém disse de forma explícita, mas prometeram-nos o mundo inteiro, deram-nos a ideia de que poderíamos, senão possuir tudo, pelo menos ver tudo, tocar tudo.... Como arte, a literatura, que não é mais do que um eco do mundo, o seu reflexo e o seu comentário, caiu na mesma armadilha."

Stanislaw Lem - Berlim, 1983

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Uma bolha


A bolha de sabão escorregava pelo chão. Uma corrente ascendente e elevou-se muito de repente! Quanto mais se afastava mais a vista se alargava. Tão alto ficou que que toda a Terra mirou. Ao vê-la de tanta distancia sentiu a semelhança. Era frágil, azul, verde mas nada ágil. Parecia-lhe pequena e igual a si, não passava duma bolha distante. Pegou num alfinete e esvaiu-se de repente. Tomou o lugar dela, adoptou o seu nome. Orbitava agora alegremente à volta do Sol.E Ninguém no Universo deu pela diferença.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

http://dn.sapo.pt/2008/05/21/opiniao/onde_esta_o_lado_certo.html

José Sócrates fuma nos aviões e, acaso, fora deles; Sarkozy é muito dado às pequenas; Gordon Brown rói as unhas; o filho da princesa Ana de Inglaterra casou-se com uma canadiana; Hugo Chávez perdoou a Espanha a grosseria de El-Rei; a actriz Ellen Degeneres anunciou a felicidade que a inunda, pois vai trocar alianças matrimoniais com Portia de Rossi, a companheira de mesa e de leito; Campos e Cunha, economista, professor e antigo ministro, amolga o carácter de Manuela Ferreira Leite, acusando-a de "esfaqueamento" pelas costas; Pedro Santana Lopes qualifica a referida senhora de "deprimente"; Bush revela-se um pouco alarmado com a América Latina, "demasiado vermelha"; o PSD parece um saco de gatos, mas três "cientistas políticos", Marina Costa Lobo, André Freire e António Costa Pinto sossegam o nosso alvoroçado espírito, afiançando ser "normal" a crise naquele partido, o qual não corre "perigo de extinção"; em escassos cinco dias o preço dos combustíveis subiu duas vezes, e o admirável ministro Teixeira dos Santos declama, à posteridade, que "temos de nos habituar"; enfim, o dr. Bagão Félix publicou um livro de contos, O Cacto e a Rosa, por ele próprio definido como "histórias mais ficcionalmente reais do que realmente ficcionadas".Há, em todas estas notícias, um discreto fio que as une e, até, explica: a vacuidade, com a aparência de seriedade, em que se tornaram as sociedades nossas contemporâneas. São os caprichos do momento convertidos, pela imprensa, as rádios e as televisões, nas falsas evidências da razão. E embora saibamos (alguns) que o tempo é mais importante do que aquilo que com ele fazemos, estamos a aceitar o temporário como definitivo, e a não compreender que a vida é um permanente processo de correcção.Vivemos, desde a década de 80, um novo período de sufocação, que se manifesta em vários sectores: desemprego, emigração, esvaziamento ideológico e ausência da política, economia, justiça, cultura, educação. Há, hoje, dificuldade em escolher o que se julga ser o lado certo onde se deve estar. E essa dificuldade serve de pretexto para as mais vis renúncias, e de condescendência para com sórdidas traições.Inculcaram-nos a ideia de que Portugal é inviável e de que somos um povo de madraços. Como já poucos lêem o que deve ser lido, a afirmação fez fé. Mas não corresponde à verdade. Recomendo aos meus dilectos alguns autores antagonistas da absurda tese: Vitorino de Magalhães Godinho, José Mattoso, Luís de Albuquerque, António Borges Coelho e, até, António José Saraiva. Todos interpelam o País, criticam-no porque o amam, e ensinam-nos que o passado altera-se de todas as vezes que o lemos e interrogamos.O lado certo está, creio-o bem, quando recusamos a indiferença e não admitimos a resignação.

Baptista-Bastos escritor e jornalista

terça-feira, 20 de maio de 2008

a fabula do caracol

(aceitam-se sugestões para o mote)

a estorinha premiada ganha uma viagem e estadia completa no mundo dos gastropodes

segunda-feira, 19 de maio de 2008


A vida é bonita. Quando mergulhamos no mar e adormecemos na praia. Quando estamos com boa gente. Quando a vida nos embriaga nos leva a flutuar. Estar sentado ao sol a observar. O dia passa, deixa a sua marca na pele queimada. Uma tarde que passou. Um momento para guardar. Mais um. O Tempo passa. Mas não se perde. Fica. Nem que seja na visão de mais uma maré cheia, ou mais um pôr-do-Sol.

palavreados #1 e #2( versão não revista)


#1


"A Verdade não passa de uma mentira disfarçada de verdade como cordeiro sem lã, a ovelha sente-se nua. Sem pão o Homem não cava a terra. A natureza dele confunde-se as ideias, baralham-se os conceitos, distorcem-se as formas e a geometria esvai-se. Vazio vagueou pelo vácuo e plenos de esperança só tememos perdê-la e perdemos o medo. Apesar de ganhar, o custo pode ser elevado. A filosofia que nos faz jogar com os ideais e os princípios morais até se alteram com o acordo ortográfico e um desacordo fotográfico, com rigor biográfico mas quase ilegivél na sua imensidão e complexidade. Tudo no inicio duma frase está em aberto! Fechado! Aberto! Não! Fechado! A loucura prossegue dentro de momentos. A sanidade, essa, exige pouco ou nada exige. Ahhh! Gritas. Oh! Choras! Ih! Ris. De quê? Quem? Eu? Não quero mas tenho de perguntar: Será que se deve questionar? e responder: Entro naquele ciclo vicioso donde só sai quem sabe viver."









#2
"A Mentira é um dos fundamentos da sociedade confrontada por grandes assimetrias sociais constantes inerentes e perenes. Apesar de tudo consegue-se a caducidade, é necessária. A revolução é eterna e o terrorismo a que assistimos não é poética a nível utópico e fatalista num meio onírico. Um tratado feito onde o sonho é distorcido e destroçado porém ainda não despedaçado e uno. Indivisível. Pasmado, fico perplexo. Olho e vejo tudo que não passa a ferro todos os que se atravessam à frente da passadeira. Passam mas não param. escutam e olham, vê-se a luz ao fundo do túnel.E haverá luz? Não será apenas escuridão total? Não! mas sim uma espécie de cegueira que não só lhes tolhia a vista como também a mente! A mente, o coração, a alma, o desespero..E assim vão as glorias do mundo. mas num momento tudo pode mudar! O amor, erros meus má fortuna parafraseando o outro, que apesar de morto não escrevia torto!mas podia salvar. se houver fé. esperança, e perseverança e assim toda a família humana alcança e até uma estrela dança. No horizonte, um rosto reflectido. Esfreguei um olho e de repente o sonho esfumou-se, a casa ruiu e o universo tombou."

Textos com a participação de Tomás (biblico)da Cunha 19/05/08 Subterraneamente de madrugada.

domingo, 18 de maio de 2008

Imagens que valem mais do que 1000 palavras para quê...







Parabéns Ricardo! Um dezena deles!


Bem-vinda Joana!

Bom concerto Manos!

Palavras para quê?

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Adenda



Achei o video anterior curioso. Não sou anti-sionista, mas também não sou pro...
É de condenar o Holocausto.
É também de condenar o extermínio dos Palestinianos e os muros que os envolvem.
Quem são os justos nesta apelidada, guerra santa ou jihad? Não sei. A História dirá.
Os cristãos têm também memória curta. No séc. XI, saiam da Europa hordas de Cavaleiros, com destino a Jerusalém. Objectivo? Matar os infieis...

Faltou-me o "Guerra e Paz"

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Os Livros ( um desafio já do Cretácico)


Fahrenheit 451 - Ray bradbury
Solaris Stanislaw Lem
1984 - Goerge Orwell
O Trinfo dos Porcos - Idem
Admiravel Mundo Novo - Aldous Huxley
Werther - Goethe
Narciso e Goldmundo - H. Hesse
O livro do Desassossego - F. Pessoa
O Retraro de Dorian Gray - Oscar Wilde
O velho e o Mar - Hemingway
Crime e Castigo - Dostoievski
O Jogador - Idem
EStrangeiro - Camus
O Mito de Sisifo - Idem
Sonetos - Florbela Espanca
Só - António Nobre
Alegria Breve - Vergilio Ferreira
Naked Lunch - W.S. Burroughs
Cidades da noite Vermelha - Idem
Terras de Poente - idem
A Revolucão electronica - Idem
On The Road - Jack Kerouac
Big Sur - Idem
O processo - kafka
Castelo - Idem
America - Idem
Metamorfose - Idem
Candido - Voltaire
O Nariz - Nikolai Gogol
A Mãe - Maximo Gorki
Contacto - Carl Sagan
etc

As paragonas


Sócrates apanhado a fumar num avião fretado.
Pinto olha para Carolina durante 6 minutos.
Os cereais em crise redimiram-se. A produção de trigo em 07 cresceu 40%.
o Gasóleo aumentou, explicação dos entendidos: " é porque o preço do Barril de Crude subiu"...
O Leite e o Pão iam subir. A produção aumentou...
Em que é que ficamos?


Os Jornais são iguais aos casos da vida da Tvi
Os telejornais iguais aos programas de outrora da fátima lopes com o titulo: Profecias da Desgraça"
O nosso Pais é o das maravilhas. Pena não entrar na toca e não ter a minha dose de lsd.
Viva! Iupe!


Mundo estranho este onde terramotos e tufões são fait divers...

Nota do autor

Todos os blogs aqui escritos, descritos e até proscritos, são da minha inteira responsabilidade. Haverá alguns que se assemelharão a outros..é natural..são acasos e não vivemos isolados nem somos uma ilha, passo a redundancia.O teor, cariz ou carácter cientifico de alguns não tem o rigor e a acutilancia que alguns talvez precisem, necessitem e talvez se alimentem disso. Apesar de ter uma formação em Eng. Geologica e parcialmente em história, os factos aqui relatados são meus e só meus. Sei que ninguém liga a títulos ou à heráldica, pois olhamos sempre para o lado humano e social das gentes, mas fica aqui expresso que não sou doutor.

Fica o aparte. Capisce?

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Na Terra dos Mohs





Era uma vez, um bairro que era habitado por entes pensantes que eram feitos de sílica e carbono e mais as suas variadíssimas combinações. Havia seres de quartzo, outros de vidro, outros de grafite, e ainda outros mais raros, de diamante. Transmitiam as suas ideias por fotões e comunicavam por impulsos eléctricos. No bairro, todos se achavam especiais, e havia uns que tinham dureza superior a outros. Havia um ente de diamante que adorava passar pelos outros e deixar-lhes uma marca. A Grafite escrevia nas paredes, o quartzo iluminava-se, o vidro espelhava-se e o Diamante, além das características anteriores, tinha o condão de deixar a sua marca. Todos no bairro comentavam tais atrocidades. A grafite pediu uma reunião urgente.
E em assembleia decidiram que medidas a tomar. A Grafite disse: Desenho-o todo!
O Vidro comentou: Eu tiro-lhe o brilho! O Quartzo, sem ideias ripostou: Retirem-lhe a dureza!
Mas nada resultava e o diamante continuava jocoso a pavonear-se pelas ruas. Um dia subiu à torre da igreja e gritou bem alto: " Eu sou o dez! A pureza, a beleza, e a dureza!" Rodava e mostrava-se aos outros, pulava de contentamento, girava em total divertimento! Embriagado com o seu poder não se segurava em si de contente e caiu desamparado. O problema, e segundo as leis da física, nem foi a queda mas sim a aterragem. Ao bater no chão despedaçou-se em mil cacos e transformou-se em areia fina, definhou e a brisa elevou-o como poeira. Restou um grão. Todos os outros o observavam, ainda espantados e confusos.Por fim decidiram colocá-lo junto ao talco, e no meio de tanto pó pereceu. Evaporou-se.
Ah! e viveu feliz para sempre.

( se os sintomas persistirem consultar os textos de fevereiro)

Sem titulo


Pedro trabalhava no campo. De sol a sol arava os campos, transpirava, dava de comer aos animais. Ao pôr-do-sol, voltava a casa, sentava-se para a ceia, acendia o braseiro, orava ao senhor e deitava-se.
No dia seguinte Pedro não acordou.

terça-feira, 13 de maio de 2008

cut ups


O Jornal de Angola (JA) diz que "chegou a hora de dizer basta" ao que qualifica como "os mais baixos ataques ao país" e aos seus dirigentes políticos."Estou confiante quanto ao futuro do sistema democrático". "Os jovens - acrescentou - darão o seu contributo para a melhoria da qualidade da democracia." Ficou surpreendido com a libertação ontem de Mário Machado? " Fiquei relativamente espantado. Ele [Mário Machado] ligou-me há pouco e soube pelo próprio que tinha sido libertado. Ele fez questão de me dar a notícia em primeira mão." Myanmar, a antiga Birmânia, é um dos países mais pobres do mundo e, com a destruição pelo ciclone Nargis, a situação só pode piorar.As sondagens não deixam margem para dúvida, a menos que aconteça uma tragédia, Hillary Clinton será a vencedora das primárias de hoje na Virgínia Ocidental.O dicionário de Cândido de Figueiredo, um dos mais consensuais e prestigiados da língua portuguesa, não dá ao termo 'seduzir' significados airosos.

Pascoal


Pascoal desde cedo se mostrou maldito, na freguesia de nossa senhora dos degolados era desprezado. Aos 4 anos matou e comeu o irmão de berço. Foi expulso. Vivia na mata, à espera. Descalço e nu, crescia com os restos de carcaças de animais e bagas e frutos, evitava os aglomerados humanos, dormia nas árvores e descia as aldeias em busca da sua próxima vitima. Degolava alguns e trazia os que à força de braços conseguia puxar para cima dos ramos. Os mais novos eram tenros, as mulheres mais saborosas e os velhos mais secos e elásticos e custava-lhe a deglutição. Vivia na noite, durante o dia acoitava-se do sol, e costumava sonhar em ser um animal selvagem doutro continente, poder viver e correr nas grandes e largas savanas sem horizonte. Um dia souberam onde se escondia, toda a gente se juntou no adro da Igreja, com armas e fogo, subiram a encosta. Pelo cimo da copas das árvores fugiu até ao cume mais longínquo. Aguardou quase um mês de atalaia que o pior passasse. Nessa mesma noite, antes do raiar, desceu á aldeia, com gentileza e subtilmente, fechou todas as saídas de portas e janelas. Em seguida pegou fogo a tudo. Esperou que os gritos findassem, aguardou que o cheiro a carne queimada desaparecesse. Retirou-se. Do cimo das árvores olhou para baixo e sorriu. Era tudo dele finalmente.

A fé é que nos salva


A 13 de maio na cova de Iria,
vão os fieis pela estrada,
mortos por quem ja não vê nada.
Aparece Ofuscando a nossa primazia
Os segredos de fátima
os secretismos dos lobbies
as negociatas que se fazem
e os outros? dos religiosos hobbies...
Há gente que tem fé
há Pessoal que vai a pé
há todo um Povo sem guita
e as hordas laicas é que fazem fita
A virgem Maria em saldo,
Fatima em festa
Os emigrantes a salto
e o deficit? parece que é desta!
Um Arbusto em chamas
Um Bush a arder
um são joão artista
e um iraque a tudo perder
Jesus foi para a cruz
as bombas criam a luz
os soldados são crentes
enquanto a miséria e a morte estão sempre presentes...

Metamorfose


Era um sábado húmido e frio de final de inverno. Lá fora estava tudo adormecido, não se ouvia nem o piar dum pássaro. Nem sequer os rugidos dos motores dos veículos. Acordei assustado. Transpirado. Com uma forte dor na vista. O corpo entorpecido e dormente. Incapaz de me mover. Abri os olhos, não via. Levantei a mão a custo e levei-a à pálpebra, uma matéria viscosa e gelatinosa cobria-me a cara. Uma espécie de geleia viscosa cobria-me o corpo. Entrei em pânico, deixei cair o braço e assim fiquei. Tinha dificuldades em respirar e não era capaz de falar. Aquela matéria tapava-me a boca e colava-me os lábios. Como se fosse transformar a minha cara numa bola de carne. Tentei gritar. Ninguém me acudia. Perdi a força muscular, estava preso, incapaz de me levantar, por fraqueza voltei a adormecer. Passaram-se horas, ou dias, talvez semanas até. Sentia-me fraco. Não sentia os olhos, não ouvia, não mexia nenhuma parte do corpo. Os meus sentidos tolhiam-se assim como o cérebro, deixei de ter medo. Em breve o meu corpo ficou envolto num casulo, deixei de pensar...Passado um tempo que não sei determinar, vi luz, consegui sair, libertei-me do casulo que me prendia e voei. Nasci!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O real, o virtual e o surreal


Um austríaco viola incessantemente a filha.
Um Iraquiano mata barbaramente a filha.
Na Birmânia centenas de milhar morrem.
Um abalo telúrico de 7.5 Richter abate um sem numero de chineses.
Em 2004 um Tsunami mata 1/4 de milhão.
Em 1945 em Hiroshima uma centena de milhar é incinerada.
Na Idade média a Peste dizima populações.
Um regime extermina 6 milhões.
O Mundo insurge-se. Condena. Repudia.
Chamam-nos de monstros, criminosos sem perdão e tiranos genocidas. Qual das acções a pior? Serão uns inimputáveis por serem considerados loucos? Terão alguns um motivo ideológico ou religioso para actuar de tal forma? Serão os outros culpabilizados por negligência?
Haverá quem coloque um crime acima do outro? Poderá haver uma lista ou um top ten das piores atrocidades mundiais? Poder-se-á catalogar as terríveis acções que se assistem e se praticam diariamente neste nosso Mundo? Com que moralidade se chama a um de monstro e a outro de doente? Um de genocida outro de homicida? Uma chacina ou massacre em oposição com um desastre natural ou um cataclismo? Não serão tudo mortes horrendas? Não será tudo gente que perde a vida injustamente? Familias inteiras destroçadas, gente que só possui a roupa do corpo... Não gostarão os Média de noticiar a desgraça alheia? Não vivemos nós alimentando-nos de notícias macabras e mórbidas? Deixou a morte de ser tabu e sagrada para passar a ser um produto de consumo imediato e servido a frio no jornal da noite enquanto os outros, os vivos, do outro lado do mundo, saboreiam o seu jantar com os olhos postos no Ecran? Serão estas imagens consideradas chocantes? ou serão uma produção cinematográfica real, natural e sem efeitos especiais que ombreiam e até ultrapassam as melhores fitas de Hollywood?( com pipocas à mistura!)
Quando deixámos de nos importar? Quando deixaremos de parar na estrada para ver quem está morto no acidente na faixa contrária à nossa? Será que o prazer se confunde com a dor? Estaremos nós insensíveis? Seremos imunes à desgraça alheia? Será que a nossa sensação de impotência em relação a um evento que se passa a milhares de quilómetros, torna a coisa mentalmente distante? Será que as reacções estão proximamente ligadas com os laços que temos às pessoas? Porque será que já não nos identificamos com nada? Porque gracejamos com a guerra do Iraque e a banalidade das imagens? Quando nos tornámos frios e calculistas e ao mesmo tempo Juízes e carrascos de gente longínqua?

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Exercicio 1

Baseado nas ultimas estatisticas chega-se à conclusão. Embora haja ainda muito que se possa dizer, nada será dito. Não por medo de represálias mas talvez por receio de se sentirem ameaçados. Vãs serão as que ainda tardam a amanhecer

Hoje de manhã saí muito cedo




Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...

Não sabia que caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.

Assim tem sido sempre a minha vida, e
Assim quero que possa ser sempre --
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.

Alberto Caeiro

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A vida


É vão o amor, o ódio, ou o desdém;
Inútil o desejo e o sentimento...
Lançar um grande amor aos pés de alguém
O mesmo é que lançar flores ao vento!

Todos somos no mundo (Pedro Sem),
Uma alegria é feita dum tormento,
Um riso é sempre o eco dum lamento,
Sabe-se lá um beijo de onde vem!

A mais nobre ilusão morre... desfaz-se...
Uma saudade morta em nós renasce
Que no mesmo momento é já perdida...

Amar-te a vida inteira eu não podia.
A gente esquece sempre o bem de um dia.
Que queres, meu Amor, se é isto a vida!

Florbela Espanca

terça-feira, 6 de maio de 2008

que dizer do amor?


vejo-o como uma partilha profunda de tudo

do nosso interior

de rasgá-lo e coloca-lo no outro

de absorver

de ter e ser ao mesmo tempo

de suspirar em unissono

de presentear com um sorriso

de chorar com a alegria tremenda de não existir mais nada

de sentir sem tocar

de observar sem ver

de cheirar a alma e saber que nos toca

de ver um confidente, amante, amigo, companheiro, abrigo, rumo, ancora e guia

duma luz cega

duma cor sufocante

de uma paz suprema

de tudo ou nada

pois nada interessa

nem é preciso o tudo

uma mescla de acções numa sensação

num terramoto gigantesco num pequeno calafrio

duma visão impossivel

numa paisagem sem obstáculos nem barreiras

Miguel filho de Jack Singh

Maio maduro maio

Fomos ver e era a Neve!
O gelo aumentava o fogo dentro de nós. quanto mais perto estavamos mais junto nos sentíamos. a chama na reitoria consumia-nos como o crepitar da madeira, o bater dos corações. Uma picanha partilhada, entrecortada, cortada na Serra, olhada por uma Estrela. Uma viagem com queijo e Manteigas, a estrada perdida num Vale Glaciar que não bastava para nos arrefecer. Um miado continuo e carinhoso brotava dentro do veículo assim como os cravos ao passarem pelo caminho. Um copo de vinho, um peixe, um gato, um polvo e um abraço tentacular, terno e tenro. Pão de água e de ló concebido com amor. Um dia uma mãe, um xeque-mate, um acordar com carinho, umas formigas salteadas em açúcar, um deleite para os pardais, um ouvido atento e umas socas apuradas. Uma exaustão no exterior e um cansaço doce no interior. Um ar descontraído e outro condicionado. Fabrica-se um relação e um tapete em diferentes tons de preto. Uma manta sobre os pés, um espanta-espíritos em cima, um abaixo-assinado e um ser apaixonado.