Era uma vez, um bairro que era habitado por entes pensantes que eram feitos de sílica e carbono e mais as suas variadíssimas combinações. Havia seres de quartzo, outros de vidro, outros de grafite, e ainda outros mais raros, de diamante. Transmitiam as suas ideias por fotões e comunicavam por impulsos eléctricos. No bairro, todos se achavam especiais, e havia uns que tinham dureza superior a outros. Havia um ente de diamante que adorava passar pelos outros e deixar-lhes uma marca. A Grafite escrevia nas paredes, o quartzo iluminava-se, o vidro espelhava-se e o Diamante, além das características anteriores, tinha o condão de deixar a sua marca. Todos no bairro comentavam tais atrocidades. A grafite pediu uma reunião urgente.
E em assembleia decidiram que medidas a tomar. A Grafite disse: Desenho-o todo!
O Vidro comentou: Eu tiro-lhe o brilho! O Quartzo, sem ideias ripostou: Retirem-lhe a dureza!
Mas nada resultava e o diamante continuava jocoso a pavonear-se pelas ruas. Um dia subiu à torre da igreja e gritou bem alto: " Eu sou o dez! A pureza, a beleza, e a dureza!" Rodava e mostrava-se aos outros, pulava de contentamento, girava em total divertimento! Embriagado com o seu poder não se segurava em si de contente e caiu desamparado. O problema, e segundo as leis da física, nem foi a queda mas sim a aterragem. Ao bater no chão despedaçou-se em mil cacos e transformou-se em areia fina, definhou e a brisa elevou-o como poeira. Restou um grão. Todos os outros o observavam, ainda espantados e confusos.Por fim decidiram colocá-lo junto ao talco, e no meio de tanto pó pereceu. Evaporou-se.
Ah! e viveu feliz para sempre.
( se os sintomas persistirem consultar os textos de fevereiro)
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Na Terra dos Mohs
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