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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

ao 7ºdia

Num dia igual aos outros, traçou uma linha, fez uma perpendicular, olhou o ponto de fuga, distanciou-se. Parou. Sentou-se, fechou os olhos e inspirou-se. Foi à cozinha buscar gelo e voltou a encher o copo. O maço só com um cigarro. Sacou-o, debruçado à varanda olhava o infinito, coçou a cabeça, esfregou os olhos a laia de cansaço. Olhou para trás e contemplou a sua obra, deu mais um bafo, e andou às voltas na sala saindo novamente para a varanda. Mirou o sol e inevitavelmente esboçou um sorriso. Momentaneamente cego, caminha junto ao vasos encostados à parede observando-os, tira as folhas secas e toca na terra, regando-os em seguida. Suspira. Sente-se vazio, sem imaginação, a capacidade criativa já não é o que era. Volta para dentro, e põe-se a trabalhar. Deus rasga a tela antiga e recomeça de novo, sem grande inspiração, rabisca improvisando.
Hoje vai criar o homem.
"Esperemos que fique bem" - Comenta para si

2 comentários:

Anónimo disse...

Ficou bem! O problema é que durante a criação ele devia ter anulado de imediato a arrogância... Tirando isso, ficou bem...

Cruztáceo disse...

este deus é outro. nem eu sei qual é...deu-me para isto