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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Uni-versão








Uniram-se como duas gotas de água que se encontram sobre uma folha, formando uma maior. A luz envolve o Oceano espalhando as cores pela superfície do mar e colorindo o céu numa paleta variada de tons.
O sol desce e funde-se com o horizonte reflectindo a sua energia e poder pela Terra.
Os tons vão-se esvaindo, aparecendo na água desde o azul profundo ao cinzento metalizado.
As ondas batem cá em baixo, chegando aos nossos ouvidos o embate nas rochas, uma torrente suave mas poderosa.
O silêncio vai-nos envolvendo à medida que o laranja se transforma em rosa.
Por detrás, o verde da serra e o castanho da terra esfuma-se aos poucos, o céu apodera-se deles e carrega-os com as cores da noite.
Tudo é invadido de uma magia palpável. O verde que não se vê mas sente-se, O Azul que nos toca na face em forma da brisa, a terra que se cheira com um odor mesclado de mar e flora.
A mística do lugar é intensa, quando a gigante esfera se esconde, e por momentos o vento pára e o mar se deixa de ouvir. Instantes que nos tornam pertença desta visão paradisíaca. Sentimo-nos pó de estrelas, quando aos poucos aparece Vénus e Júpiter que seguem o seu maestro e terão, noite dentro, o mesmo destino. A abóbada enche-se de pontos brancos luminosos e longínquos, porém tocam-nos com a sua presença aconchegante.
E Nós, aqui, de pés assentes, sentimo-nos pertença dum quadro maior; Num conjunto de átomos omnipresentes que nos rodeiam, numa orgia de matéria em que somos testemunha da Criação, numa dança de estrelas que nos vão cercando, num baile de planetas que entre nós circulam, num festim de formas e conteúdos que nos enchem ou preenchem, fazendo de nós filhos do Universo.
E assim se passa um domingo ao pôr-do-Sol, onde a união de tudo o que é conhecido passa por nós e foi consumada, inclusivé o tempo e o espaço, e é neste momento que tudo pára, nesse instante em que não somos mais que um sentimento, ou uma emoção fugaz mas infinita.
Entretanto cai a noite e nós levantamo-nos acordando do sonho. Até amanhã.

4 comentários:

alfabeta disse...

À noite tudo parece mais romântico, mais calmo, mais convidativo. :)

Dawa disse...

Bom dia, então! Que o sonho continue por muito tempo.
Beijinho grande!

Anónimo disse...

A Mãe-Natureza torna-nos insignificantes, mas há momentos em que nos sentimos como parte dela! Uma união abençoada por Ela :D
Jitus

Cruztáceo disse...

Alfa: também acho, mas o Cabo da Roca ao Por-do-Sol tem mais encanto.
Dawa: o Sonho é eterno.
Zitus: O universo é pequeno ao pé de ti!