Numa sala cinzenta sonhava. Olhava para um canto que se abria em multiplas cores. Não para uma rua, nem para o mundo. Uma porta aberta lá de dentro cá para fora. Via-se tudo ou quase tudo. Papoilas e as margaridas a colorirem a passagem. Os carris do comboio atravessavam as estradas acompanhados pelos brilhos azuis e prateados da praia na costa doirada. Tudo familiar, encantador e surpreendente pelo caminho. O calor que transbordava, enchia o cenário de energia. A proximidade dos estranhos. As andorinhas nos fios electricos. O bom dia miado do gato. As espera pela noite e pela incognita das experiências. E sempre o Sol a acompanhar. A sala deixava de ser cinzenta, sem cor, mas com luz. Muita luz. Os sentidos alerta. A esperança eterna. A fé presente, o carinho constante, o amor pairando. Uma paixão assolapada por isto e aquilo. Por dá cá aquela palha. O rio e o vento como amigos. A imperial fresca na esplanada. O mergulho a saber a poente. O zumbido das sensações. A tontura de não ter destino. O frenesim de viver para se secar e vestir. Uma partida e uma chegada inesperada. Trazer tudo consigo de mãos a abanar. A Primavera está aí e o Verão a chegar.
3 comentários:
As salas cinzentas e as pretas e os cenários de guerra, seja guerra daquela em que se mata e se morre, seja daquela guerra em que não se faz nada e não se vai a lado nenhum e nada acontece... são cenários propensos a sonhos... pois a infelicidade é terreno fértil para sonhos... mas não a infelicidade verdadeira, pois essa não deixa espaço à esperança e essa é a mãe do sonho...
Que bom seria se andássemos com a porta aberta de dentro para fora... e se se visse tudo!! Ou pelo menos, quase tudo... os cenários da guerra e as salas cinzentas iluminar-se-iam... a infelicidade sumir-se-ia dando lugar à esperança eterna... a fé presente, o amor pairando...
:) ihih!
Já fiz um post justificando a "baralhação", mas nada justifico e fica tudo em aberto numa grande interrogação. (as vezes dá-me pra isto)
:-D Ainda bem aqui pra maltaaa!! :-D
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