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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Quem fui?


Já alguma vez tiveram a sensação de acordarem com o despertador e olharem para as horas e serem confrontados com a ideia de não ser eu que estou ali?
A conduzir, olham para o lado e o espaço que os rodeia é desconhecido, toda aquela paisagem que nos cerca e aperta é alienígena?
Olho ao espelho e quem me olha é desconhecido?

Com rumo destinado e chego à conclusão que afinal aquele destino não é o vosso?

As vossas falas e deixas não passam de estímulos exteriores copiados ou plagiados de outrem?

Não passamos de encenações ou rábulas brejeiras em que não nos revemos?

Nunca sentiram que o Eu não é presente? É alguém estranho, ridículo, absurdo e sem efeito prático e/ou não passa de um reflexo condicionado?

Na rua olhando em volta reflicto se de facto sou eu ? Ou não passa duma imagem fabricada e incutida na memória?

Não se sentem as vezes sem ente físico, onde não são mais que uma inconsequência ou um lapso biológico anacrónico?
Não se confrontam com as vossas posições ou opiniões, em que não se reflectem por serem incoerentes ou inconsistentes e serem lembranças quase intemporais que absorvemos doutro alguém que não se encontra dentro de nós? Onde não há lugar, no espaço ou no tempo, para alguém com tais experiências ou factos empíricos que ao que tudo indica foram pré-gravados num qualquer espectro que vagueia por cima do solo, pois nada mais sabe fazer que se auto-assombrar?
Eu não sei se me aconteceu.
Suspeito que me vejo de fora, que já existi em tempos.
Viverei eu apenas, por alguém ou outra coisa qualquer e noutra dimensão, que joga aos dados?

4 comentários:

Anónimo disse...

Eu nunca senti isso... Sinto-me muito "eu"! E não sei se a maioria é como tu ou como eu...

Jituuuuu

alfabeta disse...

Tenho também a impressão que já existi em tempos, lugares onde fui pela primeira vez, eram-me familiares, estranho, mesmo!

Anónimo disse...

Já olhaste para alguém e julgaste que serias tu há uns anos atrás ou mm uns anos à frente?

Pakurané

Cruztáceo disse...

Ainda não. Mas vejo-me escondido por detrás dos olhos desconhecidos