há dias em que não somos nós, ou somos e nem sabemos, ou sentimos, parece que tudo se desfaz e ficamos sós. Não sei o que é meu, ou o Eu, não sei definir. Quando estamos a conduzir de caminho a casa.... ou a um destino determinado...e essa rota é cortada, ou a nossa mente...ou somos cortados a meio, saí de nós. outra essência, outra percepção, outro grau de consciência, estamos perdidos nessa curva da auto-estrada tantas vezes feita, é cortada, é desconhecida. Vezes há em que ouvimos uma canção, uma música ou uma sensação que nos altera toda a visão, estamos noutro sitio noutro lugar, mudamos no tempo, e sentimos como momentos passados e vividos antigamente, como presente e vívidos, agora intensamente, pedaços de passado, atirados para a nossa frente. Não é só a recordação, e o pensamento, mas o corpo a sentir e a presenciar, como aquele calafrio que se sente a vermos um filme que nos acerta, fundo. e sem dar por nós choramos. aquele dia em que estamos na praia e um deja vu acerta-nos em cheio quando mergulhamos e aquele cheiro e sabor da água é demasiado familiar, em que apanhamos sol e aquele calor não é de hoje, é da trazido da nossa infância, preenche.nos e abarca-nos, nem tenho consciencia do que sou ou fui, apenas existo agora, e tudo o que acontece a seguir é quase automático, puro, inato, ingénuo ou pré-programado, algo que me transcende que me coloca noutro patamar de existência que me assusta, em que não sei proceder, em que tudo ´´ e estranho e bizarro, quase como que um sonho mas estou acordado, a ver tudo á volta acontecer, e não sou espectador mas interveniente na cena, nesse filme, mas nem me controlo, ou antecipo o pensamento, nem racionalizo, tudo é um sentimento, um acontecimento a que sou externo, que vivi, vibrei, e senti, mas não passo dum actor. Alturas em que nos perguntamos por nós, pelo eu, talvez alturas em que sejamos verdadeiramente conscientes, e que vejamos a realidade, em que por segundos, estejamos de facto na verdade, segundos em que a razão nos ultrapassa, que nos trespassa para logo nos matar, e como um balde de água fria nos traga para este plano, para outro, aquele em que vivemos.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Não gosto dessa foto :|
A mente prega-nos partidas... os sentidos embaralham-na e ela embaralha os sentidos... não gosto de me sentir assim... gosto sentir que ela pia fininho ao som da minha vontade...
Enviar um comentário