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terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

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Abrigo, dd/mm/aa desconhecido

Espero que por aí esteja tudo bem, nós cá vamos tentando sobreviver.
o tempo tem estado cinzento, as particulas e a radiação continuam a afectar a atmosfera e o solo.
Ontem saímos para tentar arranjar alguns viveres e água, pois já não há qualquer tipo de alimentação. A saída à noite traz muitos perigos e a visão é quase nula.A tempestade continuava e tinhamos de nos deslocar rápido. Não levávamos protecção para o sol e dos sete só dois tinham armas. Mesmo assim não correu mal, conseguímos voltar quatro e recuperamos um corpo. As ruas continuam cheias de escombros e não é possivel a deslocação por veículo de rodados ou lococomoção por tracção automotora. Além disso escasseia o combustivel. Tentamos deixar o minimo de vestigios da nossa presença. Estamos a usar gordura orgânica extraida dos corpos. Não avistamos ninguém, porém conseguiram matar dois dos nossos, quanto ao terceiro foi vitima da radiação, expôs-se demasiado tempo. O cansaço já é demasiado e as forças já são poucas. Temos de ser mais rápidos. Quanto ao que conseguimos, só meia duzia de ratos e dois cães, nem chegarão para esta noite. Resta-nos esperar que a cinza desapareça e que consigamos fabricar fatos mais eficazes. Estamos a tentar fabricar armas de longo alcance, pois não sei como eles continuam a apanhar-nos e nós a cair que nem tordos nas suas armadilhas. É dificil ver lá fora, e o barulho ensurdecedor impede-nos a comunicação. Temos de nos manter unidos e presos por cordas uns aos outros. Em caso de fuga desprendemo-nos e é cada um por si. Hoje tive sorte. Já se assam os animais e o ultimo corpo humano que encontramos, os outros já estavam em decomposição, sempre servem para combustível. Tenho de ir agora, espero que nesse paralelo as coisas estejam melhores. Aqui as condições estão longe de melhorarem, a água é reciclada da urina e do suor, já não temos iluminação, só a que vem das fogueiras para aquecimento, cada vez somos menos, as doenças atacam em cada momento e instante que passa, sem olhar a quem, já não há medicação, estamos reduzidos a 10%, tanto melhor, sempre há mais alimento. Ainda não descobriram o nosso esconderijo quando assim for seremos dizimados instantaneamente. Desejo-te melhor sorte meu amigo. Quando puder volto-te a escrever.

Saúde e Sorte meu Irmão! Abriga-te e não olhes a meios!

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