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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sonho


Estando firme aqui neste penhasco, peço que não me acordem deste lindo pesadelo! Agarro-me às palavras com medo que as tirem. O vento circula à minha volta e arrefece-me a face, as folhas voam em circulos, assim como as frases que me aconchegavam, deixam de ser minhas e puxam-nas. As vozes longinquas falam mais de perto, aproximam-se de mim, e falam. Dizem lindas coisas. Contam belas intrigas, circundam e apertam-me. Brasas que se reacendem e me acertam no peito, rasgando-me a carne. As belas conversas rodopiam e elevam-me. Apontam-me e dizem que fui eu. Contam que sou eu. Falam que fiz eu. e Subo, subo mais, chegando aos céus. Condenado e julgado, e o corpo atirado ao circo é brevemente devorado, rapidamente desaparecido. E dizem que fui eu. E Apontam-me dividem os despojos, todos juntos à fogueira. Cantam e dançam.

4 comentários:

Anónimo disse...

Será que lhe apontam o dedo? Será que o julgam e condenam? Será que existem realmente intrigas?

...

Cruztáceo disse...

Será que estava no penhasco? alguém viu? Alguém o acordou?!!!

Cruztáceo disse...

Será que estava no penhasco? alguém viu? Alguém o acordou?!!!

Anónimo disse...

Se estava no penhasco, não sei... Eu não o vi, com toda a certeza! Se alguém o acordou, eu não fui. Dedos, condenações, julgamentos e intrigas também não passaram por mim!!!