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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Ser #2

Nunca saber com estar com alguém. Fabricação de gestos, invenção de estado, actuar por reacções pré-concebidas. Não saber amar ninguém. Realizar desejos, conviver de alma ausente, sentir de corpo inexistente. Socializar com uma máscara de acordo a ocasião, um sorriso trazido e ensaiado, uma catálogo de emoções idealizadas.
Um catavento, um papagaio, um girassol. Estar apenas para ser. Ser somente o que se exige. Passar subrepticiamente, correr o tempo, esperar por nada. Acordar para viver a fábula criada anteriormente, viver a encenação do egoísmo reeinterpretado. Sem objectivos nem tão-pouco almejar nada.Alimentarmo-nos porque surge a fome, agasalharmo-nos para tirar o frio, darmo-nos quando vem o cio. Nada saber, a mente vazia, qual insecto a bater na vidraça, não há mais caminho, secar e definhar no parapeito.

4 comentários:

Anónimo disse...

Porque complicamos tudo?
Porque queremos ser sempre algo que não somos?
Porque tentamos, nós, colocar uma máscara?

Porque não, sermos nós mesmos
Para dar-mos a oportunidade aos outros de nos conhecerem, realmente.

Porque não, sentir apenas o acordar
Sentir o cheiro autêntico de uma laranja
Ouvir o autêntico cantar de uma gaivota...

Vamos simplificar... É esse o segredo!

Cruztáceo disse...

Ensina-me! Ontem, hoje e no amanhã!

Anónimo disse...

Isso não se ensina... Está inerente em nós! Temos apenas de deixar que essas sensações entrem na nossa mente. Como? Fechar os olhos... e deixar acontecer! Simples, não é?

Cruztáceo disse...

Preenche-me então. de olhos abertos...