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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Pós-Civilização(Director`s cut)


A revolução industrial não passava de um mito longínquo... A Revolução tecnológica uma recordação do Passado. A electrónica esquecida. A electricidade uma lembrança perdida. O petróleo apenas era uma côr a mais na abóbada celeste.O Sol uma sombra baça sobre o negro céu constantemente carregado de nuvens baixas quase tocando o solo que possuia a mesma cor. o Céu confundia-se com o chão cinza. Não se discernia onde começava um e acabava outro. O horizonte perdido. Num mesmo tom, e o mesmo breu.
O azul do céu recordado, mas esquecido na realidade pardacenta. O Mar contaminado, apresentava-se com cores de lama, como um enorme pântano imundo. Onde tudo ia desaguar. O cheiro nauseabundo. O Ar era respirável com dificuldade. Um cheiro a carvão constante, a corpos queimados, um odor ácido e adocicado de carne em decomposição caia dos céus. Cinzas flutuavam e cobriam o chão, prendiam-se ao corpo dos vivos, à sua pele encardida. Os rostos tornavam-se iguais, sem expressão, talvez o medo como única emoção comum. A profissão legítima era a sobrevivência. Dedicavam-se somente a isso. Ao jogo do rato de do gato....Dias passados em eterna busca de comida e disputa letal por ela. As noites silenciosas. Todos recolhidos nas suas casas no subsolo. Somente o barulho do crepitar das chamas que saiam pelas chaminés improvisadas. Chamas que consumiam tudo: Corpos, matéria estéril, e tudo o que ardesse. Algo que aquecesse, que desse luz. Vivia-se em plena Idade Nova, a era pós-tecnológica. Não havia a lei do mais forte, mas a lei do mais voraz. Os objectos do quotidiano resumiam-se a armas arcaicas, lanças, facas rombas, calhaus, pedaços de máquinas fragmentadas...Tudo o que matasse, tudo o que inutilizasse fosse quem fosse que invadisse o espaço de outrem. Nada restava nesta paisagem desolada. Os armários queimados, os veículos desmontados, livros consumidos pelo fogo, para aquecer. Tudo o que servia de combustível. Um mundo frio onde até as Leis foram esquecidas, apenas os instintos prevaleciam.
Max vivia só num atarracado buraco, seus parentes mortos há muito. Já tinha consumido todos os seus animais domésticos, pelos seus bens chegara a ser considerado nobre. Começara a altura de se aventurar lá fora, Caçar os fracos, os incautos. Empunhando o que parecia ser uma base dum ferro de engomar espetado numa trave longa e fina de aço. Era a sua única arma, mas eficaz até ao momento. Além duma fisga manufacturada com peças antigas de um qualquer automatismo industrial, e uma machada artesanal. Não havia lugar a ideais nesta Era. Não existiam princípios por onde se reger. A moral inexistente. O desejo, o amor, ou a honra, conceitos esquecidos e apagados da mente de todo o ente vivo. Os objectivos eram sobreviver. Era o que bastava. Uma economia de subsistência baseada no parasitismo, necrofagia, canibalismo. Uma morte súbita, e uma fuga rápida.Max era mais um predador. Deambulava agachado na rua, pela noite. Pacientemente Esperava a passagem de alguém...Degolava a sua presa. Um homem, igual a ele. Inferior com certeza. Não passava de uma rés. E o remorso não existia, fora feito para caçar, e resistiria assim. Voltava de madrugada para o seu buraco com um cadáver. A excitação era enorme! Estava feliz. SEmtia-se completo! Hoje iria comer! Faria um banquete para si! Regojizava-se por viver numa sociedade em que não se passava fome. Brindava a isso!

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