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quinta-feira, 17 de julho de 2008

Pax



Esta é a cronica do guerrilheiro.
Acordava misturado na vegetação cerrada, encerrado no território. Enclausurado na solidão da selva. Selvagem a personagem, que na mata anda, e quem não mata, morre. No morro disparava pela mira telescópica. Os mosquitos ferravam, as silvas rasgavam, as minas decepavam. Uma arma escondida na serra. Um alma perdida na Terra. As horas passavam pelos aviões que bombardeavam. Em zigue-zague esquivava-se das bombas. Uma gincana marcial. Um jogo mortal. A Fuga para a cidade como sonho. Deixar de viver escondido. A liberdade. Não andar fugido. Juntar-se aos seus. Quem eram? Mais um estampido. Um zumbido. Junto ao ouvido. Que sorte é escapar à morte e à bala que achou e andava perdida. Tinha fome. Tinha medo. De ser cozinhado no gás mostarda ou assado em napalm. Destruído. O Sol nasceu e subiu. uma salva desceu. uma rajada cresceu, a raiva não contida.um granada caída. O ódio destilado, pingavam os morteiros. Escapou. Não foram certeiros. Cava a trincheira, agacha-se e recarrega. Aguarda ordens. Quem lá vem? Um animal, um vegetal, misturava-se e fundia-se no verde, camuflado, condenado. Mais um carregador disparado.

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