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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Desabafo ponho num abafo de sonho

Em busca do meu recanto, procuro-me e não encontro. Não é tarde nem é cedo, saio do meu canto, não cedo,vergo mas não quebro, nem parto .Estou de partida, à espera da chegada.Se não encontro, volto à carga e há com cada descarga.... que me leva na torrente, Desço o rio, e tento alcançar a margem, nesta estou aquèm, Na outra estarei alem? Não sei, e o tempo corre, o rio também, fico no meio porém. No meio a virtude,E sinto-me no centro de toda a  vicissitude, Nado contra a corrente,canso-me  vou a fundo, vejo a luz de repente!E respiro profundo... E um suspiro do tamanho do mundo! Vejo a Foz e chego ao Mar...Oiço uma voz por mim a gritar. Donde vem? será do céu? Levanto-me e desejo  voar Planar como a nuvem e  na aboboda celeste tocar...E quem me chama quem? Talvez toda a gente ou ninguém...Espera! Vejo algo ou alguém, que me puxa para as estrelas, deixo-me levar, rio-me com elas, abraço o cosmos, Pedindo-lhe  terna e eternamente para lá ficar....



Composição naif sobre o Natal


O Natal é bom porque recebemos prendas e não vamos trabalhar.
O Natal é uma época bonita, porque os condutores nos cruzamentos e rotundas, dão-nos passagem e sorriem.
O Natal é soberbo pois os amigos que não nos ligam durante o ano inteiro enviam-nos sms e mails desejando felicidades saúde, fortuna, paz e muitas e muitas coisas.
Eu gosto do Natal, porque é a altura do ano em que os vizinhos pela única vez dizem bom dia.
Eu adoro o natal, porque no Comboio e no Metro, ao levar uma pisadela ou encontrão as pessoas sorriem e dizem " não faz mal".
O Natal e o final de ano temos crédito nas parvoices e/ou erros que cometemos com os outros, somos perdoados e há um superavit de amor e felicidade entre os homens/mulheres. Pena é que nos outros 300 e tal dias sejamos deficitários....

Em suma, o Natal é quando o Homem quiser, mas deveria haver uma policia natalicia, que por despacho, obrigasse a Pessoa a ter essa bonomia nos 365 dias do ano!
(Ok, vá..estou a ser demasiado idealista: Nos anos de 366 dias ou seja nos bissextos, podia revelar o seu mau carácter)

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

futil

Estou cheio de palavras sou um palavreado pleno de factos mas não visto o fato nem arregaço as mangas agarro-me ao meu proprio trato e desgasta-me o facto gasto e desgosto-me encosto-me e caio saio  e desço escorrego pelo poço e comem-me a carne até ao osso nem oiço só me escuto enxuto e fujo suo e sujo não ajo nem sou ja fui e ou...

Lonjura proxima

Voava lá no passado
andava aí no presente
arrasto-me neste futuro
Enterro-me bem fundo
e morto regozijo
compro um guizo
saio do corpo
vendo a alma
vejo a terra
ao longe
tão longe
que bela
e eu aqui
que se passará ali?
Não sei....

domingo, 2 de dezembro de 2012

Sensação

O céu era azul
O mar também
Olhava para sul
ninguém....

Aguardando pela força da Maré

Aguardo-te assim como a Morte.
E é tão inevitável como Ela.
É uma sina, um fado e unica sorte
põe-me a alma num frémito em reboliço e numa querela
Esperar-te-ei quiçá até ambas se encontrarem... e esperei em vão.
Contudo nada mais sei fazer.
Nada mais há a querer.
Somente ouvir um não
Nem tenho mais nada a crer.
É  a minha fé, crença e esperança.
Um fio de ariadne, um rumo, um leme e uma eterna dança.
Enquanto isso definho
E olhando em frente assim
Seja por um trilho ou um caminho
Encontrar-te-ei enfim??....

Onde Foste???

Sim Onde?
Onde está aquele mundo belo e colorido?
O sorriso passar de boca em boca?
Onde ficou aquela intimidade com o vizinho, nem que fosse na forma de pedir o raminho de Salsa? 
Onde foi o amor, o carinho e a estima?( Agora que demonstrar afecto é condenado à partida)
Onde estão os sentimentos e as emoções por terceiros?( talvez guardados no fundo dum poço, e na nossa face não há senão um semblante carregado sem expressão...)
Quem hoje demonstra alegria ou felicidade e não contêm uma gargalhada por uma qualquer situação ou instante, é apontado como louco e acto continuo comentam: "Olhem aquele tontinho!..Pff!"
Vivemos tempos em que não compensa ser feliz ou demonstrá-lo, há demasiada inveja e cobiça, e na ordem do dia está o ódio ou a raiva por vivermos em Crise.
Mas essa crise é só economica e financeira, mas oas poucos transforma-se em crise de valores, morais e éticos. E a humanidade ao invés de se unir, segrega, osrtaciza e condena o outro. Enquanto aqui há umas décadas viviamos sem um tostão, mas eramos ricos em humanidade e unidade, neste momento uma nuvem negra paira sobre nós e com ela traz a difamação e a calunia, e se deveria servir para nos unir, apenas nos afasta, transforma em seres frios e calculistas, autómatos inconscientes que só veem o seu umbigo?
Onde foste Mundo e onde estás? Deus está morto, a fé moribunda e a crença na humanidade à beira do abismo...e incapaz de ter a consciência que se auto-destroi, até ser tarde demais....

Um bem-haja

domingo, 4 de novembro de 2012

Fragmentos

Tive um grande
e enorme amor
deixei-o partir
e de mim fugir
nada há para chorar
só terra ardida
 nada mais pra queimar
resta porém lembrar:
quão belo foi
pois  já não vem
só o sonho
o desejo
está para lá do horizonte
nem aqui estará, ou aquém
e em mim e de fronte
nada! aqui? nem o além
E Eu?
que fui alguém
nada sei nem sou
serei o que fui
apenas e só:
Ninguém...

Post-scriptum


recordem que mesmo após a morte
amor-vos-ei para eternidade
num sentimento tão forte
que transcende qualquer era ou idade
seja a emoção ou mesmo mera saudade
quero que saibam que não há palavras
apenas haverá sentimento que em mim
e uno se torne num todo
e na beleza do mundo
 se transforme em paixão e amor
que ascenda à universalidade
uma simples sensação
em todo este torpor...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Um Outono ou não tou não?

Este Outono entra com uma saída.Caiem as folhas e fazem ferida Tolhem-se os ramos e os braço se abraço a vida Fecha-se um ciclo abre-se um trilho desbrava-se o mato pra sul voa o pato Sigo adiante não cantando quiça rindo talvez um pouco lá pra frente Atalho caminho cerro os olhos abro o coração entrego-me a diferente emoção Haverão mais amigos que vão comigo e se digo que me sigam me digam quem são??? E se sou também que me digam quem!























terça-feira, 10 de julho de 2012

pronto-a-dizer

Não é uma analogia
é igual
ou parecido
digital?
eléctrico?
electrónico?
Original!
Orgânico e seminal
uma biologia sem igual
és tu
nada banal
a cru
singular
só tu
sem magia
uma doença
uma patologia
uma suave e terna brisa
somente isso
sem mais comentários
relatos ou relatórios
uma doce ternura
que sempre perdura
nada a fazer
contudo comento
que nada mais há a dizer....

Embalagem


terça-feira, 3 de julho de 2012

Ode às Estórias

Esta estória não tem princípio nem fim
Apenas um conto uma novela ou um romance enfim
Escrita sem nexo, à desgarrada
nem tem tão-pouco, crime amor nem sexo
nem fito, mote nem nada
conta a estória de alguém
que nada conta porém
e nem é dedicada a ninguém
sem nada que se pareça com enredo
ou algo similar a uma trama
mas tem muita cor e arvoredo
pois passou-se na floresta no meio da rama
fala de gente que se aparenta
diz coisas que provocam drama
assim como quem lê num banco e se senta
sem esperar que lhe dê pra chorar
ou mesmo a mente que se inflama
Não tem qualquer moral
nem principio ou ideal
não serve para celeuma criar
mas se isso o leitor desejar
pode nela imaginar
todo o sarcasmo ou  atrito
e ver nela todo e qualquer conflito
Fala também das pessoas cheias de basófia
que falam e dizem mas nada actuam
dos actos às palavras vai a lonjura da distância
e na terra como espectros apóstatas andam
e começa esta estória assim
ora se tivesse um fim
haveria que ser reescrita
agora que de finda
haja alguém faça a critica
pois é aximomática
façam favor de não a ler
pois falta ainda começa-la a escrever....

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Nasceue morreu
Começa  e pára
Tragédia e comédia
Pancadas de Moliere - desçe o pano
O Nascer e o pôr do Sol
O breu e a luz
o zero e um

Tudo binário
E no meio: O talvez? ou somente ser?

Existe e faz!

domingo, 10 de junho de 2012

Palavras que são, actos que trespassam a omissão do ser, sem querer nem crer...

Viver é ver. Conviver.
Ser gregário, não ter horário e esperar.
 Esperar a surpresa.
A mente presa a conceitos, Preconceitos de gente demente. Que não sente, e não vê. Só olha, e fica na sua bolha. Se alguém a invade-  explode. se trespassa -implode. Pode e não pode.
Regras que dão guerras de opinião, em busca duma razão que não existe, apenas é.
 E ninguém vê, nem sente nem tão-pouco é.
existe e quer ter .
Sem resistir e querer ser.
 Manter-nos à tona é resistir a toda a invasão da ignorancia.
 Lutar contra a indiferença e desdém.
 Ninguém é isento a isso, somente se não tem conciência de que há mais que isto.
Sendo o Isto aquilo que transcende a visão, e está para além da banal emoção e futilidade da efemera sensação...

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Memórias da Recordação dum esquecimento

Vai e lança-te dali. Não! Parte! Vai e lança-te ali naquele charco imundo translucido e transcendente. Sim! Cuidado! Deslizas nos pedaços de terra bolorenta e dum chão aveludado. Deixa-te ir, Salta e cai. Tomba na tumba e derrete. Desfaz-te em pedaços, deixa a matéria decompor-se, mescla-te à turfa e sente o tempo a destruir-te, sente os olhos a secarem, a pele a esvaziar-se do seu conteúdo. A vida a esvair-se. Vai e prova os sabores de mil e um horrores de corpos decompostos desde o terciário. A fundirem-se e a misturarem-se num gigantesco cadinho cósmico. Vai sim. Sente a matéria orgânica a transformar-se em pedra. Torce-te. Sem dó, deixa a tectónica desmontar-te, carrega o peso da Crosta sobre ti, enterra-te na mais profunda das catacumbas celestes. Vai e esmaga-te contra o Manto, dilui-te nele. vai com o negro do cobalto junta-te ao níquel e ao ferro.Vai e sente a pressão levar-te. Decompõe-te em fragmentos Transforma-te. Transtorna-te como a matéria em fissão, de mil cores, sem odores, que te ultrapassam e levam ao espectro da luz e a nenhures. sente a radiação e o magnetismo em todas as direcções. Separa-te e vai, leva-te com a cinza, a lava, o plasma. Vai e derrete-te, sente o Núcleo a pressionar-te, a queimar-te a alma, a cremá-la. vai e perde a direcção e o sentido, a sensação e um tímido gemido. Vai e serás esquecido, tanto no espaço como no tempo. Vai e perde a dimensão. Parte e larga o peso, vai e sente a massa, viscosa, outrora lamacenta. vai e recorda o corpo putrefacto. vai e deixa a lembrança duma epiderme esquentada e pardacenta. Perde-te e descobre as emoções da descida decadente. vai e perde o fulgor, segue e cria o ardor. Vai e enche-te de ardente matéria, explode por dentro, implode sem espaço. sente toda a gravidade do Planeta e cruza-te com um criador. A esmagar-te num abraço. O que era o corpo, converte-se em dura carapaça, um viscoso cimento e a temperatura aumenta. Dum lado brilhas em tons laranja. bizarro acontecimento, do outro destilas num tormento. E vai amorfo em tons de cinzento. Vai e cose, estica-te até ao infinito, alarga-te! Vai e expande-te! Vai apenas em radiação que escorre para o centro e se expande demais para o negro firmamento. Entra e penetra na Esfera dum astro e sai pela forma duma partícula, dum neutrino, isento de massa e de qualquer sentimento. vai e deixa de ser. Vai e sente a máxima densidade e desfaz-te no vácuo frio que te cobre sem pudor e piedade. Observa agora a tua essência e exala-te de ti , vai na tua ausência. Sim! vai e esquece-te de ti. Vai e viaja sem pensamento. Segue em espiral e escravo duma qualquer excêntrica órbita, numa velocidade centrifuga, que não te larga, que te tortura e puxa intemporalmente. Fica no centro, isolado de qualquer elemento, decomposto num electrão, em eterna fusão, choca e salta como um fotão, numa aterradora visão, e tentadora ilusão, percorre o universo, sozinho e eternamente

A Sugestão e o Marketing na relação social ou amorosa

Queremos o melhor para nós e ser acompanhados dos melhores.
Nas relações há uma eterna luta entre o que temos e o que nos é imposto: Seja o socialmente aceite ou politicamente correcto.
A paixão passa, e o amor nao é eterno dizem-nos e assim acreditamos.
Quer queiramos quer não, quando temos alguém ficamos com uma ligação que será eterna, e essa pessoa ficará sempre ligada a nós. Mesmo que passe a emoção ou que seja quebrada por qualquer reacção adversa, a ligação nunca passará.
Pena é que o nosso orgulho nos torne individualistas e egoistas e por essa razão não estamos preparados para ceder nem aceitar o outro.
É bom  ter alguém que nos entende, que seja a nossa parceira, amiga, companheira, confidente e em ultima instancia amante. E independentemente de tudo o que possa existir que nos afaste, haverá sempre algo que nos une, e que mesmo à distância estaremos sempre com um vínculo que nos liga, e que nos faz acender na mente, alma, ou coração a luz do bem-estar, preocupação e felicidade do outro. Um bem-haja!

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Memórias

Por mais que façamos o melhor haverá sempre algo que fica por fazer
por mais que digamos tudo ficará algo por dizer
por mais que se dê algo estará por dar
porém quando se sente nada mais haverá a sentir
As acções são futeis, as palavras são castradoras, as dádivas questionáveis, mas as emoções e sensações serão sempre únicas mas universais...

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Contacto

Sento-me olhando em volta e nada me rodeia, observo-te e ja não te vejo, falo-te e não me ouves, aproximo-me e de tudo me afastas e tudo em mim é um deserto e tu em mim serás vazio e tu de mim sentirás desprezo... Surpreso não fico mas pasmo estou, tu ris e o mundo estagnou

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Um pranto universal



AH! que a  partir de hoje o Mundo está mais pobre
E um véu negro
 Um breu que torna tudo cego
e um manto escuro viscoso o cobre

da minha alma saiu um pedaço
Na forma duma gentil e única pessoa
teve um fim antes do começo
E um grito de luto pelos céus ecoa

Clamei pela sua presença
Chamei pelo nome dela
No meio desta ausência
E no Cosmos;
morre mais uma estrela...


O seu sorriso ilumina a escuridão
e um só esgar dá luz à vastidão
Enquanto isso na infinitude
Todo o Universo se desilude

Se aos céus chegou a minha dor
à Terra permanece Um torpor
Até o mar perde o brilho
E eu? O rumo, o norte e meu trilho...

Se criei em mim tanto furor
Foi por sentir um terno e profundo amor
não só os céus perderam fulgor
Mesmo o Sol nada aquece com seu calor

Já comuniquei ao Universo
Esta tremenda maleita
respondeu colocando tudo do avesso
Nem mesmo a Galáxia  se endireita

Definhei nesta tristeza tanta
Quedo/mudo fico  e sem nenhum brio
E toda e qualquer ave que canta
perdeu o timbre e o seu pio

SE antes a minha alma e coração
 eram brilhantes e plenos de cor
agora? Sou por dentro vastidão
de poderosa perda e tremendo ardor

Rogo e oro dos Céus à Terra
NUm coro religioso e pagão
porém  nada disto encerra
mais do que uma imensa desolação

Era tanta sua beleza e estima
Que a percorria de baixo a cima
Era enorme o carinho que lhe tinha
gigante soberba a sua ternura
Agora? Tudo desaba e definha
de nem sentir sua portentosa candura

Mais não digo mas em suma:
tenho algo que perdura
O seu doce e suave aroma
e a bela imagem e singular ternura 

Se amanhã de repente morrer
Serei um resto vazio e incompleto
Apenas vou levar e reter
seu perfume, meu predilecto!!...

domingo, 13 de maio de 2012

Espiritualidades

Será que o Homem é capaz de se encontrar? Há os caminhos da religião, mas a hipocrisia é enorme pois na sua busca de algo acaba por se achar só. E será que vive liberto? Consciente? Feliz? Saceado dos seus principios básicos?
Depende da perspectiva. Numa visão geral, sabemos que o homem é perseguido pelos seus valores morais e religiosos. E dependendo da região onde viva o seu grau de satisfação e bem-estar, aumenta ou diminui consoante, a força da economia e desenvolvimento social do seu pais, uma vez que terá maior ou menor disponibilidade temporal para tratar de si e também depende do ser grau de instrução para ter maior abertura às várias possiblidades e em último capacidade financeira para ser auxiliado num caminho.
Pegando no homem ocidental comum, e dando como adquiridas as necessidades básicas, uma cama e uma mesa, outros valores se levantam. Quer e pede mais. Ultrapassadas as carências almeja mais alto. Daí haver individuos que entram em conflito com a própria sociedade, uma vez que se dão ao trabalho de pensar e de exigir para si, mais e melhor´, seja a nivel, fisico, mental ou intelectual.
O homem viverá feliz se a essas necessidades básicas se juntar, o direito de viver, a garantia de sobreviver, e a liberdade de expressão. Pode também traduzir-se em saúde, protecção, e livre arbitrio.
Quando é dominado, o homem atrofia, os seus olhos fecham-se e não olha o mundo, os ouvidos não escutam e remete-se ao silêncio os seus sentidos são reprimidos, e mais não passa de um vegetal. Tem como unico objectivo: Levantar-se para trabalhar ad eternum até ao final dos seus dias, sem sequer reflectir sobre a condição humana.
Quando é subjugado, é como se lhe espetassem um faca no coração, deixa de actuar, isola-se, e vai reduzindo os seus objectivos acabando por estagnar.
Quando o homem é reprimido, fecha-se na sua bolha, não transmite para fora as suas opiniões, não passa de um fantoche.
Quando um homem é controlado, deixa de viver, e desempenhar as tarefas mais básicas torna-se complicado, a falta de estima é tremenda, o Ego encolhe-se e atrofia, perde o brilho, o desejo e a vontade extinguem-se, o semblante carrega-se, a felicidade apaga-se, o facto de ser e estar deixam de ter sentido, é um autómato, responde a estimulos como um insecto, diminui-se, fecha-se e morre.
Daí que a liberdade e o livre arbitrio são factores cruciais na senda do homem por uma conduta que lhe seja proficua. E mesmo quando o é, se tem alguma maleita, ou não é ou não se sente completo por algum motivo social, seja um desvio ou apenas por tentar seguir um caminho que julga estar correcto mas é-lhe vedado por ser algo invulgar ou sui generis é marginalizado, e o caminho que tentava seguir não passará dum lodo pestilento onde acabará por se afundar....

Dedicatória

Recordo-te daqui para que aí permaneças eternamante
Memorizo-te os traços e o teu esgar que emanas ternamente
Lembro-me de guardar todos os momentos instantaneamente
Saudades desses instantes que ficarão em mim permanentemente

sábado, 12 de maio de 2012

Pressinto que sinto

Surge a criação.Paradoxal desde o inicio e redundante na expressão.
Junta-se a esta a noção de ser, ser único e de pertencer ao meio.
" Um ser" é-o de imediato - sem haver necessidade de definição.
Quem define é por que  sente que não o sabe que é?
Irrelevante, pois mesmo antes de qualquer conceito já existo.
 E antes de definir não seria melhor apenas ser?
 E a ao sê-lo: Só e apenas Viver? Sem demais conceitos, nem preconceitos, sem julgamentos, ou outras correntes de conhecimento?
Porque se sou - basta!
e quem sou - suficiente!
Prossigo assim na via da  existência
e tudo é belo!
Apenas Sendo...

Deificando num instante toda e qualquer emoção!

O corpo terreno está estático, enquanto o espirito se agita! Transforma a energia potencial em cinética e explode em aceleração, para lá do horizonte terreno e mesmo para lá do Cosmos! Donde irradia e emana para todos os lugares, sejam físicos metafísicos ou mentais -transcendendo mesmo todos os planos! Transporta a todos os seres vivos uma sensação de alegria e bem-estar, de unidade universal. E Faz-se saber que existe e partilha essa emoção ou sensação - num frémito que atinge todos os entes que existem, e trazendo, ou levando, consigo uma única mensagem:  De amor e plenitude do ser: Pleno no sentir, pleno de ser e estar. E por ser uma linguagem universal, é omnisciente, por chegar a todo o ente, é omnipresente! Logo é mais que a concepção do Deus ou deuses humanos, não é uma ideologia ou uma religião. É um sentimento que carece de oração ou de culto, é uma paixão. E essa ultrapassa todo o ser humano pois é-lhe inato....E o corpo tranmite essa paixão tranmitida pela mente para todo o ser e sensação!



quarta-feira, 2 de maio de 2012

Uma Nova Vaga (precisa-se)

O homem vive num período da historia único. Conseguiu atingir um grau tecnológico num tempo recorde. E na sua Diáspora pela Terra espalhou-se pelos quatro cantos do mundo adaptando-se a todos os climas e orografias.  Foi até onde a  terra é escassa em recursos ou matérias primas. Já se expandiu para além da Terra, orbitando à sua volta centenas de satélites artificiais, formando um anel, e ao contrário dos Anéis de Saturno, é o único Planeta com um sistema de anéis artificial! Estamos em vias, de pela primeira vez na história, ter uma nave espacial que sai do Sistema solar: A sonda Voyager II. Veículo esse que partiu em 1977 tendo passado Plutão e encontrando-se agora algures na Nuvem de Oort, último "obstáculo" que a separa de estar no vácuo interstelar,  e de onde a Terra é um  minúsculo ponto azul, no meio de miriades de estrelas.

É de facto um feito considerável, mas não nos esqueçamos que o Homem de Neanderthal apareceu há c. de 300 000 anos e extinguiu-se há 30 000, daí que seja cedo para nós( Homo sapiens) considerarmo-nos como uma espécie de sucesso uma vez que para isso teremos ainda de cá andar pelo menos o mesmo tempo. Porém, este( O Neanderthal) e segundo certas teorias terminou por alterações climáticas extremas. Nós, pese embora já não vivamos num meio natural, pois apoderámo-nos da Terra e alteramo-la a nosso bel-prazer( há estudos que calculam que em 2030 metade da população da Terra viva em cidades), não estamos isentos da extinção, pois o factor excedente populacional pode servir de catalisador não só para a nossa própria extinção como também para o agudizar de conflitos territoriais. Um outro motivo é a escassez de recursos, não só energéticos, como alimentares e  também dum bem que achamos que é inesgotável e é dos mais preciosos, a água doce( apenas 3% da água do planeta).

O Homem na sua senda que é a evolução, foi crescendo como ser e adaptando-se às condições seja física ou mentalmente, mas também foi perdendo faculdades que o ligavam à Terra.
Cada vez nos afastamos mais  dela, e não só a nível geográfico como a Voyager, mas sim num plano simbiótico, e em harmonia com o planeta e os outros seres vivos( O Homem já extinguiu inúmeras espécies e até algumas que não conhecia!). Planeta este que no conjunto dos seus componentes e todos os seres vivos que a habitam, pode ser considerado um sistema vivo que é Gaia.
Como todos os mamíferos temos no cérebro uma herança evolutiva dos répteis que é o complexo reptiliano, responsável pelo controle dos nossos órgãos ( Coração e pulmões), acções estas que são do foro do nosso inconsciente e também é responsável pelos nossos instintos; a fome, a territorialidade, a hierarquia social, o medo etc. É a parte mais antiga e primitiva de um órgão extremamente bem sucedido e complexo: O nosso cérebro.E apesar de estarmos apetrechados  desta forma, já não damos atenção aos instintos e estejamos ligados única e exclusivamente ao que os nossos sentidos absorvem do exterior e  que depois interpretados pela parte consciente do nosso cérebro,  nos leva a tantas ilusões e/ou mesmo desilusões.
O Homem deu um salto evolutivo a nível social, cultural e mental, com a revolução agrícola, a sedentarização e um período a que se chamou de Megalitismo.
Este fenómeno nasce dum contexto caracterizado pela sedentarização crescente e assente, na agricultura, cada vez com mais contactos entre as comunidades. A metalurgia do cobre, que  também aparece entretanto, a par de uma actividade económica e cultural cada vez mais notáveis,demonstra uma apetência artística intensa por parte das comunidades que a usavam, bem como um aorganização social progressiva e uma atitude religiosa marcante.
 Para além de o Megalitismo ser um fenómeno de construções arquitectónicas de simbologia e finalidades variadas é também representativo do nosso desenvolvimento cultural e artístico  virado para o espiritual. Foi nessa altura que o Homem deu um salto a nível espiritual que nunca mais cessou e revelou-se fundamental para a sua evolução a todos os níveis. Como em tudo não há bela sem senão. E essa viragem para o espiritual aliado aos outros factores acima descritos, foi o ponto de viragem na historia Humana, onde o Homem  deixou de estar em sintonia e harmonia com o meio ambiente, e ao invés de se adaptar a Gaia,  transformou-a cada vez mais chegando ao estado em que estamos hoje; na denominada Terceira Vaga (Por Alvin Tofler), em que a 1ª que já referi  foi a Revolução agrícola , a 2ª a Revolução Industrial e esta, a 3ª que diz respeito a uma sociedade baseada apenas na tecnologia e economia, e um transição de uma industrialização de força braçal para cerebral, acompanhada de grandes convulsões sociais, culturais, morais, politicas, etc


Em síntese está-se a criar uma nova civilização baseada cada vez mais na informática, e na economia, em desprimor do homem, que ficou para segundo plano, que vive como um robot, encarcerado no local de trabalho por necessidade financeira para poder sobreviver num Mundo cada vez mais desigual.
Um mundo que já assistiu só nos últimos tempos à Revolução Francesa, ao iluminismo, à abolição do esclavagismo,  ao direito de voto às mulheres, ao fim do apartheid, ao Maio de 68, e inúmeras revoluções que no fundo nada trouxeram de novo, apenas uma débil sensação de liberdade em que o homem continua escravo dos seus sentidos, e do sistema, e por mais que se debata nada consegue fazer uma vez que a própria estrutura  se encarrega de evitar que esta forma de economia totalitária descarrile e assim se tende para haver cada vez mais assimetrias sociais e financeiras, e o fosso entre países ricos e pobres aumenta -assim como  os detentores da riqueza e os assalariados - tornando este século num dos mais pobres em todos os níveis desde o social, passando pelo artístico e acabando no mental, onde a pobreza de espírito, a cobiça, a soberba e a mesquinhez imperam! 
Enquanto isso a Voyager II segue o seu caminho, enviando às estrelas uma mensagem de Paz  , Harmonia e Bem-estar desta civilização, que na prática que são ausentes ou incipientes!
Enfim , como dizia Voltaire no seu livro Cândido:
"Vivemos no melhor dos mundos"
Nota: os direitos de autor das fotografias são e respecivamente a duas primeiras Nasa a 3ª para http://www.geira.pt/arqueo/htm/  ( não consegui perceber o autor) e a última para mim.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Insónia

Que Insonia é esta? Que virus é este que entrou em mim e que não me larga? Que mágoa é  esta que me faz dar voltas à cama? Que inquetação cresce em mim que me provoca tal desalento? Que torpor enorme eu sinto que me faz entristecer? Que frémito entrou em mim que causa tal ressentimento? E que me transtorna de tal maneira que nao consigo apaziguar a alma. E nem o tempo acabará por tal sensação sarar.





É sentir que falhei, que estou em falta com alguém, que desiludi e enganei. Um incómodo e um rancor provoquei e sou incapaz de sossegar., Tenho algo de mudar para conseguir avançar. Terei de poder alterar o meu ser para o meu ente calmo voltar Talvez a magoa nunca passe nem me vou perdoar .
Este descontentamento irá definhar quando souber que do outro lado há uma alma com pleno contentamento e total bem estar...

Pobreza de espirito

A palavra é um virtuosismo da humanidade, é um veículo de comunicação que quando usado correctamente expressa sem margem para dúvida a mensagem ou ideia que se quer passar.
É também uma arma de arremesso, que atinge, maçera, magoa e destroi. O homem é o unico ser que utiliza a linguagem verbal, talvez por que transmita mais que os animais, que previlegiam os outros sentidos e que se entendem por esse meio, que é bem mais claro e não dá azo a enganos e sem margem para dúvidas é entendido por todos.
Quando se quer transmitir algo tão simples como uma sensação ou um sentimento, usamos uma miriade de expressões. Demasiada informação para exprimir um conceito como: Fome, sede, amor, ódio, etc
Os animais expressam-se inequivocamente e por isso mesmo não existe emtre eles conceitos como ódio, guerra ou racismo. Além de serem despropositados esses conceitos, não se encaixam nem se coadunam numa matilha de cães onde a comunicação tem de ser simples porém as ligações complexas.
Ao comunicar com alguém, e nao havendo as expressões faciais, a entoação e a linguagem gestual, tem de se ponderar cada palavra, cada frase e cada expressão tem de ser cuidadosamente medida e analisada antes de ser transmitida. Hoje alguém perdeu alguém por incapacidade de se expressar. Hoje magoou-se alguém que tinha estima por falta de tacto. Hoje decepcionou-se alguém por causa da impulsividade. Hoje quebrou-se a confiança de outrém por excesso de emotividade.E o mundo nao tem contemplações e piedade de gente assim.
Não basta ser justo para que sejamos bons, nem basta ter integridade para que haja segurança e amor-proprio. Não chega a simpatia para criar empatia com terceiros. É necessário ter-se garra, frieza e calculismo para singrar nesta vida. Ser-se-á  sempre ingénuo e  fraco quem vive de lirismos. Tempos houve em que quem assim fosse seria eliminado, e não há perdão para gente assim.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Interacção social

Numa altura em que a crise paira como uma nuvem negra sobre as nossas cabeças, e esta tempestade está longe de terminar, criam-se clivagens entre as pessoas, seja por insegurança financeira, economica, social e mesmo a nível pessoal. Isso que coloca pressão sobre nós e exacerba a nossa percepção do mundo e dos outros, havendo lugar a alterações na forma de estar e e de ver os outros e mesmo de interagir.
Os medos e as fobias que existem aumentam exponencialmente. a intolerãncia aumenta e a aceitação do outro é relegada para segundo plano.
Nunca me ensinaram a odiar ninguém. E numa sociedade que é essencialmente católica tive uma educação em que os principios eram basicamente de dar a outra face e praticar o bem, naturalmente é bem mais que isto mas mesmo correndo o risco de a resumir drásticamente e ser redutor. Adiante; Ensinaram-me também a proteger-me e a ter amor próprio pois pode cair-se no engano de em todos crer e ser-se manipulado por ingenuidade.
Apesar destes ensinamentos e das deformações que o tempo providenciou tento ser assertivo. Não que o seja, mas almejo a tal estatuto, pois cada ser humano e em cada dia que passa aprende algo e com isso aperfeiçoa-se.
O Homem é gregário, logo gosta de interagir e de se expressar, daí que comunique e transmita o seu Eu a terceiros.Também existe em cada um de nós um filosofo, um profeta, e um psicologo de algibeira...
Como qualquer alma que por cá anda, eu gosto de conversar e de conhecer novas pessoas e transmitir-lhes os meus ideais e conceitos pois isso faz parte do conhecimento mútuo. Contudo quando o faço, não quero impôr a minha visão  mas sou livre de o fazer desde que nao interfira com a sua  "bolha"( ou espaço vital), nem ultrapasse os limites do bom senso nem tão-pouco devasse ou o prive da sua liberdade e da sua consciência. Pois somos livres e ainda mais nesta data( da Revolução)es tenho o direito a dar a minha opinião. Pois além de gregários todos somos opiniáticos.
Eu não tenho de ganhar uma discussão, mas gosto de partilhar a minha opinião, como dizia, e gosto que esta seja entendida pois nela estão decerto os meus principios e ideias e portanto aquilo que me torna e forma como ser humano.
Intergridade, justiça e honestidade não são palavras vãs, ora se aplico os seus conceitos, isso já é outra coisa! Mas pelo menos tento, e evito parecer algo que não sou pois entrarei em contradição e faria de mim alguém falso.
Todos nós temos capas, que servem para nos proteger, Assim como máscaras quiçá para esconder os nossos defeitos ou então para não revelar certos aspectos que desejamos guardar só para nós, seja por pudor ou qualquer outra razão.
O que me faz espécie é haver quem nos catalogue, ou classifique, num determinado tipo ou estilo, sem perguntar de antemão o que nos leva a ser assim ou a fazer tal acto. São juizos de valor  desnecessários numa sociedade que pretende à priori colocar-nos no mesmo cesto que os outros e que nao tem tempo para nos analisar, tem preguiça de esperar, ou carece de paciência para nos julgar com conhecimento de causa. Criando atritos e mal-entendidos e gerando conflitos desnecessários e sem razão de ser por apenas haver essa necessidade extrema ou esse cliché de vulgarizar e banalizar o outro por qualquer acção ou atitude que vá em de acordo com uns padrões pré-estabelecidos! Ao se aperceber dum gesto ou atitude similar a uma já pré-concebida rotula-se logo maquinalmente sem dar oportunidade ao outro de mostrar o seu eu verdadeiro e inclusivé até pode condicionar o verdadeiro conhecimento e entendimento, pois é uma acção que pode ser um pau de dois bicos ao fazer com que o alvo da ideia pre-concebida reaja de forma anti-natura e perca a espontaneadade e se torne então fruto duma criação anacrónica. Ou seja, ao querer que algo seja de determinada côr vai provocar que se seja de facto dessa cor e se criem logo anticorpos no diálogo, na diálise ou no comportamento que se vai certamente adulterar.
Em Suma cabe-me afirmar que as interacções sociais estão tão confinadas a uns padrões deveras estanques e robotizados que se perde toda a naturalidade e o comportamento inato, havendo então acções  despropositadas, por ignorância ou por falta de paciência que provocam reacções também elas disconexas, gerando assim conflitos mesquinhos em situações banais que seriam resolvidas de forma fácil se houvesse uma maneira hábil e uma cedência de tempo e espaço ao outro para que se deixe mostrar sem quaisquer pressões e a coisa saia com naturalidade. A intolerancia e os ódios são criados, assim como as guerras, por diferendos ridículos, por serem mais fáceis de lidar do que dar tempo ao outro lado para se sentar e se acatar, olhando as semelhanças e respeitando as diferenças!
Faz-me espécie o racismo e o machismo, pois não há que aceitar a diferença, basta que se veja tal coisa com indiferença!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Omni Crónica

Através da janela o  mundo observa-nos:

 Andam erráticamente
 supondo um destino  inexistente
 ajuizando o outro apenas pelas sombras,
 julgamento que condena
 antes de haver tempo
 para se saber o quê ou quem lá estava.....

domingo, 22 de abril de 2012

Lenda longa




Memorias destas quero conservá-las. Rete-las para sempre e ter-te comigo eternamente. Um adoração perene que não cai como as folhas no outono mas permanecem ao longo do Inverno, resistindo ao temporal e ao vento cortante vindo de leste, e se leste isto saberás quem és, mesmo que eu não saiba se sabes quem sou, ou este pensamento em ti não caiba, nem tão-pouco onde e como estou. Estou aqui, mas também aí, não sendo omnipresente deifico-te e idolatro-te qual rito ou mito pagão, e nada nem ninguém, nem mesmo um apagão, tirará de mim tal emoção. Uma sensação esta que me preenche dos pés à cabeça, e não ficando aquém do corpo transcendendo.se para além, fazendo de mim um Icaro que voa , tocando o sol, que me derrete, muito depois de ti -que já o fizeste- cairei  então do topo do mundo até ao seu fundo, mas vendo sempre uma luz, que me dirige, para aí, como um farol em águas turbulentas que aponta somente para ti. E tal como numa lenda, és  bussola que indica o norte,  rumo que bafeja com a sorte,  leme que trilha o meu destino, e por mais curto que seja, ou mais breve que esteja, não haverá outro fado a não ser este que  é como numa lenga-lenga, em espiral e cornocópia, assim destinado....

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Poema Naif II -



O amor não é isto
não é ter algo palpável ou possuir
é algo que se entranha como um quisto
e se real e espontâneo tão cedo não vai partir

Não é ceder,
nem ao outro sim dizer
é antes conceder
Sentir e compreender

Quem se entrega saberá
que não se muda para agradar
e a sua identidade permanecerá

é ser dono do seu próprio coração
mesmo que a outra alma se juntar
é-se uno mas partilhando a paixão

Para quê Modificar o outro?
Antes adaptar-se à emoção
adoptar uma nova sensação
e assimilar uma nova concepção

Assim como quem dá
deve também receber
e se passivo na relação
e manipulado está
irá adulterar a paixão
padecer ou sofrer
e tanto que isso aleija!





Nota:Poema em verso sendo Carta aberta a alguém
Esse alguém, deve saber que não pode exigir dos outros o que não deu na relação, principalmente quando foi a própria que as regras ditou de antemão! Agora é tarde e não há volta a dar nem pensar no que aconteceu lá atrás( nem razão para redenção).
Já assimilei a dor e a amargura, o rancor e a loucura, agora a vida sigo e a paixão e o amor chegarão, não sei se hoje ou amanhã, mas certamente a do passado já não tem cura, mas certamente que a amizade perdura...

sábado, 14 de abril de 2012

Incerto decerto


Estoria num acto
Não ato nem desato
nem estou pro pacato
Um tiro no pé.
Retiro-me do cais sodré?
Parto?
aparto-me?
Onde vou e que faço? Que fazer? nem mais um passo? Como ser? !?
Isto é...impulse? naahh Expulse mazé!
é um cansaço! Páro!
respiro e:
Reparo - volto atrás. Um tiro no pé? Retiro-me...Inté

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O homem


Um homem para o ser realmente tem de:
  • Comer todas as gajas
  • escarrar para o Chão
  • Cheio de Basófia
  • Gabar-se dos seus triunfos sexuais
  • Ser do Benfica
  • Encornar a Mulher
  • Entender de carros e futebol
  • Não pode tocar noutro homem( só quando está bebedo)
  • Não pode gostar da Mãe
  • Não deve usar roupa com cores além do azul cinzento preto e castanho
  • Tem de palitar os dentes a seguir ao almoço
  • Deve beber um whisky a seguir à refeição
  • falar mal do Governo e dar ares que entende de politica e diplomacia

Pois bem, então não sou homem:
  • sou gay
  • tenho uma disfunção eréctil
  • padeço duma maleita que me privou do cromossoma Y.

(rais partam)

Lonjura da Distância



Na Praia junto ao mar - vejo-o mas está tão longe que não lhe consigo tocar; as goticulas de maresia, parecem querer fugir aparentam escapar.
Cansa-me tenta-lo alcançar e deito-me olhando o céu, e o seu azul envolve-me como um manto acolhedor, entra o frio, e a sua indiferença invade-me como a preia-mar. Submerso procuro o fundo para lhe tocar, afasta-se ao sentir o meu aproximar.
Como que fico suspenso entre a terra e o mar, falta-me o folego mas não me debato, e numa estranha calma que se entranha acaba por me afogar.
 De tempos a tempos escuta-se um bizarro sussurar, misturado com as ondas a rebentar,vindo de longe, do bréu abissal, que nada é mais que o meu eterno e longinquo suspirar.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Na presença do teu ser




Nada mais há a fazer
na presença do teu ser
vivo e deixo viver
Observando o céu e o teu olhar
que é como possuir a terra e o mar
e por um dia poder ir ao céu voar
O mundo na palma da mão
embarcar numa viagem de balão
nada ter e ser rei
De contente fazer o pino
é ser tonto, pois bem sei
mas sem perder o tino
pois não perdi o norte
antes fui bafejado pela sorte
e se me deixo levar
e esta viagem imaginar
tenho o Mundo em fundo
e a tua alma pela mão
como uma luz que guia
uma estrela que gira
até a noite alumia
tudo brilha e tudo posso ver
na presença do teu ser
e só por um dia
nem eu creio mas podes crer
que nesse instante
para além de mim eu cresci
tornei-me numa luz brilhante
E como por magia
sorri e voltei a nascer!




sexta-feira, 2 de março de 2012

Existências....


Ando na praia à noite em busca do silêncio, e este não me deixa e acompanha-me, tal como o som das ondas do mar que apagam as minhas pegadas e o caminho que percorri. Não deixo rasto, nem vestigio, nem sequer um grão de areia está desalinhado e que demonstre a minha passagem, tudo apagado. E olho para trás e nada vejo, nem sequer um som, um ruído ou uma palavra do passado. E assim avanço, com os olhos postos num horizonte que não vejo, tapado pela escuridão, e constantemente pela maré alterado.Sento-me a contemplar o mar, tentando, em vão, ser uno com o mundo, fazendo parte dum todo e em harmonia. Observo uma concha que chega com uma vaga: Em tempos,e dentro dela,habitava um ser que vibrava de energia e vida tendo como aconhego o imenso oceano. Apesar de minúscula e no meio de milhares, vivia para se alimentar e tinha como fim ultimo perpetuar a sua espécie. E assim foi; Milhares de outros bivalves a substituiram e continuam o seu percurso. Ali perto de mim, só a carcaça do que foi, e contudo ainda é algo, pois é pertença da maré, faz parte do conjunto de milhares de conchas que se tornaram em areia e formarão uma nova praia, nasceu, viveu e morreu com o fito de somente ser e afinal prolongou-se e extendeu-se para ser a própria Praia.

Olho-a com inveja, de estar aqui em simbiose com o mundo. É afinal o seu mundo e o mundo é ela. Não se questionou durante o nascimento com o "para quê", nem durante a vida do "por quê", e na altura da morte certamente não se questionou do "quê". Apenas foi e é. Tão simples. A simplicidade de um ser de formas e cores tão complexas. Porém, não precisou de saber quem era nem o quê, bastou-lhe viver espontaneamente, sem moral e ética pelo meio e sem princípios ou fins. Uma mera existência inata; pura e simples...

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Azar....


Não posso me considerar infeliz mas não me contento com o que tenho daí viva num sufoco por ansejar mais. A pequenez de espirito educou o povo a ser humildee a desejar pouco e a pedir apenas o necessário pq é esta a mentalidade cristã. Os coitadinhos é que herdam o reino dos céus. Temos de ser miseráveis para ascendermos a um estado mais elevado? teremos de nos sujeitar à humilhação para então sermos louvados? Que raio de coisa é esta? Talvez seja infeliz então...não espero muito no plano material, mas serei assim tao exisgente no plano emocional ou sentimental??? Acho que nem nesta nem noutra vida prejudiquei ninguém ou algo, e como nao acredtio no destino acho que tenho é azar!

É caso para dizer quando me perguntam se está tudo bem:

"Cá se vai andando" ... Bah!

O problema é que não há volta a dar, e volta-se a outra máxima: "É assim a vida!..."

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Idade das Trevas parte II


Ainda se queimam bruxas, nem que seja no plano social/mental, A diferença não é vista com indiferença, mas sim marcada e vincada. A aparente liberdade é toldada por um véu duma moral decadente caquética, princípios com cheiro a bolor e uma moral pseudo-liberal retrógrada e uma ética demodé! Queremos tanto estar actuais e mostrar que somos muito à frente e passamos a imagem dum Bispo da Idade Média perseguindo infiéis, mas mascarado de Cavaleiro Branco, com a espada da justiça à cinta, mas que corta as cabeças ao primeiro atrito ou opinião diferente, e a venda nos olhos em sinal de justo, mas está pejada de buracos! Ao innvés de se ver a Luz vê-se as sombras! Acordem!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

em desacordo ortográfico

um teatro dum só acto. levanta o pano e baixa. aplauso de pé. ovação. ovulação em reacção.reação, cação...um peixe? não...uma nova acção, renasce e actua, um actor reagente? um reactor. em fusão! funde-se, confunde-se. De comédia passa a drama, surge uma trama, um ardil, um covil? esconde-se. onde? aplaudem de pé. apupam, batem o pé. desiste e de actor passa a tele-espetador. serve espetadas num café da tv...

morte Lenga longa lenta


Era dia de finados, e o seu fim. tinha partido enfim, era já tempo. sem afinidades já nada o trazia por cá, e ia para o outro lado. saber como era por lá. Chegou, não gostou tentou regressar, Hades subornou e caronte comprou, nenhum foi nisso, não era Orfeu, e ninguém ia na cantiga, não era de bandido, nem de amigo, talvez de escarnio e mal-dizer. Nunca chegaram a perceber. Esperou no rio, dias a fio, pôs-se a noite eterna e ardia a vela de fio a pavio. Na margem nem um navio, nem uma vela no horizonte, que tinha feito perguntou-se insconsciente... nem uma luz nem sequer um brilho. estava metido num sarilho, sacou dum baralho, e pôs-se a fazer uma paciência, mas sem ela desistiu, não havia grande ciência para aquilo e também não era muito paciente, que coisa doentia, dali não sairia, mas haveria de passar a ria, levantou-se e determinado foi a nado, forçou a corrente, morreu afogado...Estava contente finalmente, de finado não passava, e antes a morte que tal sorte!