João Cruz Oeiras de Portugal adesão a portal.membros@spautores.pt

Nome

Email *

Mensagem *

06 março 2025

FP

 


Quando temos contacto com "O processo" de Kafka, ou melhor, após ler a obra, não a vemos mais que um drama kafkiano, e tomamos consciência que Andy Warhol tinha razão e "a arte imita a vida" e após essa visão, já não a tomamos como uma Idealização fantástica do funcionalismo público, mas sim como uma realidade fundamentada. E se leram a obra,e ao  lidarem diáriamente com essa bagagem emocional, é de nos levar à situação de incredibilidade ou de situação deja vu. Esse drama, passa a ser a nossa trama diária!

E o que tínhamos como um romance surreal,  vivemos na pele tal e qual o que o K. padeceu!

A ligação com as hierarquias e a interacção com os colegas, faz-nos ver o romance como idílico e a nossa realidade como um pesadelo ad nauseaum: onde a falsidade impera; o desdém reina e a nossa relação com o todo,  é feita à base de monólogos onde somos menosprezados, renegados à burocracia,  e empurrados para uma relação vazia, inerte e de natureza da lei do mais forte, em que os que dominam são aqueles que engraxam, logo predominam,  onde o egotismo é exacerbado e o narcisismo um facto consumado, e não podemos depender de ninguém, confidenciar a alguém ou confiar em outrem. Pois estamos sozinhos num rio, cuja corrente nos empurra,  para a cascata que nos afoga, e é certo que ninguém nos irá puxar, ou dar a mão e caímos sós e/ou em vão. Sendo apenas um número, uma máquina que ninguém vê, acode e se puder acusa, impede de subir e fica cada vez mais isolado e posto de lado. Empurrado!

Sem comentários: