João Cruz Oeiras de Portugal adesão a portal.membros@spautores.pt

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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

rabiscos sobre um amor

É quase um antônimo viver para amar assim. Talvez seja preciso saber odiar para poder esquecer. Ou talvez seja melhor não recordar que se amou para se poder viver a amargura. Ou lembrar que nunca se amou para se pode continuar. Prosseguir sem viver em desgosto. Não gostar de quem desdenhou apesar de ter amado. Tudo palavras que não teão sentido nenhum para quem não as sentiu. E descrever um amor que quem sabe nunca se tenha recebido:
Viveu sempre uma vida individualista, mas não egoísta, talvez egocêntrica pois habituado que estava a tratar só de si.
Porém avançou de estádio, ou estado( questão de semântica agora irrelevante) de consciência, e de posse emocional para um estado "duocentrista"(neologismo ou estupidez como queiram) e tendendo mais para o outro- O ser amado(ou de quem se estava ou está apaixonado). E ama de verdade. Não sabendo contudo se o contrário era verdade e se preteria a si para colocar o outro em primeiro....
Verdade seja dita que isto das colocações em primeiro lugar tem muito que se lhe diga. depende dos nossos ideais de vida e de vivência.
Nunca tendo sido do material e do estético, dava portanto previlégio sempre ao emocional e ao funcional. A casa para si, era Quem a habitava, não o que a compunha...ou seja, pertencia às almas e não aos objectos inanimados. Logo, as visões são diferentes, tal como o modo de encarar a arrumação e organização dos interirores da casa. Confundia-se preguiça e desleixo, com despreocupação e alienação, e não com a ocupação da mente com funções mais sentimentais. Muitas vezes interpretava-se como inércia a falta de cuidado ao interpretar-se ou o tratar dum corpo imóvel na casa, mas tratava-se ou olhava-se como vegetal quem por vezes, e apesar de animado tratava-os com indiferença ou despreocupação, mas nunca com descuido . Visto portanto, quase como um espectro que não dava andamento ao percurso que idealizava. Não só em casa com também muitas vezes fora dela.Percurso esse que tem vários caminhos. E : "tortuosos são os caminhos do amor ".
Um estado vegetativo para um poderia ser um estado de contemplação para o outro.
Perfeição de um em desprimor de outro? Não. Conceptualizações diferentes, da forma de estar e no conteúdo do ser.
Se impossíveis de conciliar? Dependendo da capacidade de tolerância e paciência e de compreensão do outro.
Se um estilo é melhor que o outro? Perspectivas, mas nada impossível de lidar.
Principalmente quando se lida alguns anos e certas coisas já devem ser esquecidas e cuidar do que é realmente imprtante.
Sobretudo quando já se viu todas os modos de actuar e todos os métodos de estar. Se nos regemos por algo rígido a nível de adaptação a um meio que não o nosso, será mais complicado moldarmo-nos a alguém, que não nós próprios, com um modus operandi díspar do nosso.
A capacidade de selecção de um método comum, depende da disponibilidade e da entrega dos mesmos e de cada um. Quem não se mostra flexivel, provavelmente sofrerá de solidão, uma vez que viverá segundo os seus moldes, e não tolerará outros modelos.
As adaptações ao outro não têm necessáriamente de se dizer ao aoutro nem de se explicarem, muitas vezes, as modificações subtis, e aproximações suaves e lentas talvez sejam mais eficazes, com a vantagem de não provocarem no outro reacçõe adversas e aos poucos as modificações e ou melhoramentos são efectuados, mas por serem mais graduais e lentos provocam, reacções no outro, apesar do objectivo da subtileza, fosse evitar o conflito, e na mesma os atritos surgem... e ao querermos seguir na mesma diecção do outro, estamos a remar contra a maré e ir contra a sua vontade
Diáriamente surgem provações no casal que se podem tentar resolver duma forma pragmática e se possível não verbal, e quando estamos perante pessoas com um forte carácter e uma firme personalidade, melhor será se se evitar que essas se tranformarão em confrontos, atritos , discussões e disturbios na paz ou harmonia do casal. Problemas estes que são facilmente afastados, se se focalizarem nos problemas em si e não em quem, derivado à sua personalidade, tem como objectivo ganhar uma batalha semantica e não tiver em mente a efectiva resolução da situaçao que se debate. Aliado isto ao facto de se ao invés duma tentativa de se concordar com o outro na forma da expressão lexical, e se tiver em conta que se poderão entender, ou ter preconcebido anterioremente, uma forma de ideologia de se saber estar e ser sem a comunicação verbal. Seja esta comunicação um entendimento com um olhar, uma expressão facial, um gesto, ou , não passe duma aproximação, hormonal, sexual, ou unica e simplesmente uma tão forte harmonia que dispense qualquer tipo de comunicação convencional.
Todo este discurso é quase esotérico, mas por vezes dá-se mais valor ao entendimento verbal que ao singelo acto de dois corpos se atrairem sem mais qualquer tipo de artificios. E quando se conhecem, e já passaram pela fase da verbalização aquando do início da vida a dois, e em que se procura o entendimento mutuo, para acertar agulhas e limar arestas, nada como o silêncio, que deixa de ser compremetedor, e só demonstra a harmonia e sintonia do par na realização de qualquer tarefa, até a mais simples, a de simplesmente se tolerarem a ponto de as suas diferenças, e das suas formas de ser e eetar diferentes, porque no fundo estamos a falar de dois individuos com raizes culturais, sociais, emocionais, ideologicas, religiosas e até de principioa morais que podem ser radicamente opostos, mas que no seu cerne, no seui intimo, no seu amago se atraiem. Porquê? Porque é assim o amor... e é triste quando factores mais ou menos graves, pormenores muito ou pouco importantes, interesses mais ou menos diferentes, os separam...Só demonstra até que ponto não se tinha em conideração o amor, mas sim a aparência duma relação que se queria ou não bela, que era ou não perfeita, que era ou não aceite, por eles, ou mais grave ainda, quando se levava em conta a opinião de terceiros. Seja qual for a razão, e pelo facto de, e apesar da convivência ser tolerável, a partilha excelente, a entrega e dedicação considerável, a relação termina. E quando vimos a saber que existe a solidão a infelicidade, a frustração e até a procura dum elemento externo para a procura de conforto emocional, e se termina e quebram os laços que os unem, fica-se numa extrema crise esxistencial em que se tenta descobrir no que falhou, quando no final de contas se vivesse apenas um acto que era unilateral...E só se pode especular acerca disso..e com o afastamento surge a incredibilidade do acro em si, seguido dum tremendo vazio uma maior angústia e uma tremenda impotência em compreender o incompreensível.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Estorinha daquelas para quem me deseja mal . edição cut-up

Eram dois irmãos siameses. Um estava agarrado ao cordão umbilical, outro não estava garrrado a nada e caiu. Uma enfermeira saltou também conseguindo uma distância considerável. Um psiquiatra da superioridade em choque não viu o acidente, um cirurgião que fazia consultas e largavae stava possuído por algo fez um TAC e descobriu-se plutão., porque ele tinha problemas de posse..., mas não sabia o quê, E tendo este planetoide desclassificado um ego do tamanho do Mundo e a estórinha como se passava antes de Erastostenes o Grego medir o perimetro da Terra então ele não estava ciente do que realment possuia causando-lhe problemas nao só psiquicoc ocmo juridicos, tendo contratado O fernão, aquele de magalhâes pra dar uma volta, mas ele fez um circuito integrado, tendo feito o achamento do microchip, e decidiu vendê-lo como microchip and fish, enrolado em papel de jornal foi comido como o nestum abelhas e mel . A descoberta foi bombastica sendo enviado pela Ryanair para a Turquia, que de inferioridade e recorreu estavam esgotadas devido à crise .o mestre o senhor seu Deus, que até ao momento era conhecido como Maior, entretanto souberam que não tinha muito, caindo na secção crédito e quando ia a conduzir na via lactea , ficando privado do unico documento , protestou e não foi crucificado, apresentou queixa que fez um sorriso da mesma côr e ficou tudo em águas no livro amarelo a bomba de Nqagazaky que sofria de complexos de bacalhau, lá pros lados da noruegapois deus estava ilegal na UE e teve de ser expulso, onde procurou o consulado e o consolo de uma matriarca, mas não haviam...mais bombastica , virou-se então para o outro lado, tendo mudado de dimensão, e de tamanho, infantil sendo acusado de pedofilia e ao contrario de seu filho mas sim simplificado e transformado num cereal killer os cereais preferidos da criançada o que causou um incidente diplomatico e assim em vez de dominar a terra , apreciado desde a planicie até à serra...

amor 2!

Os casamentos de outrora, eram vistos como um contrato averbado entre duas partes. Partes essas que eram abstractas, podiam ser duas famílias, dois reinos, duas empresas, ou mesmo duas entidades que precisavam uma da outra para obterem lucros, fossem eles na forma pecuniaria, militar, territorial, heraldica, ou com objectico de meterem a mão na herança da velha. Era portanto uma acto em que firmavam um acordo social, militar ou comercial e não envolvia as duas entidades que de facto se amavam/respeitavam. Nesse acto tão intimista( no que concerne ao amor ou amizade) em que se anunciava ao mundo os valores com que se uniam, a paixao que os aproximava ou no minimo o interesse que tinham um no outro. Dito duma forma fria e calculista, os unicos seres verdadeiramente interessados, não eras relevantes para a dita cuja união. Para falar, desta ligação como uma empresa comercial, elaborava-se um pacto, com uma minuta pré-redigida, como se duma sociedade por quotas se tratasse, ou de um acordo firmado, em que os amantes, eram um bem material e e em que se toma a relação(a dois) quase como um pacto de não agressão; um papel assinado e em que as pessoas envolvidas - o casal-e volto a insistir, não têm voto na matéria, e são apenas bens.
Esta visão não tem só como base o aspecto temporal do antigamente( e a tão famigerada Idade média, ou mesmo a época salazarista que ainda é vista por muitos, com saudosismo e que ainda cria acesos debates, e como uma época dourada da nossa sociedade), em 2011, ainda há gente que se junta(une, casa, etc) e essa visão não perdeu força nem está descatualizada, em que se coloca à frente das pessoas o aspecto económico-socio-cultural, retirando mérito ao amor livre, e livre arbitrio , e querendo dar enafse a este aspecto, caindo no erro de ser enfadonho e de me repetir:As famílias retrógradas que põem a heraldica à frente do interesse pessoal e dão mais importancia ao aspecto material em desprimor do espiritual. Falo portanto num ambiente conjectural em que as pessoas que vivem ou que querem viver numa relação, e devido ao enquadramento moral, ético, cultural e social, são vitimas dum ardil com um fito unica exclusivamente materialista e de vontades alheias às suas. Onde são tratadas, como um investimento, de cariz material e não emocional. Tendo unicamente preocupações de ordem moral e ética primárias, onde a união era vista como uma vantagem de ordem variada designadamente:Terras, gado, ou bens pecuniários. Famílias essas, educadas com princípios rígidos e cujos problemas que poderão ter, não são os das duas pessoas envolvidas mais sim os de terceiros, os seus familiares ou Senhores feudais, em que o casal acaba por viver num mundo de aparências e estão juntos para manter uma espcécie de status quo, fradulento a nível emociono-sentimental, vivendo uma encenação que não passa de uma espécie de alegoria da caverna de Platão, tendo como base a sua vida na opinião dos outros sem se preocuparem nem dando primazia nem valor, aos laços que os unem, fazendo dessa relação uma peça teatral, onde os objectivos primordiais, não tem valor intrinseco ao csal mas sim o que é passado para o exterior, com pompa e circunstancia.
O que é interior e do seu foro intimo,e portanto exclusivo do casal é apenas uma visão fútil e banal do que deve ser a sua união. Em suma, e falando muito friamente, a sua união é uma fusão, vivendo dum mundo ilusório em que o casal vive apenas numa mundo criado artificialmente e abstracto, onde o interesse primordial é a conservação da relação a todo o custo, sem haver uma real e verdadeira parceria, sendo portanto dois seres, sem vontade própria e sem uma consciência comum verídica, não passando de um par, que é uma relação edílica e perfeita por fora, mas plena de amarguras, por não haver qualquer tipo de sentimento que os una, e objecto duma concepção apenas material, renegando para segundo plano o aspecto sentimental e amoroso.
As relações hoje em dia baseiam-se não só no amor(um conceito abstracto), e na paixão, que é perecível(um sentimento que não passa de uma atracção física e química que se extingue)e que depois de alicerçada,é transformada e cimentada em valores bem mais fortes, tais como: a confiança; o respeito mútuo; o espírito de equipa, a confidência, o carinho, a saudade, a ternura, o afecto, a sexualidade que transcende perpetuação da espécie e sem intenções de criar uma descendênciae um filho varão mas que seja apenas fruto da paixão, da vontade, da demonstração desse sentimento tão mais nobre que é o prazer e gozo de se dar ao outro a mais bela das sensações, muito mais nober como disse, do que deixar o brazão da familia para outra geração e a continuação duma arvore filogenética que quanto a mim não passa dum valor para deixar um registo genético que roça o ariano- ( queria evitar a palavra Nazi)
O conhecimento desse par, e ao longo do tempo, sofre uma metamorfose, onde se passa da criação dum paradigma e dum elo mais forte e mais perene que é tão e somente a união de dois seres num só, com os mesmos ideiais, a mesma ideologia, os mesmos ansejos, os mesmos princípios, e até (fazendo uma parábola: pilotando o barco fazendo-o chegar a bom porto, mesmo através das tempestades e das condicões adversas) atravessar um marasmo de problemas, situações de conflito, habituação ao outro, através da aceitação dos seus defeitos e virtudes e características .Além de, e como o passar do tempo,conhecimento e reconhecimento do seu feitio e modo de estar, e a sua maneira de ser, o seu saber, a sua entrega etc etc. Até que a certa altura a criação de laços emocionais e a adaptação por convivência diária que transcendem o amor, e em seu lugar forma-se uma necessidade de estar, um hábito, e também cria-se desleixo e más formações. A relação baseai-se em pontos que se têm em comum, e não em paixão ou amor, pois a paixão como disse aqui atrás é um sentimento perecível e o amor é abstracto, e nunca se deixa de amar, apenas o que acontece é quando surgem sentimentos de repulsa, ou de nojo, ou mesmo de facotes externos quando os pontos em comum tranformam a relação rotineira e procuramos em terceiros algo que nos alimente a chama, e que se sinta que se é apreciado, quando isso acaba o amor extingue-se não porque não exista mas porque somos aliciados por algo que nos traz coisas novas, pois o homem é um animal de hábitos, mas precisa da inovação e também de estímulos que lhe elevem a auto-estima e o amor próprio( incompleta enecessita de revisão)

sábado, 18 de dezembro de 2010

Quero


Quero viver num mundo branco, com laivos de azul no céu, com cheiro de maresia mesclado de aromas de cevada cortada de fresco a viajar mentalmente num horizonte de planicie alentejana polvilhado de olival e sol queimando-me a face acoitando-me de quando em vez debaixo dum sobreiro ouvindo o silencio e olhando o nada. Sentado a apreciar e afastar-me de mim vendo-me de fora e cada vez mais longe subindo ao céu e olhando o meu corpo inerte Ate ser um corpo ausente e continuar a ascender Ate deixar de me distinguir e embrenhar-me nas nuvens transpondo-as e chegando à aboboda celeste polvilhada de estrelas e estar presente numa delas e nela ve-la como uma fogueira longinqua de alguém que repousa na noite fazendo exactamente o mesmo que eu e que se transcende e transforma também num ponto e olha o horizonte nada escutando e fundimo-mos trocando experiencias do vazio do nada no vacuo. Esperando o tempo que passa num espaço que nos preenche e abarca e acolhe num abraço e num momento pleno de ternura e alento de contemplaçao e onde o vazio do universo traz todas as sensaçoes e emoçoes numa unica particula que me atinge provocando uma explosao imensa e tremenda de felicidade que me faz girar e emitir alegria e fazendo agora eu parte dum astro. Sou o astro nao sentindo nao chorando nada lamentando so estando e sendo a eternidade. Pra sempre.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

zitu -untitled


Eras tudo tudo, tudo e mais alguma coisa...O meu cosmos as estrelas o sol, o céu azul, o mar, as ondas, a agitação, as gaivotas no Porto, o café na praça, a dança na sala com o VH1, o segundo café na máquina, o teu em contacto e o "outro", a gaia pra coruja como eu p ti, um sabor, um cheiro, um torpor, um gemido, uma mayonese pras batatas, um Reiki depois duma indisposição, recordação de todos os pormenores do corpo e da mente, e outras que tais inclusivé coisas como citologia e anatomia ou fisiologia, uma francesinha no verso em pedra, um red bull air race, uma ida a pé desde matosinhos à baixa, um moby e uma dançarina, uma viagem de bicicleta no passeio maritimo, outra a pé pelo passadiço, os meus banhos quase nocturnos com ganesha deliciada na areia, um Srgo e um por do sol, Um muro saltado para o palácio da pena, um travesseiro na piriquita, um inédito e inesperado lamento e um ultimo e inaudito gemido seguido dum silêncio... e tudo perdido...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Dá deus vozes a quem não tem entes( incompleto e sujeito a alterações de ultima hora)


NãO TENHO JEITO PARA NADA. Das poucas coisa que tenho jeito é para imaginar. E se quero transmitir essa imaginaçãp, não pode ser via pintura contudo e como tenho uma inépcia total para fazer trabalhos com as mãos, talvez tenha com o pés, mas teria de ir para o centro de alcoitão( e desde já pelo mau gosto e sarcasmo o meu perdão) também não sei pintar, esculpir, coser, alinhavar, sou mesmo disparatar, pois até me custa saber amar com ou sem corantes....Com tinta só a de choco, embora não conste do meu menu. Bah...
O que seria
certo é
deveria
Tentei escrever um "post" sobre ele.
Como me da gozo escrever ia, numas poucas linhas escrever.Numas poucas linhas dissertar e analisar.
Tentei reescrever um texto de alguém, ou fazer um plágio, parecendo que não, não teria trabalho, colocava uns floreados peronalizando a coisa e parecia algo mais além! Mas não, versejei Porém!

Daí que vá tentar fazer um Poema,
ou mesmo um soneto,
ainda este ano não escrevi nenhum,
Dai que, como quem canta fado em alfama,
e dado ser só um,
põe-se de parte o dueto.
Talvez nem seja nenhum
nada nem ninguém,
duma nódoa
espera-se por alguém
e da mácula
só se desespera
ou obtem-se desdém
va

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dar a mão à PALMA tória II - e derradeiro

Sub- Título:
Considerações e opiniões sobre alguém que é bizarro e paradoxal.(Mesmo para as mentes mais abertas e de visão liberal da vida)

Com tal personagem o diálogo é inexistente e fatalmente impossível.
Já tentei chegar ao diálogo, ou pelo menos a uma conversação minimamente coerente.. e como tentei... Na perspectiva psico-social fui Assertivo, passivo, manipulador e activo. E falhei, falhei redondamente.
O erro está em mim? Não. Está no receptor da mensagem. Poder-se-ia pensar que eu seria parcial, ou que dava a minha opinião sem me basear em factos ou por motivos mesquinhos como um ódio visceral ou piedade, mas não, neste momento o único móbil é já é a pena, sentimento que não se tem por ninguém. A haver um terceiro capítulo desta saga a minha motivação já será o desdém e o sarcasmo. Muita gente me pergunta por que me dou ao trabalho. Talvez por estar incluído num teatro que não pertença e me queira desvincular, sendo esta a única forma de o fazer. E talvez seja um bom exercício para a compreensão da psicologia ou mesmo a etologia dum caso raro,uma vez que é um espécime que eu julgava extinto. e cheio de Ismos....
Indo directo ao assunto e caracterizando a personagem, vejo uma alma marcada por mágoas antigas, rancores ao desbarato e uma tremenda angústia, quiçá por insegurança ou falta de auto-estima. Causa- Efeito quem tem de conviver com a personagem tem de o aturar, Alguém que é egoísta no ser e no estar, projectando as suas frustrações em terceiros.
Já não repara no que diz nem se preocupa em medir as palavras o que o torna extremamente egoísta, usando os outros para seu benefício e sempre provocando o drama, criando ardis inexistentes, e sempre com um discurso com uma carga bélica imensa, e o conflito a qualquer preço, uma vez que não detém a razão , vale-se da emoção, muitas vezes absurda e ridícula.
NUm exemplo prático, pede-me que me cale pois interrompo-lhe o seu discurso. Discurso esse que muitas vezes é baseado em opiniões não fundamentadas e com o intuito de ser o centro das atenções e asssim aumentar o ego. Gasta hora em argumentação conflituosa que redunda numa perda enorme de tempo, por haver um vazio na informação e ninguém para ouvir. Muita gente acena a cabeça em sinal de tomar atenção, mas não repara que os olhos buscam o infinito e o aceno é somente um sinal de comunicação.
O espécime pelo contrário, e após os seus banais, futeís e imberbes discursos aquando alguém intervém, faz o possível por atropelar, calcar, menosprezar e ridicularizar a ideia ou pensamento, porque como não haveria deixar de ser acha-se senhor e detentor da verdade absoluta. Uma espécie de Kant dos tempos modernos. Não me querendo alongar e em suma, tenho a declarar que certo espécime já foi rejeitado por quase 90% dos colegas e agora confronta-se com uma situação, a solidão, pois os restantes 10% disseram basta, depois de, muito estoicamente ter aguentado desaforos, disparates, e ofensas durante esta temporada.
Resumindo, não lhe desejo mal, mas espere qualquer reacção pois a aprtir de agora vai ser inexistente. Há limites e esses já foram ultrapassados, daí que o resto do caminho, será feito a solo, pois não haverá confessionários, pacóvios, ou gentalha a segurar o menino nas mãos.
O menino caiu. Levante-se e ande! E aguente-se.


Sinceramente com tanta verborreia, futilidade,discurso pseudo-sindicalista isento de mensagem, intervenções descabidas ao estilo panletário e outras tantas, mas tantas qualidades , faz de tal personagem um objecto de estudo excelente.

Porém não conte comigo para cobaia ou sujeito que ampara os golpes, ou mesmo se revê em qualquer tipo ou estilo de vida que demonstra ou emita.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Dar a mão à PALMAtória

Carta aberta a alguém:
Tem um fito. Que é dialogar. Vou falar muito e provavelmente dizer pouco…mas faço o que me é possível a bem duma boa relação social e profissional, não só comigo como também com os quase 20 elementos que compõem esta equipa, por falta de tempo ou por acharem que não vale a pena o esforço, não intervieram, embora esteja certo que subscrevam esta missiva..
É em formato de carta, não passando dum monólogo, mas é a única forma de chegar ao “diálogo” contigo sem entrar em desespero ou virar as costas. Ninguém tem paciência para ti e geralmente só tu estarás cego, e decerto não te apercebes, pois fazes-te valer duns princípios bem peculiares, para não dizer bizarros, ou únicos!
Como dizia é em formato de papel, e acontece que dizer isto em directo e ao vivo a essa pessoa, será o mesmo que um monólogo, pois acha-se no direito de intervir. OK, é livre, mas também se acha no direito de interromper constantemente, cancelando assim o diálogo. e corrigindo quando opinamos, fazendo juízos de valor sem conhecimento de causa e por último, anula qualquer hipótese de conversa. Daí que este formato seja o único possível e mesmo assim duvido que chegue em boas condições ao receptor: 1º por ver nele uma imposição, logo uma tomada de posição sobre o seu modo de ser e estar.2º uma Indirecta ou critica e aqui será visto como uma tentativa de intervir, manobrar, ou afectar o caminho que segue, e também será interpretado como um ataque pessoal. Faço estas considerações pois espera-se tudo de alguém que se acha dono e senhor e detentor da razão ou verdade. E quanto a mim essa é dúctil, variando de pessoa, ideologia, religião corrente politica ou filosófica, etc. etc. Adiante:
Opiniões e considerações várias.Nenhum homem é uma Ilha (Palavra que em Italiano é bem aplicada ao conceito- Isola) Todos nós precisamos de amigos. Todos precisamos de alguém. Lidar com os outros implica que saibamos lidar connosco em primeiro lugar. Estar bem connosco é fundamental e é fulcral ter uma pedra basilar de valores e raízes sólidas, para nos podermos mexer livremente sem invadir o espaço doutrem ou a sua bolha (aquele espaço fundamental que cada um tem que é não é permeável.
Independentemente de todos nós sermos diferentes, quase todos perfilhamos das mesmas necessidades; amor, carinho, alegria, bom humor, e acima de tudo de nos levantarmos com vontade de acordar, ou seja haver algo que nos motive, que nos faça caminhar, que nos empurre para a frente para não estagnar.
A nossa impulsividade muitas vezes faz-nos chocar com terceiros, e o que para nós pode ser uma virtude é, e visto de fora, imparcialmente pode ser um grande defeito.O orgulho, e a capacidade de podermos mudar de opinião quando confrontados com diversas ideias, não só mostra bom senso, como é demonstrativo de uma personalidade em constante mutação e adaptação. Não só faz de nós uma melhor pessoa, como nos ajuda a obter mais informações para mais facilmente lidar com as milhentas e diversas situações com que nos deparamos ao longo da nossa vivência.Quem vive de uma forma consciente e pensando que é melhor que os outros, ou seja, quem lida com outros tomando por principio que é superior na capacidade de pensar, no raciocínio lógico ou mesmo tendo a ilusão que é o supra-sumo em inteligência emocional, vai, sem apelo nem agravo, ter várias decepções ao longo do seu percurso, que podem dar lugar a isolamento forçado ou por opção, embora a primeira seja a que custará mais, pois ninguém tem paciência para, como disse, lidar com alguém que não deixa ninguém expor as suas ideias seja numa conversa de café, seja profissionalmente. As conversas de café terão como consequência que eventualmente a sua mesa fique vazia, as outras as profissionais, fará com que perca o lugar ou seja relegado para segundo plano, colocado numa sub-cave, ou pura e simplesmente, afastado.
A eterna busca de conflito com os outros, servirá como um exercício para a sua capacidade de fazer regularmente novos amigos, pois os antigos já existem, e também um teste à sua capacidade dramática e de arranjar esquemas que cativem as pessoas. Até pode ser que resulte durante os tempos, mas também os ardis e as pessoas eventualmente se esgotarão.
A irritante intervenção em conversa de terceiros, e a forma belicosa de o fazer, e o que tem como resultado mais que provável será o efeito bélico de terceiros, o que não é favorável a nível salutar, a menos que se veja como um mártir e gosto de viver com o risco como sua profissão. Entretanto os anos vão passando e a “Ilha” estará deserta.Em suma, ou recapitulando, nada como ser uma pessoa que em vez de destilar fel, tenha algo para dar aos outros em retorno, e o facto de se vitimizar, pode agradar a alguns que tenham comportamentos altruístas, mas quando notarem que o comportamento é similar à mosca que está constantemente a bater na vidraça tentando passar para o lado da luz, e em breve e tão depressa como chegaram assim partem. Não há recomendações a fazer, nem métodos 100% eficazes, ou alguma forma milagrosa de integração, talvez o melhor e no caso referido, seja deixar cair a máscara altiva e prepotente, e deixar que venham à tona conceitos como humildade, a aceitação do outro, e um leque de princípios morais e éticos básicos. Sendo fundamental a liberdade de expressão e não uma posição defensiva que nos outros é e será sempre vista como agressiva, autocrata e pedante,UM abraço

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Explosão De Luz no gozo da Lua (e uma ou outra coisa minha e tua)


As cores perdiam o brilho na noite vazia,
e os tons pardacentos cresciam dando lugar a luz colorida,
caindo em cenários de fantasia.
Neste nosso caos animalesco muita gente havia.
Um corvo piava pela escuridão dentro, enquanto a Lua enchia.
O Morcego gritava em ultrasom e ninguém ouvia,
mas falava de coisas doces: insectos e poesia.
Um cão tardio uivava à Lua que aparecia.
Um rato da coruja se escondia, um Mocho das sombras se erguia.
E Naquele instante ninguém a Lua reconhecia.
O Corvo pensava que era sol e que não o aquecia.
O Morcego olhava-a e contava aos outros que nunca a via, não conseguia...
Outro cão meio adomercido e até dormente nada dizia.
No meio da barafunda apareceu um rato que disse que se mais baixo tivesse que a comia!
Todos o chamaram de fala-barato e já ninguém se entendia!
A noite e a madrugada em parceria, sorriam ao ver nascer o dia.
O Veu negro passou, o vento amainou, todos se calaram, veio o sol...
E não é que se fez mesmo dia?!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Na Era do Onirilítico


Fechei os olhos e gritei.

Pensava ainda. Mas não raciocinava. Binário. Tal e qual mosca que esvoaçava contra o vidro a tentar sair para a luz. Tacteio à volta. Fechado e sem ar. A escuridao absorvia-me e fiquei no mesmo tom. Cada vez mais apertado, senti-me a definhar e a definir:

Um peixe fora de agua. Um pássaro privado de asas. Um fóssil num zoo em exibição.

Parei, abri os olhos e continuava na repartição. Um utente olhava-me à espera dum carimbo.
Levantei-me. Bebi café. Estava na hora, da mudança.

Tornei-me nómada e ocupei uma gruta. Bocejei. Que maçada!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

frases soltas


As férias passaram. Os dias quentes, a água o mar e o azul em efeito miragem.

transformam-se em memórias pardacentas e em tardes burocráticas cinzentas.

Os contribuintes voam de sul.

As cegonhas voam ao sabor das correntes ascendentes.

Os emigrantes morrem a norte.

As gaivotas engordam com os pombos e tresandam a morte.

O agosto a arder. O chiado também.

22 anos é muito. Muitos dias muitas horas a queimar tanto o espaço como o tempo.

Com o dom de se queixar consome-se também muita gente sem sorte.

A Miguel Bombarda a ruir, uma nova paisagem urbana que se especula para construir.

A maré sobe, a economia à tona e mais um assalariado à toa.

O país navega ao sabor rosa-laranja

O Saramago numa nova viagem que por ca a jangada cada vez mais aquém.

Os passarinhos largam os ninhos e os filhos agarram.se aos subsidios com mil cuidados.

Os tons esperam o outono, o clima treme de frio pelo o Inverno, a vida são dois dias, mais e é carnaval, e não tarda estamos no Natal!

Ora bolas. Adiante Tempo, e a Terra gira e gira...Que tontura e tolice. é a Reentré uma verdadeira parvoice. Votem neles.

Desastre


Vamos para as estrelas. Caminhamos porém pela orla da galáxia. Vislumbra.se o principio do fim da diaspora humana. A nossa vizinhança é desconhecida e o nosso Proprio quintal uma surpresa esperamos encontrar a solução na lonjura da distância dum qualquer sistema solar inteligente enquanto não afastamos de nos a nossa propria estupidez e ignorância.


Dúvida: Desastre não vem de longe dos tempos quase Biblicos? Não é da mitologia Fenicia? O suméria?.."Ashter" Ou "Istar"

Quem me elucida?
Nota: Foto tirada da série "Star Trek"( espero não haver celeuma por direitos de autor)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Férias!




Acaba um ciclo laboral, recomeça um reduzido periódo de lazer. Curto é certo, mas como o Universo, limitado mas infinito. Infímo também, mas grande, ou enorme, e mesmo gigante é a vontade de partir, sair, ir e descobrir. Parar, olhar, ver o mar, mergulhar, procurar o fundo e achá-lo e na areia molhada deitar.




O mundo continua a rodar, e para nós vai por momentos rodopiar, girar, para nos embriagar, entontecer e fazer vibrar.




Fora de nós e na rua, as gentes, as pessoas, o povo(como queiram) continua na sua vida, e entretanto, só para nós, o pano sobe numa nova representação, de improviso, com muito riso se possível e dos outros, apenas um sorriso quiçá improvável. No meio da nossa peça e na plateia mundial, o publico incógnito, algum atónito, outro apático e mesmo robótico, bate palmas, levanta-se das cadeiras e num sonho de uma madrugada quente, e somente para aquele que sente, nessa observação dum sol crescente, começa uma ovação de pé interminável e num desejo que seja determinante para que todo o mundo, pelo menos só num instante seja e esteja contente! As palmas quase que sangram, escorregam no suor, a linfa escorre e discorre nas veias libertando as endomorfinas e outras substâncias que podem ser vitaminas,que deliciam meninos e meninas, frase esta para versejar e alegrar. Vamos alegar que tudo é feliz e vamos num pequeno exercício hipotético e inédito, fazer com que os sorrisos se rasguem novamente, com o sol a gargalhar, outro Sol num esgar, que entra pela Terra adentro e no aguardar doutra madrugada e por essa noite dentro nos faça crescer, brilhar e com tudo e todos partilhar todos os instantes de suave, terno e doce estar... como o pensamento límpido e puro duma criança, claro como água, belo como a primavera.


E o pano desce, com as pancadas do senhorio, as de Molière, as nas costas também(


pancadinhas, isto é).


Num momento onirico, ainda dentro da cabeça da criança que nada sente e apenas dança ao ritmo da vida que passa e que por enquanto não a farta nem cansa, o universo conhecido salta à corda, anda à roda, dão as mãos e cantam e encantam e venham mais Cinco! Cinco dedos de conversa para a alcoviteira, meia duzia de felicidade para dar mais gozo, um quarto com vista para todos, um terço para o religioso, um segundo de nada para um nihilista rigoroso e um pouco de desdém para o invejoso...Que cantem, dancem, enrolem-se e rebolem, olhem o arco-íris, o arco e flecha disparado, os joelhos feridos, a cabana na mata, o Tomás, os médicos e as enfermeiras, a fisga, a lagartixa, os policias e os ladrões, o macaquinho chinês, as histórias do avô, as lendas, os mitos, os fantasmas na casa abandonada, a Dona Rosa e a velhinha que todos tinham medo, a inocência, o algodão doce, o carrossel e no final de tudo um bem-haja para aqueles que se esquecem de recordar da saudade das memórias de infãncia.


Entretanto parto bem acompanhado para lá do Tejo, do Sado e mais longe que qualquer lado!


Para os outros e para quem nos lê desejos da côr preferida.

Burokrat




O que se pretende dum funcionario que exerce as suas funçoes numa instituiçao publica é que cumpra as suas funçoes com rigor zelo profissionalismo e que seja eficaz e eficiente. Quando desempenha funçoes que implicam lidar com o publico num local de atendimento ao publico além das caracteristicas atras referidas pede.se tolerancia à pressao e assertividade. O utente exige competencia e resultados praticos por outro lado as chefias exigem além dos resultados uma acçao pratica que atinja e ultrapasse os 100%. Sabemos que em termos estritamente matemáticos e nomeadamente estatísticos existe essa possibilidade a nivel humano é improvável se não impossivel. A forma de colmatar o lado estatístico inatingivel é proporcionar ao utente um grau de satisfação que supere as expectativas. A emoçao sobrepõem.se à razao. Infelizmente na maioria dos casos há pouca informaçao ou melhor há gente pouco esclarecida nesta matéria. O que nao só piora o atendimento como a relaçao dos intervenientes é vista com desconfiança e degrada a relações implicando uma degradação dos serviços a qualidade dos mesmos e a sua eficiência.

Kayam Sonedra in O meio surreal visto do virtual. 1947

terça-feira, 27 de julho de 2010

pensamento sazonal


O País das Calamidades: uma sina, um fado, ou sinais dos Tempos(meteorológicamente falando)?

É curioso ouvir o espanto da população quando há incêndios no Verão.

Parece que todos os anos se esquecem que faz calor nesta Terra. Inclusivé esquecem-se de limpar as matas, e fazem-no em JUNHO!...Tão ou mais paradoxal é também a situação das cheias. Caleiras, sarjetas e afins são desentupidas em Dezembro... pois ao que tudo indica parece que chove no Inverno.

São duas situações peculiares e que raramente acontecem, apanhando desprevenidos toda a gente nestas estações do ano, que ficam surpreendidas com estes "cataclismos" inéditos e inauditos....

É caso para aplicar a frase cliché:" Isto é uma pouca vergonha! Só neste País".


Não querendo sequer por a hipótese de pensar no que acontecerá num sismo 8.0 richter... Esperemos que nunca chegue.
nota: A foto está descontextualizada, mas é bonita...(digo eu)

terça-feira, 8 de junho de 2010

terça-feira, 1 de junho de 2010

O Massacre de Junho


A Madrugada começa. Aparentemente tudo está calmo. Na cidade tudo era alegre e luminoso, e num segundo tudo se transforma, numa espécie de paz encapotada, um subtil terror que se esconde, num horror prestes a explodir...Não nas ruas que continuam pacatas, nem vindo dos subterrâneos onde se instalam umas singelas criaturas tais como as baratas e as ratazanas. Não paira sequer no ar na forma de morcegos, nem se esconde em cada esquina qual violador. É antes um temor e um medo antigo e secular que acompanha a humanidade desde os primordios dos tempos, que se prepara para atormentar qualquer ser vivo, que espera poder sugar com um só sopro toda a réstia de vida em qualquer ser, seja ele vegetal ou animal. Que aguarda milénios por estender o seu poder não só á cidade como a todo o Mundo e mais além, acabando por carbonizar os planetas e extinguir o Sol.

Na casa de Nany, abate-se o silêncio enquanto que a própria luz é absorvida por um estranho elemento, tornando todas as divisões mais escuras que o céu sem estrelas, mais negro que o carvão. Naquela casa o odor a podridão invado-nos provocando um vómito quase instantaneo e umas dores lancinantes no corpo e na alma, que é impossível qualquer ser ali sobreviver. Só um ente preenche aquelas parede estéreis absorvendo todo o ar puro, tranformando-o em enxofre, retirando a luz, sem esquecer um único raio luminoso, destruídos por aquela estranha criatura amorfa. Uma respiração estranha ouve-se por toda a cidade, um estranho torpor entranha-se na atmosfera na forma dum denso nevoeiro de cheiro acre.
Na casa de Nany, uma mutação acontece subitamente, um corpo antropomorfo dá lugar a uma massa disforme e contudo viva. Viva talvez não seja a palavra certa para a descrever pois tresanda a morte e a podridão. Uns olhos negros abrem-se comendo o que sobra das réstias de luz em volta. Tudo silência enfim, as estrelas apagam-se, as folhas das árvores em pleno Junho caiem num único dia, como se se passasse um outono e um inverno mortal, gélido e terminal por elas, secam também as proprias árvores, as corujas e morcegos notivagos definham e debatem-se no chão com a morte a envolve-los e sem saberer porquê, o coração dos humanos pára, passando-lhes um calafrio pela espinha e um frémito gelado e gritante pela alma, sacando-lhes a energia.Toda e qualquer brisa pára, e todo o calor armazenado pela Terra do Sol em solstício de verão é consumido, chegando a todo o lado uma bruma negra e ártica que tudo mata e extingue.

Novamente na casa de Nany, as portadas das Varandas abrem-se, um vulto ergue-se e plana no ar, dirige-se para a Rua da Junqueira, com um único móbil, a Extinção de qualquer vida, o arrasar de qualquer sorriso, o exterminio de todo contentamento, a destruição de toda a alegria, um apocalipse que está prestes a chegar....e tudo a arrasar...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A moda a mediania e a mediocridade

Volto a um tema recorrente aqui no meu cantinho....A moral, os bons costumes, a etiqueta, ou então numa de devaneio intelectual/social: um "manual da Paula Bobone", no fundo queria escrever um manual do que está In e o que está Out mas penso que não esteja a altura dessa herculea missão e da responsabilidade moral que isso acarreta! Pois além de serem dois anglicismos que estão muito na moda, falo dum tema que me ultrapassa e transcende de modo que provavelmente terá várias lacunas e falhas graves.
É IN ser xenófobo- O racismo está em alta.
É IN ser-se comuna - O comunismo voltou a ser fashion e o capitalismo está OUT e é demodé (faltava aqui um galicismo que fica sempre bem), embora dê mostras de decadência, está na mó de cima,prova disso é a especulação bolsista e imobiliária a atingirem niveis nunca antes vistos, mesmo com a crise se ter batido no fundo.
É IN ser gay -Embora haja muito homofóbico, ser gay é quase um estatuto.
É IN o machismo - está ultrapassado mas a violência doméstica é noticia diária.
Assim como a nova moda do Bullying, outro IN, que sinceramente não sei o que isso é, mas sinto que seja qualquer coisa como as brincadeiras violentas que se fazem desde a minha escola primária mas que agora tem um anglicismo e assim aparenta ser algo de muito mais grave...
É IN ser feminista - Embora esteja fora de moda, por haver cada vez mais paridade entre os sexos é muito fashion haver feministas, mais ainda se é uma mulher casada e tenha um amante que seja outra mulher, assim acumula funções, além de ter uma relação extra-conjugal é lésbica. É IN ter animais domésticos, mas tê-los em formato time.sharing - Arranja.se um cãozinho para os pequenos em Setembro e abandona-se no ano seguinte em finais de Julho, quando a familia vai para Cancun.
É IN ir ao ginasio mas sem preocupaçoes de saude fisica - abusa- se do esforço fisico, não com preocupações de "corpo são em mente sã", mas apenas para queimar o superavit de chicken mcnuggets, Um bem-estar que é sazonal! Vai-se ao ginásio em Maio, antes das férias, e no resto do ano come-se que nem um alarve.
É IN ter o filho num psicologo\psiquiatra mesmo que não padeça de nenhuma maleita do foro psiquico-neurologico, sempre é tema de conversa no local de trabalho com os colegas, e o puto, mesmo que seja o mais saudável ficará maluquinho de certeza, e aí quando chegar à idade adulta, já se enquadre na sociedade e insere-se perfeitamente no mercado de trabalho pois não há ninguém que seja são da moleirinha.
É IN a familia auto-médicar-se, mesmo que não haja nenhuma doença e sempre se pode trocar comprimdos com os colegas e amigos, em vez de se trocar cromos da bola.
É IN ir a uma peça do La Féria mesmo que seja a brejeirice mais foleira, é um acto social de louvar e aos amigos diz-se se que foi a um peça de teatro.
É IN ir sitios exoticos nas férias, apesar da familia ser racista, e odiar misturar-se com aquela gente, passam 10 dias em regime de meia-pensao sempre com uma uma enorme desinteria, por querer experimentar a comida daquela gente, e é um must tirar 7 rolos e meio de fotos embora haja um desinteresse enorme pelos costumes locais! Interessa é que se comente depois numa festa ou com colegas e amigos que se foi à Papua Nova Guiné...
é IN pôr os pais num lar assim como os animais que sao descartaveis. E so dão jeito nos aniversarios dos miudos pois oferecem presentes mais caros, porque calha bem pois a familia ainda está a pagar a crédito as fèrias à Papua.
Enfim...só não é In o bom senso, nem as preocupações humanistas e do colectivo, vivemos numa época individualista e dum egoismo exacerbado.
Aboliu-se tudo e ultrapassámos a idade do proibido proibir que vem do Maio de 68 e que chegou aqui ao nosso cantinho só em 74 (e mesmo assim ainda chega aos pedaços faltando ainda muita coisa).
Já na altura de Camões mudavam-se os tempos e as vontades. Na actualidade e nestes tempos pos-modernistas que atravessamos, além das vontades muda-se tudo o resto, embora fique tudo na mesma. Não porque falte imaginação a esta geração mas porque desde dos anos 80 e 90 que está tudo criado e neste novo século, por mais que se crie apenas se recria, porque vivemos num periodo de vazio ideológico, cultural, artístico, etc. Apesar de tudo abrem-se novos conceitos e preconceitos. E assim se vive de aparências....

A Imensa Minoria



Diz o anúncio: "Se eu não gostar de mim quem gostará?" Podemos extrapolar isso para o nosso País... Se formos a contar com os nossos caríssimos governantes para ter esse papel, então estamos tramados, pois deixa muito a desejar a credibilidade, dedicação e estima que têm pelo País, e pelos seus concidadãos. Tratam do País? Ou de si e dos respectivos quintais? Dá ideia que vivemos à margem da governação, e essa elite- uma imensa minoria- qual sociedade secreta, é exclusiva dum grupo restrito de cidadãos, que volto a frisar marginaliza a maioria e que se aparta de quem vive dos rendimentos do seu trabalho e que não se movimenta nas altas esferas da aristocracia- proto-burguesa que vive à nossa custa, numa espécie de parasitismo simbiótico desde os tempos do Rei D. Fernando(p.Eg)
  • Chama-se evoluçao e progresso a projectos como o Alqueva, que supostamente era um dos últimos passos da "reforma agrária" ou mesmo uma nova revolução agrícola para o Alentejo! Iria irrigar todas as searas, olivais e vinhas. As pastagens para criação suina, ovina e bovina e produção queijeira e leiteira, além dos sobreiros e respectiva produção de cortiça. Certo é que a barragem está feita e a represa ao nível máximo da sua capacidade, mas passados oito anos, os canais de irrigação estão por fazer e a unica coisa que se produz é energia electrica e água para abastecer os campos de golf que crescem como cogumelos assim como os Spas/Resorts/Condominios privados e seus derivados...Entretanto a agricultura definha...E exporta cada vez menos, limitada que está pelas quotas impostas pela União Europeia


  • Temos em Troia, em plena reserva do estuário do Sado e das zonas mais virgens, mais puras e menos poluídas deste nosso canto à beira-mar, um"PIN"- anglicismo pomposo para "projecto de interesse nacional" que interessa a todos menos ao povo. Para fazerem mais um resortzito, para aquela classe e imensa minoria, que é a que mais abunda em Portugal que são os novos-ricos, uma espécie em "vias de extensão" para um turismo de luxo e de soberba qualidade, vão-se drenar os arrozais, ricos em espécies animais e vegetais, parte integrante da paisagem protegida da reserva do Estuário do Sado. É que o arroz ali produzido é arrasado para erradicar os mosquitos que incomodam o turista, e assim para limpar os mosquitos, destroi-se um ecossistema mais global, onde abundam as garças e os lagostins, além de provavelmente afastarem as cegonhas que são como que um Ex-libris e um orgulho para a população que ali habita e convive com essas aves há séculos. Mas há mais! A travessia de barco( Ferryboats Setubal - Troia) foi melhorada. Novos barcos, mais rápidos e mais confortaveis. Porém, não há bela sem senão: o preço aumenta para mais do dobro e o cais muda de lugar, para um local menos acessível às praias de modo a ser mais "cómodo" para o turista de primeira e num efeito "dois em um" afastar o turista pé descalço, tornando essa zona balnear quase excluiva e semi- privada.



  • A reabilitaçao urbana é sinónimo de uma salvo-conduto e uma entrada livre para as imobiliárias e construtores civis prosperarem. Contribuindo para a destruiçao de património de edificios classificados em vez de reabilitados. Deitam-se abaixo edificios do séc XVIII e XIX sendo mais rapido e mais barato, sendo só necessária a presença de operadores de maquinas, estou em crer que preferem pagar as coimas relativas à destruição de património do que empregar carpinteiros, Canalizadores, estocadores. pedreiros serventes etc. É obvio que é um tipo de obra mais demorada e que dava emprego a mais gente e numa altura em que é preciso produzir e dar emprego, faz todo o sentido. Prefere-se destruir um pedaço de história e também de uma dezena ou duas de familias que lucrariam com isso, em prol dum Pato bravo( vulgo construtor civil) e seu séquito que engordam! - Assim a especulaçao funciona e nunca acabará.
    Os exemplos são mais que muitos: Avenida da Liberdade, Fontes Pereira de Melo, Av da República e agora Rua da Junqueira, menos dois edifícios em Lisboa e mais um condominio de Luxo. Servirá esse empreedimento para trazer mais gente jovem para a Cidade de Lisboa que se desertifica e envelhece? Não... Servirá de segunda ou terceira habitação para aqueles dos resorts( a tal Imensa minoria) que compram como um investimento e Lisboa continua vazia. E depois queixa-se esta gente que lá fora é que é bom, as cidades vibram e estão plenas de locais de lazer durante as 24 Horas do dia, e há segurança, etc etc..Sem querer fazer comparações, e sendo objectivo. Destroiem, constroiem, desertificam e criticam a gestão da área metropolitana, dizendo que é Caótica...Mais uma vez a culpa.

    Termino fazendo a apologia daquele sentimento bem português de denegrir a nossa propria imagem, do negativismo e de fazer comparações com outros países, com aquela atitude primária do que vem de fora é que é bom e vendo sempre o lado mau do que por cá se faz , desculpabilizarmo-nos de tudo, não nos mentalizando que a culpa, a existir, é em primeiro lugar nossa, e se uma nova mentalidade tem que ser criada e uma mudança e evolução aplicada terá de partir de nós.
  • Apelo não a uma revolução mas sim a uma evolução interior que se propague e como um incêndio se alastre a toda a sociedade civil

terça-feira, 25 de maio de 2010

Festim




Uma luz brilhante invadiu os céus, num instante o silêncio, sentiu a luminosidade branca invadir-lhe as pálpebras, e quase cega-lo apesar dos olhos bem fechados, os tímpanos contraiam-se, apenas um silvo. Abriu os olhos e viu avançar de rompante, um onda de destruição na sua direcção, foi empurrado para trás ficando colado ao metal do carro de guerra, sem tempo para se aperceber das dores, chegou uma segunda onda de calor infernal, quesubitamente lhe cremou os cabelos,as sobrancelhas e quasquer pelos não cobertos pela armadura, queimando-lhe também a pele até à carne, fazendo-a estalar e cair. Desfaleceu.


Recuperou a consciência estava vivo e baralhado! E a guerra ia longa! Com a sua crueldade insensível destruía tudo à sua passagem. No campo de batalha, jaziam corpos mumificados, esqueletos quebrados em mil pedaços, pedaços de carne humana espalhada como num talho abandonado, e o chão polvilhado de cápsulas de balas e ogivas, esburacado pelas bombas de fragmentação que estilhaçavam a paisagem circundante, as árvores mortas eram o único ser reconhecível que se mantinham de pé, a cor predominante era o cinzento no chão e um amarelo duma névoa de gases químicos, com um cheiro acre irritante às vias respiratórias misturado com o cheiro doce dos corpos impregnados de morte. O céu sem cor, o bréu, uma tonalidade quase fluorescente, não se sabendo se era dia ou noite, e toda a atmosfera estéril, seca e fria.



Na trincheira, o Soldado tinha perdido os seus companheiros. O Capitão mantinha-se há dois dias a olhar pelos binóculo o horizonte do inimigo, a zona tinha sido bombardeada com uma arma experimental, e o seu corpo mantinha-se na mesma posição, olhando eternamente para o inimigo, sem olhos, sem carne, todo ele carvão, decompondo-se. O soldado olhava-o e invejava a sua sorte. Despertou deste seus pensamentos com o barulhos longínquo de explosões preenchiam o seu espaço, olhava em volta e nada. Apenas sons de vozes mecânicas voavam por cima, pedindo a rendição e capitulação. Alucinava. Agachado dentro do seu tanque camuflado e meio enterrado, disparava um último morteiro sem apontar qualquer objectivo e como que a dizer que ainda ali estava. Tapou os ouvidos e seguiu o caminho do projéctil que se despenhava sobre a trincheira adversária. Talvez já vazia e abandonada ou plena de cadáveres. Não sabia o resultado de tal acção nem tão-pouco merecia a sua preocupação.O rádio avariado, transmitia interferências, o radar quebrado em dois já nada indicava. Não iria abandonar o seu posto, teria de procurar munições, avançou uma trincheira e procurou no meio dos escombros algum cadáver recente para se alimentar e munições para carregar a sua M4-mk. Não havia carne nos corpos e tudo estava incinerado e calcinado. Achou um par de granadas e um cantil. Era a sua madrugada de sorte naquela trincheira.


A poeira começava a assentar. Seguiu em frente, caminhou quilómetros, alcançou uma floresta, ou o que restava dela, uma quantidade de palitos frágeis e queimados que se erguiam do solo. Subia por uma colina, que antigamente vibrava de vida, com o chilrear dos pássaros e os barulhos de raposas e lebres e outras espécies que habitaram entre a vegetação. Restava a terra petrificada e vítrea e a amalgama de troncos quebradiços. Sabia que do outro lado, no vale, houvera uma vila, quiçá poupada por um milagre...chegou ao cume e viu uma massa de cimento e cinza, as casas sumiram-se, o alcatrão das ruas misturava-se com o metal retorcido dos carros e de silhuetas de corpos a eles grudados. Procurava um sinal de vida naquela paisagem horizontal negra, perdia-se, não distinguia as ruas, das casas, nem os passeios dos jardins, tudo era uma amontoado de escombros cravados no chão e arrastados pela força bruta da tecnologia destrutiva do Homem.


Encontrou uma casa com as paredes do 1º andar de pé, e miraculosamente com a porta fechada, a curiosidade de ter encontrado algo familiar e as saudades de se identificar com algo que lhe parecesse com um lar fê-lo entrar. Lá dentro tudo destruído e sem tecto, porém debaixo de alguns escombros sobressaia uma porta, talvez uma cave. A custo abriu-a, entrou e viu pela primeira vez cores. Um abrigo! Uma escada de mármore, um corrimão de metal levavam-no a uma cave, desceu agarrado ao corrimão sentido a suavidade do ferro polido e brilhante, liga a sua lanterna e lança uma gargalhada.Descobriu uma adega intocada, virgem, como que uma imagem dum tempo que nunca mais existiria e não fora o pó e seria o local mais idílico da Terra; Uma mesa comprida ao centro, com dois bancos compridos de cada lado acompanhando a mesa. As paredes com fileiras e fileiras de garrafas armazenadas e na parede do fundo, presos com pregos, presuntos e chouriços, e salpicões em fumeiro. Sacando da sua catana leva um presunto, e duas garrafas, para a mesa e comeu desalmadamente. Incapaz de impedir as lágrimas, continuava a devorar tudo, porém saboreava lentamente os enchidos, como que a sentir a sua textura e degustando os seus cambiantes de sabor, apreciando inclusivé o salgado extremo e o ranço de alguns. Esboçou um sorriso por encontrar algo familiar, disse umas palavras de agradecimento para aqueles que antes possuíam aquele lar. Acabou por adormecer, ébrio e esgotado, estendido com os braços e a cabeça sobre a mesa.


Não sabe quanto tempo tinha dormido. Levantou-se pegando numa garrafa, com a sua lanterna explorou melhor aquela cave: uma lareira, utensilios vários de jardim, ferramentas e ao lado dum armário, uma pequena porta, estava fechada à chave. Disparou à fechadura e arrombou-a. Lá dentro uma sala de garagem. Havia um carro , mais ferramentas, pneus por todo o lado, e sentia cheiro a óleo, havia um portão que a muito custo abriu, encontrava-se no meio da vila outra vez. caminhava sem destino, olhava à volta e observava a morte em todas as direcções, deitou a arma fora, o uniforme e as botas.


Voltou à casa, fechou a porta, e sentou-se. Pôs a mesa, dispôs os enchidos por categorias e as garrafas por diferentes castas e ordenou-as por anos. Levantou-se, recuou e olha para a obra à sua frente. Deu graças e começou a cear. Seria o talvez o último homem, sentiu-se vencedor da batalha, logo tinha motivos para celebrar, e de súbito, reclamou para si tudo aquilo e chamou àquele lugar a sua casa, reconstruíria um lar e quiçá a vila! Autointitulou-se de presidente da câmara e deu vivas! Tudo isto merecia um festim! Bebendo até a exaustão.




Um bomba caia do céu entretanto, entrando pela sua bela sala, tudo explodiu em mil pedaços, o corpo despedaçado, morreu sentado, com um prato de chouriços à frente e a um copo de tinto agarrado.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Outro desabafo (sem sentido mas com direcção....)


Está na ordem do dia a liberdade de expressão assim como a moral e os bons costumes. Uma vez que estamos deficitários económicamente estamos superavitários em criar dramas, ardis, tramas e em cuscar a vida do outro.

Falam-se de tempos em que os filhos respeitavam os pais, em que a autoridade não era posta em causa, e havia respeito mútuo. Nesses tempos os pais viam os filhos, a autoridade era misturada com autoritarismo e o respeito era um conceito muito próximo do receio, do medo e da perseguição, não se pode falar aqui duma perseguição ao bom estilo da Gestapo/SS, mas sim ao inimitável modus operandi português, os perseguidos, volto a frisar, eram sempre os mesmos. Analisando friamente a questão, a autoridade e o respeito era só para alguns, nomeadamente uma aristocracia decadente que se tentava impôr desde as revoluções liberais, por decretos reais e constituições, que se por um lado davam direitos ao mais comum dos mortais,( vulgo: povo) por outro aumentavam o poder e as regalias doutros que ascendiam à nobreza, ou pelos menos faziam por isso. Num país que vivia no faz de conta e tentava "levantar hoje de novo o esplendor de Portugal", coisa que tinha tanto de ineficaz como se mostraria impossível, devido a uma mentalidade provinciana, que poucos conseguiram ultrapassar, excepção feita às gentes do Orpheu e Geração de 70, que quiseram abalar com os tais brandos costumes e a tal moral anacrónica que se tanto fala.
Os tempos mudam, assim como os conceitos, e penso que há várias formas de analisar a questão, dos outros tempos, a infromação era veiculada por uma franja da população que detinha o poder e que escrevia a história, sendo essa portanto deturpada à partida, pois de isenta tinha pouco.
A democracia chegou, e a liberdade deu origem a excessos, como em qualquer país em que o povo é amordaçado durante 48 anos e dão azo a grandes revoluções, não culturais nem ideológicas mas sim sociais. A democracia impos-se assim como os grandes grupos económicos. Havia a imprensa livre, e cada um capaz de se expressar livremente, mas a imprensa livre dependia de um qualquer grupo e assim se faz uma qualquer conspiração, deitam-se abaixo governos, ou mesmo denegrir a imagem de um qualquer inimigo ou se livrava rápidamente de qualquer pedra no sapato.

Há demasiada informação canalizada para os nossos sentidos, e a capacidade de absorção da mesma torna-se selectiva, e tomam-se partidos, não sabendo o cidadão comum se a noticia que houve sobre uma qualquer assunto é credível por falta de noção de a fonte ser fidedigna.
Uma vez que não se absorve tudo, nem existe, uma capacidade da parte do cidadão da triagem por falta de formação, ou muitas vez por falta de bom senso. Muitas vezes por esse mesmo cidadão não fazer um esforço para estar informado e esclarecido sendo capaz de interpretar à luz do que lhe é transmitido e de ele próprio fazer a sua leitura, vivendo-se assim na ignorância.

A ditadura acabou, mas vivemos escravos da tv e da internet que são os novos ópios do povo, embora a recente visita do Papa demonstre que a religião ainda dá cartas, e que apesar dos recentes escandalos e de frases onde se profetiza que o preservativo em África serve para espalhar e contagiar doenças como a SIDA/HIV...palavras para quê?

Voltamos ao tempo em que a heraldica deixa de fazer sentido no entanto um "dr" à frente do nome equivale quase a um brasão de familia. Não será preciso falar dos cargos publicos que deixaram se ser definitivos e de passarem de pais para filhos, no séc XIX, para hoje em dia sabermos que o sistema continua a ser assim, embora não se chamem cargos definitivos, mas sim concursos publicos destinados a qualquer cidadão, desde que preencha uma série de critérios, que nomeadamente são tão redutores que elegem precisamente um qualquer familiar, parente, amigo, amante etc etc...

Vivemos no tempo da tolerância em desprimor do tão apregoado respeito. Mas quer isso dizer que se tolera o próximo mas não se aceitam as suas convicções???
Vivemos tão rápido que a vida do próximo é como a novela, e em que a imagem é mais importante que a presença de espirito e em que o amor ao próximo é uma virtual, uma vez que vivemos na era das redes sociais, e a socialização e o contacto já não é no café, é no ciber-café, o contacto não é real, passa a virtual e quanto a mim passa tudo a surreal...

( texto não revisto, nem actualizado e expressa apenas a minha opinião)


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Quem é Tolerante...Tolera apenas? (será semântica???)

Pensamentos duma segunda-feira qualquer...
O empregado do mini-preço abriu uma terceira caixa:
"podem avançar para esta pela ordem de chegada!"
Um rapaz que levava 2 coca-colas uns donuts e 2 pacotes de batatas fritas e apesar de estar em terceiro na ordem e antes de mim, adiantou-se....
As duas senhoras antes dele protestaram mas caiu em saco roto.
Falaram da educaçao e da decencia.
Contestei e falei na solidariedade e como era um conceito que estava na moda.
A segunda senhora retorquiu com um seco e banal: para estes nao há nada disso!
discordei dizendo que o conceito que falei nao conhecia raça nem credo. A resposta nao podia ter sido mais acre: São todos iguais!
Disse eu entretanto que iguais era quem via as diferenças pelas cores e nao pelas atitudes...a senhora e o rapaz sairam fiquei com os meus pensamentos, chegando a ser condescendente com o rapaz e a ter pena e desdém pela senhora.
Mais à frente no tempo e no espaço: Pede-se licença para ir à casa de banho. Resposta maquinal: sò para clientes!
Sem alternativa e aflito faz-se no descampado junto à estaçao de alcantara... "olhem para aquilo! que animal!" dizem ao longe.
As portas do comboio abrem, e antes de alguém conseguir sair, uma senhora força a entrada, acto contínuo e pela 3ª lei de Newton, é empurrada em sentido contrário ao dela com um" com licença" sarcastico.A Senhora vai sentada e no restante trajecto resmunga e declama dramáticamente. Ao telemóvel fala de trivialidades mostrando à restante carruagem que hoje tinha vindo de comboio e que era horrivel viajar com o povo: "Bruto, analfabeto e insolente". Gente sem classe decerto!( faltam carruagens de 1ª, chamo à atenção a CP por essa falha imperdoável). Enquanto isso come um Épá, sai na sua estaçao e deita a embalagem para o chao. É chamada à atençao para esse facto.Talvez por alguém que passou à frente na fila supermercado e provavelmente quem a impediu de sair quando entrara no comboio. Gente fina é outra coisa!
"Vivemos no melhor dos Mundos" parafraseando Voltaire

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Soberbo concerto dos Atma - correcção e actualização




Concerto dos Atma:

Sábado dia 17 de abril de 2010, Local: Espaço NIMAS, agora dedicado a sala de variedades culturais e um farol de ideias e de tranmissão cultural que decerto vingará na cidade de LIsboa e no País!
Umas palavras muito pessoais sem querer ter pretensões de crítico musical pois não passo de um leigo no assunto contudo sinto-me na obrigação de falar nesse momento marcante impressionante e memorável:

Depois de tal momento tenho de dizer umas breves palavras de gratidão e apreço.
Gratidão por ter como amigos uns excelentes artistas, apreço por não ter perdido um concerto memorável!
Dez da noite as luzes apagam-se e começa não só um concerto musical mas uma ode às diversas artes. Com o Jorge a imprimir o ritmo na percussão, a Berta na voz e na apresentação da banda e a introduzir os temas, criando uma diálise entre o palco e a audiência, o Hugo nas guitarras e acordeão numa performance excelente, a Caroline também na voz e guitarra além da dança trazendo consigo mais 3 bailarinas que preencheram a sala com mais cor e enchendo o palco com movimento, O João Novais no Contra-baixo, assim como o Guilheme da Luz no sintetizador, que apesar de não ter tocado em todas as músicas, não posso deixar de citar pois todos elementos foram admiráveis. Este colectivo imprimiu uma cadência que transcendeu a musicalidade e que como disse foi uma majestosa representação artística que influenciou o publico e conseguiu transmitir toda uma panóplia de estilos musicais, desde a musica tradicional portuguesa, o flamenco, os sons orientais que nos transportaram para longe daquela pequena sala, que mesmo esgotada, ficou enorme a transbordar de sons, cores e sabores deliciando-nos com a sua fantástica actuação, a sua tremenda qualidade musical e a sua soberba performance que no final do concerto soube a pouco.
Não tenho mais palavras nem adjectivos para classificar esta banda que excedeu as expectativas de todos os que tiveram a sorte de assistir.
Terminando não posso deixar de aconselhar vivamente os seus próximos espectáculos e a audição do seu novo album: COM A MESMA ALMA

NB: serve esta nova publicação para corrigir o nome do baixista e do teclista que estava ausente, por esquecimento, na descrição. O texto original não foi alterado. As minhas desculpas pelo lapso.
o Video apenso é da minha autoria, e a qualidade não é das melhores, mas se "uma imagem vale mais que mil palavras", então um relance do concerto certamente vale mais que mil emoções e sensações que nos alimentam a alma!( digo eu!)

sexta-feira, 5 de março de 2010

Derivação sobre a divagação

1
Nos épicos tempos biblicos e ao principio era: O Verbo.
O Adão e Eva, uma maçã, uma serpente, uma árvore ou, a tentação e o conhecimento, e o pecado original (respectivamente desordenados.)


O Deus (seja ele o do Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, eu estava com a ideia de só haver um!) deve ter pensado:"Com estes Gajos( O Par original) é que isto vai andar para a frente!"

Veio a crise de valores do Baby BOOM e da era atómica, década de 40/50, e o Deus(nosso e o dos outros) deve ter apanhado um choque. Daí que provavelmente, nunca mais houve milagres e há agora tanto misticismo brejeiro e taberneiro, daí que, presumo eu, tenha dado de foguete e saído do nosso sistema Solar,e como muitos de nós, emigrou para parte incerta.

Hoje em dia e ao princípio não era o Verbo, seria os números Binários e compostos de silício, e o Adão e Eva entrariam em vias de extinção, e Caim já não mataria Abel, entraria por uma escola com uma M4 de mira-telecospica ou dispararia com uma AK47 ao acaso para um centro comercial...

As lendas e fábulas do antigo e novo Testamento, foram substituidas pelos contos do Hans Christian Andersen e pela Disney, primeiro em formato Tecnicolor e Cinemascope, agora em formato HD, 3D, dolby-suround.

2

Da aldeia primitiva e da sociedade neolitica, passou-se à sociedade da informação na aldeia Global.

Depois: O Bug do século XXI, a moda das redes sociais, e a falta de contacto de proximidade. Fazendo da Torre de Babel algo cada vez mais actual não só na incompreensão linguística como também na falta de entendimento entre povos, nações, ideologias e religiões. Uma espécie de Babel Universal, quase cosmogónica, donde surgimos, dum passado das Luzes para um Futuro Negro.

Entretanto o mundo ficou pequeno, a humanidade por causa do excesso populacional, ficou naturalmente mais proxima fisicamente mas mais longe do seu semelhante, vivendo no seu mundo virtual, criando novos vicios. Poder-se-á dizer que agora vivemos na corda bamba, qual artista de circo, mas temos por baixo o amparo da "rede".

A solidão não é evitada, mas contornada e os sentimentos como o amor, a saúde, a paixão etc, vem pela forma dum sms, de valor acrescentado, que nos diz quem é a pessoa compatível, o nosso destino, o horoscopo, o tempo para amanhã, e até a chave do totoloto com a musica do Pequenito Saul como oferta de toque para o telemóvel, por apenas 4 €/mês.

Do Teocentrismo passou-se para os automatismos e deste derivou-se para o egocentrismo digital. O real passou a virtual e este a surreal. Simplificou-se a linguagem, aumentaram as conversas, mas os diálogos passaram a monólogos.

3


Passando à actualidade. A recessão potencia a agressão. Verbal ou não.E exponencia a depressão.

Vivemos numa sociedade do contra .Do negativismo, dum pessimismo acentuado e exacerbado,duma personalidade colectiva negra e azeda.
Aqui, no nosso cantinho, somos auto-depreciativos, acontece-nos tudo mas culpamos os outros e não olhamos para o que podemos mudar nem o que eventualmente parte de nós.
Metemos a cabeça na areia, julgamo-nos e condenamo-nos .
Desde o Gil Vicente, passando ao melodrama de Camoes e seus velhos do restelo( e aos dos outros), à solidão de Mário de Sá Carneiro, até à mensagem melancolica do Pessoa, temos e vemos na nossa cultura um exemplo de bréu e bruma que nos envolve.
Folheando as obras dos nossos autores, os poemas de Florbela Espanca ou Antonio Nobre ou a prosa de Saramago, todos acenam a bandeira da depressao ,da angustia, da mágoa, azedume ou do depreceativo, alguns dão mostras de conhecerem a fundo a nossa sociedade, ironizando a nossa conduta, outros propõem formas de nos motivarmos e crescermos como povo, caso da "Geração de 70": Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão e Antero de Quental, entre outros.
4

Não só na literatura mas também noutras areas transparece este fenómeno. O Fado, musica muito nossa é na sua grande maioria doentia e triste, e se a esta unirmos o sentimento da Saudade, remete-nos para um povo nostálgico, triste e abandonado. O Cinema que na altura de Salazar nos fazia rir, apesar da conjuntura, é agora pouco característico e pobre em argumentos não tendo expressão, salvo raras excepções, e rejeitado pelo publico na sua grande maioria.Os que enchem salas, tem como chamariz a nudez da Soraia Chaves...
5
  • O país, desde que nasceu, é retratado e considerado como um nado-morto. Tudo é apontado e criticado.
  • Moribundo desnorteado e um fracasso. Desde a conquista de lisboa, à restauraçao da independencia.
  • Do 25 de abril à entrada na UE. Tudo é visto como um falhanço, actos inconsequentes, factos olhados com repulsa e desdém.
  • Critica-se a forma dos governos fazerem, questiona-se a propria existencia da identidade nacional.
  • Lê-se nos jornais sobre a crise e sobre o que está mal, ve-se na TV debates de gente entendida, de ex-politicos, comentadores, curiosos, espalha-brasas. Todos dissertam, manifestam, comentam, aconselham e dizem como fazer. Todos apresentam soluções, muitos têm a resolução dos problemas.Mas e afinal quem faz? Quem resolve? Espera-se o D. Sebastião???

Mas que temos de bom então?? Pelos vistos nada.

BOM...Uma vez que o nosso Pais entra várias vezes no Guiness...Sugiro um suicidio colectivo. Deixam de haver problemas e somos mais uma vez imbatíveis em mais um recorde absurdo...

Saudinha e sorte, espero que ao fazer desta se encontrem bem...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Versão do Burlesco que descartei mas que publico para uns leitores mais exigentes e que apreciem criticar versões adulteradas e /ou desprezadas

Um porco agrilhoado pairava no matadouro.

Fugiu, escondeu-se, desceu o rio Douro.

Mascarou-se passou a Javali.

Disfarçado entre a multidão.
Misturou-se com as gentes daqui e dali.
Sentou-se num café,

pediu uma cerveja
Não estava bem sentado e pôs-se de pé.
Não era uma imagem que sempre se veja.
Um Suino bebendo ao balcão.

Desconfiaram e saiu misturando-se com a multidão

Escapuliu-se entre as vielas,

transformou-se

e ergueu-se.

tentou voar, em vão.

Pegou numa bicicleta

Em todo-o-terreno veio a lisboa

Estava a ser seguido e estavam-no a espiar

Ziguezagueou e bazou para Dakar,

estava safo, eentre a bruma, perdeu-se.

Longe de alcácer quibir

sem o rei parecer

Num corso foi cair

a todos fez rir

envergonhado fugiu Pros lados de alcácer do sal.

Estava já longe e perto do Sado.

Arriscou e foi a nado,

passa a fronteira do real.

não Paga a portagem,

Está ilegal.

negam-lhe a passagem.

ronca de raiva

Pára para à beira-mar vendo a paisagem

adormece e queima-se com o sol.
Acorda tarde. É reconhecido!

Fica quieto que nem um rato.
Mas é regado com azeite e sal
e no restaurante é servido como coirato.....

"Burlesco pós Carnalavesco"

um porco agrilhoado pairava no matadouro. Fugiu, escondeu-se, desceu o rio. Mascarou-se passou a Javali, disfarçado entre a multidão sentou-se num café, pediu uma cerveja, desconfiaram. Escapuliu-se entre as vielas, transformou-se e ergueu-se. tentou voar em vão. Pegou na bicicleta fez todo-o-terreno de lisboa a Dakar, estava safo, entre a bruma, perdeu-se. Não em alcácer quibir, mas em alcácer do sal.Longe da civilização e perto do Sado. arriscou e foi a nado, passa a fronteira do real. Paga a portagem, negam-lhe a passagem. Está ilegal. Pensa e reflecte o sol. Queima-se, cheira a coirato, é servido com batatinhas. O estabelecimento fecha, a empregada limpa a cozinha. Ninguém sabe que se passa. Joga-se às cartas na praça. Pede-se mais um copo. Acaba-se o tinto.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Naquele dia de inverno Parte II



Um bizarro peixe abissal olha para aquela estranha criatura, sentindo que a mesma não pertence àquele meio e empurra-a das profundezas até dar à beira-mar.


Acorda, sem saber quanto tempo passou desde aquele mergulho, sente-se estranho, diferente. Volta para casa. adormece e descansa uns dias. Talvez não passasse tudo dum sonho... Levanta-se e sai. Anda erraticamente. A cidades e as ruas, o céu e as gentes como que o desaprovam, rejeitam-no, olhavam-no com um misto de desconfiança e desdém. Estará a ser preconceituoso?


O tempo e os dias pareciam repetições e reposições. Não conhece já nada nem ninguém. Sente-se um proscrito, regressado dum espaço e dum tempo há muito apagados. Não comunicava com ninguém mas recebia sinais visuais de todas as direcções:de desaprovação, outros de nojo e ainda de ignorância.O repúdio uma constante. Sentia-se perseguido e complexado . Estranhou tudo. E nada entendia.


Questionava-se sobre quando e como é que deixaram de ver as cores, de observar as formas de analisar os conteúdos. E todos o avaliavam, mediam,julgavam e condenavam. Juizos de valor estes sem fundamento, baseados em conceitos duma moral antiga e rudimentar. Ninguém falava com o outro, ninguém se tocava, havia o medo de os olhares se cruzarem, e uma desconfiança no próximo primária. Os objectivos individuais baseados no interesse, no egoismo, no engano e na mentira enquanto todos trabalhavam para um colectivo que desconheciam, impessoal e abstracto.


As sensações mais básicas e primárias desapareceram.Como o amor que era inexistente, o desejo que esmorecia, a vontade que definhava, as liberdades individuais e o livre arbítrio que se extinguiam. Olhos vazios, os rostos frios e fechados, a mente estéril e formatada,em corpos mecanizados.


Saiu dali, daquela sociedade, desta nova civilização, e foi ao encontro do Mar. Entra nele e segue ao sabor da maré, sem forçar a corrente e afunda-se novamente. Definitavamente.

Naquele dia de inverno



Acorda como todos os dias com o nascer do sol. Um dia de trabalho pela frente. Olha-se de relance ao espelho e muda o seu rumo. Engole o pequeno-almoço. Prepara-se para o dia de trabalho com a neura e o eterno drama da Segunda-Feira. Sai, dá duas voltas à chave vira-se para o mundo e pára.Não! Não. Hoje não vai trabalhar, decide tirar o dia para ele. desacelera o passo e o coração volta a um lento compasso. Vê toda a gente na rua a correr para os transportes,outros no café, tomando-o de pé, o cigarro fumado à pressa, dentro do carro desesperam com o transito, apertam-se no autocarro, passeiam o cão empurrando-o e arrastando-o pela trela olhando para o relógio. Gritam. Buzinam. Não pensam. Não vivem e sobrevivem numa correria louca enfim.

Agora sente que não pertence aquela gente, está livre por um dia! Rejubila!

E nesse dia, o mar estava apetitoso, apesar da manhã fria mas soalheira de Inverno. Descalça-se, quando os pés entram em contacto com a areia fria e humida, sorri e avança para o mar. À sua frente só azul. E um horizonte em tons de azul. Mergulha na água esmeralda e um calafrio sobe-lhe a espinha enquanto entra naquele tom, sem destino, rumo à escuridão. O choque térmico fá-lo despertar, e finalmente vê tudo claro agora! Sente um apelo e nada para o fundo, desce penetrando cada vez mais, passando do azul ao negro. Está sem folego mas continua cheio de energia como se o Mar lhe trouxesse ânimo e vontade de continuar a descer. A perder-se no bréu. Ou talvez a encontrar-se!...

Parece um sonho. Sozinho ali, sem som, sem gravidade, sem peso, abraçado pelo Oceano, reconfortado. E olha para cima. Uma luz lá em cima que se apaga enquanto desce e se afunda, agora sente que a vida tem um sentido e o unico objectivo é tocar no fundo do mar que o cerca, puxa e empurra num embalo dormente que lhe agrada como um baloiço. Fecha os olhos. Ri-se! Solta uma gragalhada e as bolhas de ar que lhe saiem pela boca que parecem as bolhinhas de sabao que fazia enquanto criança. É Feliz! A luz apaga-se e mantém essa recordaçao enquanto a memoria se esvai e nenhuma outra lembrança fica. As emoçoes partem para a superficie as sensaçoes abandonam-no, o coração pára, na boca um sorriso, um brilho mantem-se nos olhos enquanto o corpo cai, sem vida na areia. Naquele belo dia de Inverno.
(continua...)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Uma (R)evolução precisa-se Urgentemente!!!



Vivemos numa crise. Num mundo que já não reconhecemos, que depois de tanto viajarmos nele, perdemo-nos, pelo menos assim o sinto. Dão-se nomes às coisas, desligámo-nos da terra e já nem olhamos as Estrelas, e nem sequer tempo há para nos observarmos ao espelho. Mas catalogamos tudo e até criamos novas Eras e novos tempos. Vivemos também na era dos Ismos; Positivismo, determinismo,socialismo realismo, iluminismo, entre outros, mas de iluminação, só mesmo ao fundo do túnel. Agora é mais o pessimismo e egoísmo que parecem vingar...

Entretanto entrámos numa nova crise, mais outra. Vivemos no meio da crise. Uma crise económica e financeira, ou como lhe queiram chamar pois até ver, há liberdade de expressão, e temos nas mãos, na opinião de muitos, uma crise maior; de valores, de princípios, de ideais, e de falsos moralismos.


No texto que publiquei anteriormente, Antero, Eça, entre tantos outros, já no séc XIX, e na apelidada "Geração de 70" apontavam os males deste país e as soluções para os mesmos.
Preocupados que estavam os nossos estadistas com o desenvolvimento económico e material, esqueceram-se do social e emocional, apesar de tantas revoluções e tantos "ismos", entre elas, as liberais, sexuais, culturais e outras que tais. Naquele tempo e depois das invasões francesas, houve revoluções para todos os gostos, a liberal, a setembrista, a de costa Cabral, a de Fontes Pereira de Melo, e a da Maria da Fonte. E os tais ismos a vulso e por catálogo.

Perdidos no meio de tanta ideologia, a nobreza continuava intocável, e a burguesia dava os primeiros passos para tomar de assalto os cargos políticos, mas para tratar de se governarem a si mesmos, pois o povinho que sempre foi o sustento de todos, que se entendesse, e que se governasse com o que tinha e com as migalhas que sobravam.
Com o "Grito do Ipiranga" no Brasil, e abertura dos seus portos aos mercados internacionais, ja não havia já ouro que nos valesse, e a nossa autonomia e independencia estava em risco, com Ingleses a sacarem o que restava, deste canto à beira-mar, com uma industria que estagnava e já a dívida externa aumentava.

Passaram os anos,e pouco mudou.

Veio a republica e finalmente a autocracia (ou ditadura) de Salazar, que muitos saudosistas continuam a venerar, qual bezerro de Oiro.Onde já não é o povo quem mais ordena, nem nunca chegou a ordenar, e nesta altura do campeonato, com o lapis azul e o ditador soft que dispunhamos, mas que chegava para nós, já este nobre povo se acomodava à sua triste sorte, a uma sina miserável, a uma vida mesquinha e também ao Fado,a nossa montra da cultura no exterior, que demonstra a nossa maneira de ser, uns coitadinhos, uns desgraçados, que ficaram para trás no tempo, anacronicamente na altura em que eram grandes e dominavam os 7 mares e os 4 cantos do mundo.
Porém esta nossa gente muito protesta( eu incluído), mas nunca faz ou nem fez nada, e continua a deixar que os outros os governem e nos entrementes se governem.

interludio

Hoje no comboio em vez do habitual número de carruagens, chegou com menos três .Um Utente todo inchado e inflamado de raiva, pelo estado do país e pelo estado traumático que lhe provocou esta enorme inconveniência: de não ir no seu lugar da sua carruagem, do seu comboio das 9: 25 que rotineiramente apanha, reclamou com o revisor, que isto era uma vergonha, e que não podiam fazer isto, etc etc, por azar sentou-se ao meu lado e tal qual senhor feliz e senhor contente dizia à gente como vai este pais. Incomodado fiquei eu também com tal superavit de informação que debitava, pedi licença para me mudar, pois apesar de estar quietinho a ler o Destak e de auscultadores, estava farto daquela palestra cliché que declamava. Perguntou-me se estava a incomodar ao que eu respondi que sim, e ao qual retorquiu que não deveria ter votado "neles"(Neles quem?), e eu discordei, não votei neles, e o senhor respondeu que também não tinha neles votado e eu então finalmente disse-lhe para não votar também nos outros. Ficámos por aqui. Mudei de lugar e aumentei o som, ficando certamente o senhor a falar para uma plateia de utentes da Cp que certamente o aplaudiam. Quem não tinha culpa disto, era certamente o Revisor que decerto que não acordava de madrugada para atrelar as carruagens da composição antes de começar a picar os bilhetes.

Fim do interludio

Ora, isto demonstra que o Zé( o povinho) protesta fora dos locais próprios para o efeito, canaliza mal o seu descontentamento, (basta verificar, que quando estamos em bicha num semáforo 2 segundos antes de passar para verde já estão a apitar desde o segundo lugar da fila até ao ultimo!...) e aponta sempre o dedo aos mais pequeninos. O Estado a que chegámos, e se estamos desempregados, é sempre culpa do preto, do cigano, do brasileiro, do moldavo, etc, se formos funcionários privados a culpa é do governo e dos funcionários públicos, se formos funcionários públicos a culpa é de todos os outros acima indicados e assim em diante. E ao fim ao cabo, a culpa é também dos subsídio-dependentes, categoria em que se inserem os desempregados, ciganos, toxicodependentes e qualquer classe que se reprove ou que naquela altura se aponte como marginal e proscrita.
Acontece é que estes comentadores politicos, ou esta nova burguesia, ou estes pé-descalços com laivos de novo-riquismo, ou gente brasonada, que como está reformada ou nada de melhor tem que fazer, são também os principais culpados do estado da nação e a principal implicada na crise.
Os pequenos e médios empresários(pme´s), que compõem o grosso do tecido empresarial português, e grande parte dos empregadores nacionais, são extremamente dependentes do Estado. Em algo que precisem de ajuda pecuniária, e antes de pedirem aos bancos, vão pedir ao estado. Têm medo de arriscar, e quando é preciso contratar novos empregados ou desenvolver novos projectos, ou inovar recorrem ao Estado! Custa-lhes arriscar. Custa-lhes tirar dinheiro do seu bolso para aplicar em gente ou em meios! É sempre preferível terem a mão do Estado por baixo! " e se o projecto falhar? " "- Deixa estar que é o estado que suporta os custos!" A Empresa vai falir! deixa estar que o Estado ajuda e injecta dinheiro!
E Assim o empreendorismo e a inovação não passam do papel na maioria dos casos, e quem se lixa? É o mexilhão!

Não quero com isto transparecer que defendo o Estado, pois é uma máquina pesada, Kafkiana, e tem culpas no cartório, pois é composta por pequeno-burgueses que ascendem à nobreza que começaram por ser subsidio-dependentes também! Pois os exemplos chegam detrás. Após a Expansão( os afamados descobrimentos), não se adaptou aos novos tempos, nem ás novas exigências do mercado, a revolução industrial passou ao lado, e por cima do Zé, e a população maioritariamente rural, com a chegada das Estradas e dos Carris às suas terras, apanhou o comboio para as Capitais, deixaram de ser competitivos e com os produtos que chegavam do resto da Europa, ou das Colónias, a um preço muito mais baixo! As gentes acumulavam-se às portas da cidade em busca de novos empregos, e a burguesia, os pme´s subiam , e enriqueciam meteoricamente e eram muitas vezes parte integrante do estado.

Posto isto, tenho a dizer que quem como eu é duma nova geração, nascida próxima do 25 de abril, que já experimentou todas as formas de governo possíveis ao longo destes anos que vivemos em democracia, se deve juntar numa nova Geração de 70, e que já é minimamente informada e esclarecida, não deveria se acomodar como as anteriores gerações, nem se esconder por detrás dos valores que aqueles advogam e ainda promovem, pois mudam-se os tempos e mudam-se as vontades, e esta geração, não pode nem deve, sempre que chove ou há um cataclismo, culpar o Governo, deverá em primeiro lugar culpar-se a si por deixar andar, e fazer por exercer os seus direitos(poucos) que ainda tem!
Em vez de baixar os braços, ergam o punho, não querendo aqui apelar à luta armada, nem aos motins generalizados, mas sim a uma revolução e evolução da consciência, pois se está provado que não é pelo voto que consegue algo talvez seja pela falta dele que vá algum lado! Não se muda nada andando em cuecas no Metro! É giro sim senhor e depois??? Vamos é fazer com que algo se altere! Não votem então! Não metam gasolina, não paguem os parquimetros, atravessem todos de borla as portagens, passem cheques carecas, não usem o multibanco, não comprem as couves e plantem-nas nos jardins publicos. Inventem, inovem e baralhem!
Se não os podem vencer, confunde-os!
Que ninguém vote! 100 % de abstenção!
Os partidos estão caducos e incoerentes ideologicamente. Inadaptados aos tempos que correm! Está na altura de mudar!
Está na altura de rever os nossos principios, de reciclar a moral e os bons costumes!
Está na altura de inovar os ideais!
Está na altura de promover e incentivar uma nova ideologia e uma nova forma de encarar o mundo!
Não nos deixemos estagnar, nem deixar repetir a história, nem que pensem por nós, nem que a geração anterior diga que vivemos ou perdemos os valores, pois nada se perde e tudo se transforma!
Ao contrário dos nossos pensadores do séc XIX não apresento soluções, apenas sei que temos que mudar!
Seguir em frente de uma maneira ou doutra!
Infelizmente não tenho uma forma nem um método, mas aceitam-se sugestões!

Basta!

Já Chega!


foto: Condução de Rebanhos, Silva Porto