LXXXVI - Gentes
Havia alguém que queria ser Gente. Pertencer a esse grupo particular que é a Gente em geral.
E havia tanta Gente:
Gente que vivia.
Gente que sobrevivia:
Gente que não sabia como viver.
Gente que sabia como viver mas queria viver de forma diferente da gente
Gente que vivia de forma diferente e que se assumia com gente igual.
Gente igual que tentava ser mais alguém
Gente que queria ir mais além
Gente que estava mais além mas que pretendia mais e não passava de gente.
Gente teimosa
Gente Obstinada
Gente Frustrada
Gente Ousada
Gente Vulgar
Gente Futil
Gente Banal
Gente Extraordinária
Gente Fantástica
Gente singular...
Em suma uma miriade de gente que não passam de gentes. E de tanta escolha, e por tanto onde escolher, esse alguém acabava por não ser ninguém. Ou melhor era uma mescla de gente. Mas não sabia como se catalogar. De forma que optou por ser ninguém. Viver o papel das gentes, um genero indistinto, um entre muitos. Mas era apontado pela Gente como alguém. Mas alguém quê? Diferente da gente? Ou alguém que sabia que era ninguém?!
Fazia-lhe confusão tanta definição diferente, mas ao fim ao cabo a Gente não se preocupava. Apenas lhe apontavam caminhos diferentes, cada um ao seu estilo: Cada um de sua forma. cada um com seu feitio. Enveredou por ser indiferente ao que a Gente que lhe dizia. Todos estranharam e a Gente reprovou....Acabou por ser igual.
Porque afinal....há gente muito esquisita.
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
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