IV - Vácuo
O Sol afasta-se a uma velocidade vertiginosa!
Expulso da Terra a uma velocidade de Escape de 11 km/s, o Sistema Solar é apenas um ponto de luz no espaço deserto. Os dias passam-se em movimento rectilíneo uniforme.O frio é constante e absoluto, o atrito inexistente, o silêncio é total e a escuridão extrema.
Como pano de fundo, pontos brancos, azuis, amarelos e vermelhos.Tão distantes que parecem ao alcance das mãos, mas estão para lá do infinito, pelo menos do meu espaço e do meu tempo. Viajo apenas com a companhia do meu próprio corpo em rotação. Perdi o cima, o baixo, a esquerda e a direita. O frente e o trás. Não há Orientação. Tudo igual.
Um vácuo tal que grito e a minha voz não sai. Caio no Universo em nenhuma direcção e em todas ao mesmo tempo. Os dias são sempre noites. O som uma lembrança. A luz uma saudade. O caminhar uma recordação. Nada há a ver. Perco-me dentro de mim. Fecho-me. Prendo-me em meus próprios pensamentos. O universo agora sou eu e não me vejo. Viajo acompanhado da solidão. Nada me diz. Congelo e passo a ser pertença da própria criação cosmogónica. Uma particula. Um fotão apenas.
Extingo-me.
O Sol afasta-se a uma velocidade vertiginosa!
Expulso da Terra a uma velocidade de Escape de 11 km/s, o Sistema Solar é apenas um ponto de luz no espaço deserto. Os dias passam-se em movimento rectilíneo uniforme.O frio é constante e absoluto, o atrito inexistente, o silêncio é total e a escuridão extrema.
Como pano de fundo, pontos brancos, azuis, amarelos e vermelhos.Tão distantes que parecem ao alcance das mãos, mas estão para lá do infinito, pelo menos do meu espaço e do meu tempo. Viajo apenas com a companhia do meu próprio corpo em rotação. Perdi o cima, o baixo, a esquerda e a direita. O frente e o trás. Não há Orientação. Tudo igual.
Um vácuo tal que grito e a minha voz não sai. Caio no Universo em nenhuma direcção e em todas ao mesmo tempo. Os dias são sempre noites. O som uma lembrança. A luz uma saudade. O caminhar uma recordação. Nada há a ver. Perco-me dentro de mim. Fecho-me. Prendo-me em meus próprios pensamentos. O universo agora sou eu e não me vejo. Viajo acompanhado da solidão. Nada me diz. Congelo e passo a ser pertença da própria criação cosmogónica. Uma particula. Um fotão apenas.
Extingo-me.
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