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quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Saída

Era dia de partir. A mochila pronta, a tenda dobrada e arrumada, todos os bens necessários conferidos.
Abre a porta e sai para a rua. Acende um cigarro, olha para o céu azul. Caminha até à estação suburbana. O comboio chega à tabela. Senta-se num banco de quatro. A viagem começa. Tudo fica para trás. Sai na ultima estação. Fica na plataforma a olhar as pessoas que entram e saiem com horários a cumprir. Senta-se e observa. Puxa mais um cigarro e dirige-se para uma esplanada junto ao rio. O sol está convidativo para um imperial. Espreguiça-se. Para onde irá? Onde vai cear hoje? Onde irá dormir? Algures. Longe. Os dias estão grandes, próprios para vaguear. Sem pressões mentais. Sem ninguém que chame ou convide. Sem nada pra fazer. Poucas emoções. Apenas as que se quiser sentir. O acaso como companhia. A circunstancia como parceira. Acordar noutro sitio. Não saber que fazer. Não ter que estar. Não ter de sentir. Sem nada a demonstrar. Nada a provar. Andar. Ver. Olhar. Ser ninguém. Atravessar o vazio dos rostos desconhecidos. Sorrir. Passar através das ruas indiferentes. Cheiros irreconheciveis. Sons surpreendentes. Curiosidades em forma de tons. Formas novas. Caracteristicas unicas a cruzar o olhar. Ser o centro. Afastado de tudo. Periférico. Longe. Que bom...

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