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quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Mudança

Era um último planeta num qualquer sistema solar. A estrela expandia-se tornava-se numa gigante vermelha, esgotava as ultimas reservas de hidrogénio. A fusão nuclear terminava aos poucos e a força gravitica que a mantia, dissolvia-se e fazia-a crescer inexoravelmente. O planeta orbitava em helicoidal para a Estrela. As noites já não existiam. Uma queda livre em velocidade centripeta, o céu cada vez mais brilhante. A estrela abarcando quase a totalidade da aboboda celeste. Não havia já salvação possível. O destino traçado. Olhava para cima sem esperança, via toda a sua vida resumir-se a um pequeno ponto no universo. Todas as certezas se esfumavam, as duvidas esbatiam-se, os conceitos deformavam-se, o simplesmente "ser" ou "estar" tornava-se bizarro. Tinha planos para mudar de casa, sair da urbe e assentar na montanha. "Planos"...que palavra estranha neste momento tão particular. Nada a reconsiderar, nenhuma mudança possível, sentava-se observando o relógio. O segundos paravam? O tempo desaparecia? e o espaço? Que seria do espaço em redor. O seu espaço material conquistado com suor, a sua posição social arrancada a ferros...Um passado inexistente, um presente estagnado. Um futuro...perdido. Olhava pela janela, todos olhavam o fim. Fugiam! Mas para onde? A qualquer instante a atmosfera decompunha-se, a respiração tornar-se-ia impossivel. A radiação já incinerava as luas mais próximas. Desintegravam-se em mil pedaços. os próprios fragmentos evaporavam-se. Assim como os oceanos. Em breve tudo seria luz. Tudo seria pó de estrelas. Vácuo. a qualquer instante juntar-se-iam ao silêncio. Pulverizado, seria o próprio Universo! Finalmente...

1 comentário:

Anónimo disse...

Um futuro provável... felizmente temos o amanhã, podemos fazer planos... a curto prazo, é certo, mas podemos fazê-lo. Aproveitar cada dia como uma dádiva, faz-me feliz...